terça-feira

Traineira ‘Taínha’ bateu em zona rochosa, afundou-se mas tripulantes alcançaram terra

Jornal "O Setubalense", de 12 de Novembro de 2008

Ontem, dia festivo de S. Martinho, o azar bateu à porta de uma das mais carismática embarcações de pesca da arte do cerco da nossa Região.
A traineira ‘Tainha’, do porto de Sesimbra, afundou-se ao início da tarde de ontem, concretamente às 14.15 horas, presumivelmente minutos depois de largar amarras do porto sesimbrense para mais um dia de faina à sardinha.
Em plena navegação, mas sob condições adversas de visibilidade – estava nevoeiro - o pesqueiro de Sesimbra, com 17 metros de comprimento, e oito tripulantes a bordo, terá batido naquela que é conhecida como “Pedra do Leão”, a leste da vila piscatória, e a cerca de cem metros da costa, afundando-se em escassos três minutos, devido ao forte rombo provocado no casco de madeira.
Com o rápido afundamento, os oito tripulantes da ‘Taínha’ só tiveram tempo para largar à água, pela popa, a pequena embarcação, vulgo ‘chata’, na qual chegaram ao porto sesimbrense e anunciaram a tragédia no posto da Polícia Marítima.
O Capitão do Porto de Setúbal confirmou a «O Setubalense» esta tragédia marítima, confessando não ter em seu poder, durante a tarde de ontem, dados indicadores se o pesqueiro estaria a sair ou a chegar a Sesimbra. “Os oito sobreviventes do naufrágio alcançaram terra, a bordo da pequena embarcação de apoio, e foram eles que comunicaram o acidente às autoridades,” disse-nos Duarte Cantiga, que confirmou, ainda, não haver qualquer pescador ferido na sequência desta tragédia marítima.
De acordo com o Capitão do Porto, ainda na tarde de ontem, o armador mandou colocar bóias de marcação em redor da embarcação afundada. “É um procedimento indispensável, para salvaguarda da navegação naquela área”, referiu, adiantando que, para o local, como medida de apoio, foi feito deslocar o salva-vidas de Sesimbra, e a embarcação “Espadarte”, de Setúbal.
Instado sobre a possibilidade de derrame de combustível no mar, Duarte Cantiga assegurou não haver registo de poluição, pelo que “não há, neste momento, motivo para accionar qualquer meio de combate à poluição no mar”. Procedimento complementar será o testemunho do mestre da traineira ‘Taínha’, logo que possível, em sede de Capitania, para transmitir os dados relativos a este acidente no mar.
Fontes fidedignas, contactadas por «O Setubalense» explicaram que esta mítica traineira da nossa Região, esteve inactiva entre dois a três anos, no porto sesimbrense.
“Já este ano, a senhora, proprietária daquela traineira, fechou negócio, vendendo a ‘Tainha’ a um armador de Sesimbra”, confidenciou-nos um antigo armador e mestre da arte do cerco de Setúbal, que revelou ter “sido convidado para governar aquele barco”.

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