quinta-feira

Escultura ao vivo em Sesimbra

Jornal “O Primeiro de Janeiro”, 11 de Agosto de 2007

Sete escultores vão executar, ao vivo, no Castelo de Sesimbra, entre 15 e 30 de Setembro, seis esculturas, que posteriormente serão colocadas em espaços públicos do concelho. A iniciativa decorre no âmbito da Quarta Bienal Internacional de Artes até 2 de Setembro.
No projecto, levado a cabo no âmbito da Quarta Bienal Internacional de Artes, inaugurada no passado dia 4 e que se prolonga até 2 de Setembro, estão envolvidos os escultores Moisés Preto Paulo, João Antero, Beatriz Cunha, João Renato, Nelson Cardoso, Carlos Bajouca e Hans Varela, que trabalharão “blocos de pedra da região”.Bajouca, que é também o comissário da exposição, e Varela trabalham juntos numa escultura de grandes dimensões, “pesando toneladas”.
Até agora denominada Exposição Internacional de Artes Plásticas, esta iniciativa da autarquia passa este ano a Bienal e ganha nova designação - Sesimbra Art Spaces/Espaços de Arte. Em declarações à Lusa, Bajouca explicou pretender-se, com a passagem a Bienal, por um lado, programar “com mais tempo” um evento que adquiriu já “bastante força” e, por outro, dar aos artistas convidados “mais tempo” para realizarem os seus trabalhos. Há “uma maior ambição” e o objectivo, acentua o escultor, é “consolidar” os ganhos da exposição, já conhecida além-fronteiras. Por seu lado, a vereadora da Cultura da autarquia, Felícia Costa, explica no catálogo da exposição que, com a alteração do nome do evento, se pretendeu “vincar a forte relação entre a mostra de arte e os lugares onde estarão expostas as obras e, ao mesmo tempo, abrir o evento aos milhares de turistas estrangeiros que nos visitam no Verão”.

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Participantes
Mais de 100 artistas
Com trabalhos de escultura, pintura, fotografia, cerâmica e joalharia, participam na Bienal mais de 100 artistas, de Portugal, Suíça, Cuba, Japão, Angola, Brasil, Itália, Reino Unido, França e Rússia, entre outros. Tanto a vereadora como o comissário deram particular realce à participação da Associação de Famílias para a Integração da Pessoa Deficiente e da Sociedade dos Artistas Deficientes Manuais.

Mal-estar leva 22 crianças de Aldeia SOS ao hospital

"Jornal de Notícias", 12 de Agosto de 2007

Vinte e duas das 30 crianças que estão a passar férias no acampamento no Meco (concelho de Sesimbra) das Aldeias SOS tiveram que receber assistência médica durante o dia de ontem, devido a uma alegada intoxicação alimentar, apurou o JN junto dos bombeiros e de uma responsável daquela instituição.
Devido ao elevado número de vítimas, os Bombeiros Voluntários de Sesimbra e o INEM montaram um posto médico no acampamento para proceder aos primeiros cuidados e fazer a triagem dos casos mais graves, explicou, ao JN, Ricardo Cruz, comandante daquela corporação.
Catorze crianças foram encaminhadas para o SAP (Serviço de Atendimento Permanente) de Sesimbra, enquanto que as restantes oito foram transportadas ao Hospital Garcia de Orta, em Almada, para realizarem exames médicos. As crianças atingidas - com idades entre os 2 e os 17 anos - apresentavam falta de ar, mal-estar geral, desidratação, vómitos e diarreia. No entanto, ao final da tarde, já todas tinham tido alta médica e regressado ao acampamento.
Vera Jorge, psicóloga das Aldeias SOS, contou ao JN que os primeiros casos foram detectados durante a noite. "Duas crianças sentiram-se mal, apresentando vómitos e diarreia e foram de imediato levadas para o hospital", explicou, acrescentando que em 30 anos de colónia "foi a primeira vez que se registou uma situação deste género".
Durante a manhã, mais crianças começaram a apresentar os mesmos sintomas, tendo-se chegado a gerar alguma tensão no local, devido ao vai-e-vem de ambulâncias.
Até ontem ao final da tarde, Vera Jorge ainda não sabia o que terá provocado a intoxicação alimentar. "Tanto pode ter sido a água, como algum alimento. Nós disponibilizamos água engarrafada, mas às vezes os miúdos bebem água da rede", conta.
Adianta ainda que o jantar de sexta-feira foi bacalhau à braz, mas acrescenta que "foi feita uma vistoria aos alimentos que estão armazenados na cozinha e está tudo dentro dos prazos".
Durante a tarde, as crianças foram tendo tido alta e regressado ao acampamento. "Temos, no entanto, de nos manter vigilantes para o caso de haver alguma recaída", concluiu a responsável.


Fátima Mariano

Queima de resíduos suspensa na Arrábida

Jornal “Sol”, 10 de Agosto de 2007

Seis meses depois de a Comissão Ambiental da Secil ter validado os resultados dos testes de co-incineração no Outão, o processo continua a decorrer em tribunal, permanecendo suspenso.
Castanheira Barros, advogado que representa as autarquias de Setúbal, Sesimbra e Palmela, que avançaram com a providência cautelar para suspender as licenças da Secil, considera que os testes vão continua suspensos até haver uma decisão do Supremo Tribunal Administrativo.
«Neste momento a acção cautelar decorre no Supremo Tribunal Administrativo, onde só são admitidos casos excepcionais com importância fundamental, e primeiro o tribunal vai ter que se pronunciar se admite ou não o recurso e só se tiver os requisitos é que vai ser julgado. Até lá a queima de resíduos perigosos continua suspensa no Outão», disse hoje o advogado em declarações à Lusa.
Castanheira Barros explicou que apesar de a Secil estar a realizar um Estudo de Impacte Ambiental, este facto não serve para levantar a suspensão pois em causa estão também «questões de saúde pública».
Nuno Maia, porta-voz da Secil, explicou que a empresa está a realizar um Estudo de Impacte Ambiental que espera estar concluído em Setembro e admite que nesta altura todos os cenários são possíveis.
«O estudo está a decorrer e depois terá que ser aprovado pelas entidades competentes. Todos os cenários são admissíveis e em função do estudo e do andamento do processo judicial, vamos depois decidir qual o próximo passo», explicou.
Castanheira Barros explicou que as acções cautelares urgentes decorrem durante o período de férias judiciais e que a curto prazo poderá ser dada uma resposta.
«O caso de Souselas, onde também decorre uma acção cautelar, movida pela autarquia, pode ser decidido mais cedo, já em Agosto ou Setembro, mas teremos uma resposta a curto prazo para estas acções pois são consideradas urgentes. Quanto às outras acções que decorrem em tribunal, sobre Outão e Souselas, terá que se esperar mais algum tempo pois não são consideradas urgentes», referiu.

'Pirata' roubou atenções

Jornal “Diário de Notícias”, 31 de Julho de 2007

Nas areias da praia de Sesimbra, venceu o incentivo familiar.
Pouco tempo bastou para que o areal da praia de Sesimbra se enchesse de obras primas, traçadas pela imaginação e por pequenas mãos apressadas. O relógio contava o tempo, que é de 50 minutos para o escalão A, e mais 10 para o B. Mas nem o sol escaldante impacientou as crianças, que só se cansaram na espera da chegada ao pódio.
Sem ou com todos os apetrechos apropriados, lá foram esculpindo na areia, tartarugas, cidades com vulcões, navios ou estrelas do mar. Uma Flor com dois monstros, ideia de Joana Machado, de 10 anos, acabou por arrebatar uma Menção Honrosa do escalão A. Incompatível? Não. Para quem, como ela, gosta de misturar flores com histórias de terror.
A imaginação de alguns participantes voou mais longe, até outras épocas. E levou Gonçalo Simões a utilizar materiais marinhos para adornar a figura retirada do areal. No seu Pirata, Gonçalo colocou uma concha branca a fingir de olho e teceu uma barba de algas. Com ele arrebatou o primeiro lugar do escalão B.
No grupo do mais pequenos, o Panda esculpido por Leonor Morais valeu-lhe o primeiro prémio. "Vejo muitas vezes o canal Panda e como gosto do urso decidi construi-lo", explicou Leonor, de férias em Sesimbra com os pais e avós. As famílias mostraram-se, aliás, fundamentais. Quase tão entusiasmados quanto os miúdos, iam incentivando os pequenos artistas, com dicas sobre a melhor forma de dar revelo à areia.
Para animar a pequenada e o atelier das Construções na Areia, Rita Martins - campeã nacional em 2006 - com a ajuda da irmã Joana e da mãe Maria da Guia, construiu, extra-concurso, um imponente leão.

Paula Mourato

Construções arrancam amanhã em três praias

Jornal “Diário de Notícias”, 29 de Julho de 2007

Quando, no Verão de 1952, o Diário de Notícias se lançou no Grande Concurso Infantil das Praias de Portugal, nunca imaginou que o êxito resultasse tão estrondoso. Mas a verdade é que a iniciativa pegou, enganou o tempo. Ganhou o nome limpo de Construções na Areia. E começa já amanhã a festejar a sua 50.ª edição, ao mesmo tempo que inaugura a época de 2007 nas praias de Santa Bárbara (Ribeira Grande), Sesimbra e Alagoa."O momento em que tudo começa é emocionante. Só quem passa por isso conhece aquela mistura de emoção e nervos no estômago", conta Rita Martins, vencedora da grande final das Construções na Areia de 2006. Os seus 15 anos foram moldados nas areias de Vila do Conde, desde os sete que os finais de tarde de férias são passados na praia, em família, a praticar técnicas e a conhecer as especificidades da matéria-prima a modelar.
"É um passatempo maravilhoso", assegura ao DN a jovem artista, convidada este ano para os ateliers paralelos por já não ter idade para participar no concurso propriamente dito. "Para mim, Verão sem as Construções nem sequer é já Verão." E porque há tradições que vale a pena manter, amanhã a aventura criativa repete-se uma vez mais, distribuída nesta sua nova etapa de 2007 por 28 praias do Norte e do Sul, Açores e Porto Santo.
Quando as 10.00 nos ponteiros indicarem o início dos primeiros trabalhos, a mesma sensação indefinível que Rita descreve vai animar os participantes a darem o melhor de si nos cerca de 50 minutos que têm para enformar a imaginação. Os seis aos dez anos concorrem no Escalão A, os 11 aos 14 no B. Todos, sem excepção, dispõem depois de um talhão de areia de quatro metros quadrados onde são senhores absolutos. Todos podem fazer uso de baldes de plástico para transportar a água, de anilinas solúveis para colorir a obra feita e de conchas, plantas, algas, seixos e apetrechos próprios para esculpir. O dia pertence-lhes. Tem sido assim ano após ano.
Depois do arranque explosivo de 1952, em 74 as Construções na Areia sofreram um interregno de cinco anos. Desde 1979, contudo, nunca mais pararam de somar gerações nas praias. Os avós vão dando lugar aos filhos e os filhos aos netos. Ninguém fica indiferente a cada uma das edições de alegria na arte que se sucedem, até hoje. Com passos certos numa caminhada segura, a velhinha iniciativa festeja este ano as bodas de ouro...

Ana Pago

E o samba de Verão juntou mais de dez mil

“Jornal de Notícias”, 30 de Julho de 2007

Mais de dez mil pessoas assistiram anteontem ao Carnaval de Verão de Sesimbra, uma réplica do desfile carnavalesco de Inverno. Mais de 300 mascarados dançaram o samba e encantaram a multidão numa noite marcada pelo calor. Pela marginal de Sesimbra desfilaram as escolas de samba Bota no Rego, Saltaricos do Castelo, Trepa no Coqueiro e Unidos de Vila Zimbra.
Com um balanço bastante positivo, a iniciativa deverá repetir-se em 2008. "Estivemos com casa cheia e as pessoas gostaram muito", afirma Paulo Macedo, elemento da direcção do Trepa no Coqueiro. "Sesimbra, no Verão, precisa de ter animação extra", salienta o responsável, frisando que é preciso começar já a trabalhar para o Carnaval de Verão de 2008. Paulo Macedo critica,contudo, o facto de a publicidade ao evento ter sido diminuta. "Merecia um maior destaque, porque é um espectáculo de massas", diz
.Na assistência e surpeeendido estava o espanhol José Luiz, 40 anos. "É a primeira vez que venho a Sesimbra e isto para mim foi uma surpresa. Gostei muito", contou ao JN o residente em Cáceres. Surpreendida estava também Eunice Aníbal, 49 anos. "Nunca tinha visto o Carnaval de Sesimbra, nem mesmo o de Fevereiro. Fazem falta coisas como esta", afirma a palmelense.
"Acho mais graça ao Carnaval fora de época para desconcentrar estes manifestos de alegria, numa altura em que é bom fazer festas ao ar livre", salienta Eurico Pereira, 50 anos, de Lisboa. "Está muito bonito e engraçado. Deveria haver todos os anos", frisa a sesimbrense Luísa Lopes, 61 anos. "Anima a terra e traz alegria e som. É muito engraçado e giro", refere Isabel Godinho, 50 anos, residente em Torres Novas.
Para os elementos do desfile, o Carnaval de Verão é mais um pretexto para a diversão. "Tenho prazer em desfilar, gosto de sambar", afirma Carolina Cláudio, 10 anos. "Gosto do samba e da alegria que isto nos transmite", diz Patrícia Sargedas, 23 anos, também da Unidos de Vila Zimbra.
"Os fatos são muito caros e só os usamos duas vezes, no domingo e na terça-feira de Carnaval. Assim é mais uma oportunidade de os mostrar às pessoas", considera Sérgio Pinto, de 18 anos, elemento da bateria do Trepa no Coqueiro.


Sandra Brazinha

Replantar o fundo do mar

Jornal “Diário de Notícias”, 28 de Julho de 2007

O trabalho é meticuloso e demorado. Recolher as plantas, transportá-las, atar os caules com ráfia, dando um nó para ficarem presos à grade, que depois é mergulhada na água. A mão humana, empenhada em reconstruir o que em tempos degradou, acaba aqui. Agora a natureza encarregar-se-á de fazer renascer a pradaria que há décadas povoou o fundo do mar no Portinho da Arrábida, em Sesimbra. O projecto Biomares, o primeiro do género no País, consiste nisto mesmo: replantar o fundo do mar.
Com a chegada das plantas, desaparecerá o "deserto" de vida que actualmente resta na zona, depois da pesca de arrasto da ganchorra, das correntes das embarcações que rapam o chão terem revolvido e devastado o fundo. Se a replantação funcionar, haverá uma explosão de biodiversidade, pois as plantas darão lugar a uma espécie de floresta submersa, explica Elsa Serrão, investigadora da Universidade do Algarve.
E à zona do Portinho poderão regressar espécies de interesse comercial como a raia ou o choco, mas também as de grande valor de conservação como o cavalo marinho, adianta Miguel Henriques, do Parque Natural da Arrábida. A pradaria funciona como uma maternidade, onde as espécies se abrigam dos predadores. Além disso, a existência de um tapete no fundo do mar ajuda a reter os sedimentos e a combater a erosão.
Foi pela mão do Secretário de Estado do Ambiente que ontem se deu mais um passo na recuperação deste habitat. De fato de mergulho, máscara e garrafa, Humberto Rosa fez questão de descer ao fundo do mar e colocar as estacas que suportam as grades com as plantas. Um momento de grande emoção, como o próprio confessou, pois foi naquelas frias águas que nos anos 80, ainda estudante de biologia e com o curso de mergulho acabado de tirar, mergulhou com Luís Saldanha, o célebre ocenógrafo e biólogo de quem foi aluno e cujo nome se aplica agora ao recente parque marinho.
A relação entre o parque, cujas restrições tanta polémica têm gerado, e este projecto foram sublinhadas pelo governante. "Sem ele não haveria este projecto", afirmou, pois seriam mantidas as ameaças à sobrevivência das espécies. Humberto Rosa mostrou-se ainda satisfeito com o que ouviu dos mergulhadores: dois anos após a criação do parque, já há diferenças na afluência de espécies.
Mas não é só na Arrábida que as pradarias estão em declínio. Nos estuários do Tejo, do Sado, no Mira e no Mondego praticamente desapareceram. Só subsistem na Ria Formosa. A protecção das zonas marinhas através de parques é, por isso, uma opção a desenvolver. Humberto Rosa lembrou que já há áreas protegidas com extensões marinhas, mas que ainda não possuem regulação, caso do Litoral de Esposende, Sudoeste Alentejano ou Berlengas.
Rita Carvalho

Protesto contra fecho de SAP sem aviso

“Jornal de Notícias”, 20 de Julho de 2007

Cerca de 500 centenas de pessoas manifestaram-se ontem contra o encerramento dos serviços de atendimento permanente (SAP) do Seixal e de Corroios em duas concentrações junto aos respectivos centros de saúde. Novas formas de luta estão prometidas para a próxima semana.
"Os utentes foram confrontados com o encerramento quando se deslocaram ao serviço", lamentou ao JN o presidente da Câmara Municipal do Seixal, Alfredo Monteiro, que também participou nos protestos. Considerando "inconcebível" a falta de aviso prévio, o autarca anunciou que vai pedir uma reunião "com a máxima urgência" à Sub-Região de Saúde de Setúbal, que acusa de ter tomado uma decisão de "gestão economicista onde as pessoas não contam".
Num concelho onde a falta de médicos de família afecta cerca de 55 mil utentes, um dos números mais elevados do país, Alfredo Monteiro salienta que se "está a canalizar mais gente para o Hospital Garcia de Orta, que há já muitos anos não tem capacidade de resposta".
Ontem começaram trambém a ser recolhidas assinaturas para contestar o fecho dos dois SAP. Para além da Câmara do Seixal, estiveram presentes representantes das juntas de freguesia, dos vários quadrantes políticos e das comissões de utentes da saúde do concelho.
"Pretendemos fazer uma grande acção para a semana", anunciou o representante dos utentes, José Sales. Corte de estradas, um cordão humano e manifestações junto aos centros de saúde ou em Lisboa frente ao Ministério da Saúde são alguns dos protestos que serão hoje ponderados numa reunião das comissões de utentes.
O JN tentou obter esclarecimentos por parte da Sub-Região de Saúde de Setúbal sobre as razões que levaram ao fecho dos dois SAP no concelho do Seixal. Segundo explicou à agência Lusa, o director clínico dos centros de Saúde de Sesimbra e Seixal, Jorge Domingues, o encerramento ficou a dever-se à falta de médicos e a Amora terá sido escolhida para acolher o SAP concelhio por ser mais central e ter melhores condições.
Pelo contrário, o SAP de Sesimbra vai funcionar 24 horas por dia, pelo menos até ao final de Setembro, anunciou a autarquia.

Sandra Brazinha

Tróia recebe 'duelos' no mar

Jornal "Diário de Notícias", 19 de Julho de 2007

A quarta edição do Portugal Match Cup tem início hoje.
É num novo cenário marítimo, nas águas do oceano Atlântico e do rio Sado, que se realiza a quarta edição do Portugal Match Cup, prova da nona etapa do circuito internacional do World Match Racing Tour 2007/2008.
A entidade organizadora, Sun Sailing Team, juntamente com o Clube Naval de Sesimbra e os responsáveis do circuito internacional acreditam que a península de Tróia pode ser a sede do evento nos próximos três anos, contando com o apoio do Turismo de Portugal, do Tróia Resort e da Amorim Turismo.
Com um prize money de 108 mil euros, o Tróia Portugal Match Cup tem atraído skippers de renome mundial, especialmente timoneiros e tácticos da Taça América, como o australiano Peter Gilmour, o neozelandês Gavin Brady, táctico do BMW Oracle Racing Team, o italiano Paolo Cian, táctico do Team Shosholoza, e o francês Sébastien Col, táctico do Areva Challenge, todos eles participantes da série qualificatória Louis Vuitton Cup, realizada em Maio e Junho em Valência, Espanha.
As principais provas realizar-se--ão entre os dias 24 e 29. Hoje entram já nos campos de regatas as tripulações femininas internacionais e a nacional - com Rita Gonçalves - que disputarão uma fase independente, o Tróia Portugal Women's Cup. A vencedora integrará depois o quadro das principais tripulações masculinas internacionais, que conta ainda com a presença de Álvaro Marinho, campeão europeu na classe 470 e 4.º colocado nos Campeonatos do Mundo de Classes Olímpicas em Cascais.
Esta prova consta do calendário internacional da ISAF (Federação Internacional de Vela) e tem o Grau 1, o mais elevado em eventos internacionais da modalidade.
Além dos destaques internacionais, da presença feminina e da participação da equipa portuguesa, o evento também irá reunir jovens velejadores da classe Optmist que, em competição paralela, disputarão regatas à sua medida na baía de Sesimbra.

Nysse Arruda

Fecho dos SAP de Corroios e do Seixal foi antecipado devido à falta de médicos

Jornal “Público”, 18 de Julho de 2007

O director clínico dos Centros de Saúde de Sesimbra e do Seixal, Jorge Domingues, admitiu hoje que houve uma decisão para acelerar o encerramento dos Serviços de Atendimento Permanente (SAP) de Corroios e do Seixal devido à falta de médicos.
"Não tínhamos médicos disponíveis para assegurar os dois SAP, de Corroios e do Seixal", disse o clínico, adiantando que a decisão de concentrar o atendimento permanente na Amora foi tomada pelo coordenador da Sub-Região de Setúbal e pelo Conselho de Administração dos Centros de Saúde de Sesimbra e do Seixal.
A decisão das autoridades locais de saúde está a ser contestada pela Comissão de Utentes, Juntas de Freguesia e Câmara Municipal, que convocaram duas acções de protesto que terão lugar amanhã nos SAP do Seixal (11h00) e de Corroios (17h00).
O encerramento dos dois SAP insere-se na "reestruturação iniciada o ano passado, com a junção dos Centros de Saúde do Seixal, Amora, Corroios e Sesimbra", explicou o director clínico.
"A reestruturação passou também pela abertura de quatro novas Unidades de Saúde Familiar (USF) em Fernão Ferro (Setembro 2006), Torre da Marinha/Pinhal de Frades (Janeiro 2007) e duas no Seixal (inauguradas segunda-feira)", acrescentou.
Jorge Domingues lembrou ainda que a concentração dos SAP na Amora vai permitir rentabilizar os recursos, disponibilizar um total de dez médicos naquele serviço, entre as 08h00 e as 24h00, e atribuir médico de família a mais de quatro mil dos cerca de cinquenta mil utentes sem médico no Concelho do Seixal.
Quanto à escolha da manutenção do SAP da Amora, em detrimento dos serviços de Corroios e do Seixal, Jorge Domingues esclareceu que se tratou de uma opção justificada pela centralidade da Amora e pela qualidade das instalações.
Jorge Domingues salientou ainda que os utentes do Centro de Saúde e extensões do Seixal, com excepção daqueles que não têm médico de família, só terão de recorrer ao SAP da Amora a partir das 20h00, altura em que deixam de ter atendimento na USF a que pertencem.

Campanha antitabagismo chega à praia

"Jornal de Notícias", 18 de Julho de 2007

Os níveis de monóxido de carbono dos frequentadores das praias de São João, na Costa de Caparica, e do Ouro, em Sesimbra, foram testados, nos últimos dois dias, no âmbito da campanha "Help - Por uma vida sem tabaco", cujas tendas receberam uma centena de visitantes.
"Nos dois dias fizemos 100 medições, o que fica aquém dos números normais", lamentou o coordenador desta iniciativa, Saboga Nunes. Em média, por dia, a campanha recebe cerca de 300 visitantes, mas em Sesimbra e na Costa esse número não foi alcançado o que obrigou a uma mudança de estratégia. Em contrapartida, a fraca afluência de pessoas às tendas, em Sesimbra, por causa da chuva, e na Costa, devido à capacidade limitada do areal, permitiu "fazer um trabalho de profundidade no aconselhamento e avaliação do nível de monóxido de carbono no sangue".
O teste consiste em soprar para um aparelho que mede os níveis de monóxido de carbono. Taxas elevadas deste gás altamente tóxico, que também se encontra nos automóveis, aumentam os problemas cardíacos, de asfixia ou de formação de coágulos.
A campanha da Comissão Europeia visa convencer principalmente os jovens a não começarem a fumar ou a deixarem o vício. Mais testes estão agendados para amanhã entre as 10 e as 18 horas na Praia de Carcavelos.
Para quem quer deixar de fumar, Saboga Nunes aconselha uma visita ao site www.parar.net, do qual é coordenador, onde as pessoas podem seguir dez passos para largar o vício. "É uma estratégia de apoio imediato para que se possa deixar de fumar", explicou. Em Portugal, a marcação de consultas antitabágicas demora em média 139 dias.
Sandra Brazinha