Jornal "Público", de 10 de Setembro de 2008
É um dos maiores "songwriters" de sempre das Ilhas Britânicas. Nos últimos anos, tem revelado uma predilecção especial pelos palcos portugueses, o que não retira, em nenhuma altura, a aura de imperdível. Regressa para um concerto em Sesimbra, a 12 de Setembro, para mais uma injecção de "Antidepressant", considerado um dos melhores álbuns da sua discografia.
Se o registo anterior, "Music In a Foreign Language" (2003), era apontado como o mais intimista da sua carreira pós-The Commotions, o novo seguiu um caminho ligeiramente diferente. Em "Antidepressant", Cole é menos um "crooner" e mais um músico ligado aos amplificadores. O melhor das suas duas faces funde-se: a melancolia que lhe conhecemos associa-se ao tom positivo de quem apresenta o álbum como um antídoto para estados de espírito menos construtivos. Nada de demasiado radical e nada que ponha em risco a envolvência dos concertos de Cole. Pelo contrário: nesta digressão, o músico sobe ao palco em regime acústico, acompanhado "apenas" por estas novidades e por uma cuidada busca ao baú dos clássicos, dos Commotions à carreira a solo. Para uma rápida actualização da memória, basta consultar o álbum triplo que lançou no ano passado: uma colecção das canções gravadas ao vivo para a BBC.
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