terça-feira

Encontrado cadáver na viatura de empresário desaparecido na Arrábida há seis meses

Jornal “Público”, 20 de Março de 2007

Um cadáver em adiantado estado de decomposição foi resgatado do interior de uma viatura numa ravina da Serra da Arrábida, em Setúbal. O veículo pertence a José Luís D´Orey, um empresário de Azeitão desaparecido há seis meses, e tudo indica que o corpo descoberto seja o seu.
Segundo uma fonte policial ouvida pela Lusa, a viatura, um Renault Scénic cinzento que pertencia ao empresário José Luís D´Orey, foi localizada ontem à tarde por elementos da GNR que alertaram de imediato a Polícia Judiciária de Setúbal.

Fonte dos bombeiros que a viatura foi estabilizada e que deveria ter sido removida por meios aéreos, mas o helicóptero do Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil que se deslocou à Arrábida esta manhã, não tinha condições para efectuar a operação de resgate.
O corpo que se encontrava no interior da viatura foi já resgatado pelos bombeiros, tendo sido transportado para o Instituto de Medicina Legal, em Lisboa.
As autoridades só deverão confirmar a identidade da vítima após a realização da autópsia e eventualmente, de testes de ADN, mas tudo indica que se trata do corpo de José Luís D´Orey, dado como desaparecido na manhã de 9 de Outubro de 2006, depois de levar duas filhas a uma escola de Azeitão e ao Colégio da Arrábida.
Nesse mesmo dia, o empresário já não compareceu numa reunião no Instituto Técnico de Alimentação Humana S.A, onde trabalhava, e não voltou a atender o telemóvel. Durante estes seis meses nunca foi detectado nenhum movimento dos cartões de crédito.

Corpo de José Luís D'Orey encontrado na Arrábida

Jornal “Diário de Notícias”, 20 de Março de 2007

A GNR de Setúbal encontrou ontem o corpo de José Luís Lopes D' Orey, o empresário de Azeitão desaparecido desde 9 de Outubro. O cadáver, em adiantado estado de decomposição, foi resgatado do interior de uma viatura queimada escondida numa ravina da Serra da Arrábida. À hora do fecho desta edição, a Polícia Judiciária (PJ) já tinha informado os familiares do empresário de Azeitão, mas ainda aguardava os resultados dos testes de ADN para confirmar a sua identidade e as causas da morte.
As primeiras diligências para encontrar o corpo de José D' Orey começaram no domingo. Ao que o DN apurou, foi um mero acaso. A GNR foi alertada para facto de se encontrar uma viatura abandonada em cima de um penhasco, numa zona conhecida por Mata do Solitário, junto ao Portinho da Arrábida, em Setúbal. Ao chegar ao local, os militares viram que se tratava de uma carrinha de marca Mercedes, branca, que havia sido furtada há dois dias. Estava a anoitecer e as operações foram interrompidas.
Dando continuidade às investigações, os agentes voltaram ontem ao local, às 6.40, entrando por um acesso diferente, tendo-se então deparado com outra viatura abandonada. Tratava-se de uma carrinha em completo mau estado, queimada. No seu interior foi encontrado o cadáver de José D'Orey, irreconhecível, dado o avançado estado de decomposição.
"Percebi imediatamente que aquela não era uma situação recente porque o corpo estava em avançado estado de decomposição", contou ao DN Mário Macedo, comandante dos Sapadores de Setúbal, a corporação chamada ao local para retirar a viatura, com o corpo no interior, que se encontrava numa ravina, apenas sustentada pela vegetação.Havendo o perigo de se despenhar pela ravina abaixo, os bombeiros formaram uma equipa de resgate, com a ajuda de um helicóptero do Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil. Cerca do meio dia, o carro foi então içado para um local mais seguro e o corpo retirado até à estrada do Outão. Dali foi transportado pelos bombeiros para o Instituto de Medicina Legal, em Lisboa.
A GNR prosseguiu a partir daí as operações na tentativa de encontrar mais corpos no local. Cinco equipas cinotécnicas (homem e cão) vasculharam a área, subindo e descendo as encostas. Entretanto, fora surgindo fortes indícios de aquele cadáver ser o do empresário de Azeitão, desaparecido há seis meses. Segundo as fontes do DN, os cães identificaram o corpo depois de terem farejado alguns objectos pessoais de José D'Orey . A viatura tinha as formas de se tratar da Renault Scenic em que se fazia transportar na altura do desaparecimento.
A meio da tarde chegou a PJ de Setúbal, a quem o caso estava entregue desde Outubro. Os inspectores procederam à recolha de todos os materiais possíveis de investigação que possam explicar o desaparecimento e, eventualmente, aparecimento do cadáver naquele local.
Já era noite quando os inspectores da PJ contactaram os familiares do empresário de Azeitão. À hora do fecho desta edição, o cadáver de José D'Orey encontrava-se ainda no Instituto de Medicina Legal para ser identificado.
Licínio Lima, Idalina Casal e Katia Catulo

domingo

Os melhores do ano segundo a academia

Jornal "Diário de Notícias", 17 de Março de 2007

Para a "gente do sector" já com uns anos de experiência, e não em início de carreira, os prémios que a Academia Portuguesa de Gastronomia distribui anualmente ao melhor cozinheiro, ao melhor profissional de sala e a quem melhor escreve sobre "comes e bebes" são sem dúvida os mais prestigiados. Até porque praticamente não há outros, salvo o do concurso Chefe Cozinheiro do Ano, mas mais voltado para novos talentos.
Por isso, é sempre interessante saber para quem vão os Prémios de Excelência dos académicos. Ontem, foram anunciados os seguintes, relativos a 2006: Luís Baena, chefe do restaurante Quinta de Catralvos (Azeitão), Grande Prémio da Arte da Cozinha. Arlindo Madeira, chefe de sala e escanção do restaurante Tavares (Lisboa), Grande Prémio do Serviço de Sala. Francisco José Viegas, escritor e cronista gastronómico da NS' - Notícias Sábado (revista do DN e do JN), Grande Prémio da Cultura e Literatura Gastronómica.
Luís Baena disse ao DN que "não estava à espera" e, pedindo desculpa pelo cliché, acrescentou: "A verdade é que o prémio é para toda a equipa do restaurante, porque a cozinha é um trabalho de equipa." Ficou também surpreendido porque, tendo a Academia a reputação de algum conservadorismo (se bem que não o seu dinâmico vice-presidente, José Bento dos Santos), a modernidade da cozinha da Quinta de Catralvos foi realçada, inclusive a sua colaboração com cientistas da gastronomia molecular.
Também Arlindo Madeira foi apanhado de surpresa. Agora com 37 anos, já com bastante experiência em Portugal e também em Madrid, onde trabalhou seis anos, e em companhias de navegação, começou aos 19 anos no Terraço do Tivoli Lisboa e está há três anos no Tavares. "Fiquei muito satisfeito pelo reconhecimento e por terem percebido a importância da sala como extensão da cozinha."
Para o chefe de sala, os portugueses, tantas vezes criticados pelo mau atendimento, precisam de se adaptar à cozinha moderna. "Não faz sentido, por exemplo, as escolas de hotelaria continuarem a dar horas e horas da chamada 'cozinha de sala', que quase já não se pratica, em vez de explicarem os timings de um menu-degustação", afirma. E foi justamente o "conluio" de Arlindo Madeira com o vhefe do Tavares, Philippe Peudenier, um dos pontos que a academia realçou.
Finalmente, Francisco José Viegas, já distinguido com vários prémios literários, disse ao DN que ficou "cheio de orgulho" com este. "Tivemos sempre muita gastronomia na literatura portuguesa, mas os autores mais recentes não tratam dela, ao contrário do que acontece, por exemplo, no Brasil ou em Espanha. É pena."
Sobre o seu trabalho na NS', diz não se considerar um crítico gastronómico, embora saiba as bases e procure estar bem informado, mas sim um cronista. "Escrever sobre restaurantes dá-me muito prazer", responde, quando se pergunta onde arranja tempo e disposição para as suas crónicas, entre a escrita, a direcção da Casa Fernando Pessoa e os programas na televisão.
E um cronista nunca "diz mal" do restaurante que visita? "Às vezes, quando é preciso, também digo", garante, embora a academia tenha sobre ele escrito: "A sua proverbial boa disposição, a procura quase sistemática de nos chamar a atenção para 'o que é bom', em detrimento do vulgar e fácil 'dizer mal', eleva-o por mérito próprio à referência do crítico gastronómico por excelência."
Duarte Calvão

quarta-feira

Setúbal recebe comemorações oficiais do 10 de Junho

Jornal "Expresso", 3 de Março de 2007

Depois de em 2006 a decisão presidencial ter recaído na cidade do Porto, este ano vai ser Setúbal a sede das comemorações do Dia de Portugal.
A Presidência da República anunciou que a cidade de Setúbal será a sede das comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades. A presidente da Câmara de Setúbal, Maria das Dores Meira, já congratulou a autarquia com a escolha de Cavaco Silva e adiantou que as comemorações terão lugar na zona ribeirinha da cidade.
Maria das Dores Meira, em declarações feitas à Lusa, revelou que já tinha sido contactada pela Casa Civil da Presidência da República, mas diz só hoje ter recebido a confirmação. "Foi uma surpresa agradável, que já discuti com o executivo municipal, e que toda a gente recebeu com extrema satisfação".
A autarca confirmou também que embora a cidade sede seja Setúbal, as comemorações vão incluir Azeitão, “as comemorações vão ter um primeiro momento na zona ribeirinha de Setúbal e uma segunda parte, de despedida, em Azeitão, que vamos preparar em conjunto com a Casa Civil da Presidência da República”.
A autarca eleita pela CDU realça que as comemorações do dia de Portugal, de Camões e das Comunidades, constituem um excelente momento para relançar a imagem da cidade enquanto capital de distrito. "Queremos que estas comemorações sejam prestigiantes para a cidade de Setúbal", garantiu Maria das Dores Meira.
João Bénard da Costa foi novamente nomeado presidente da comissão organizadora das comemorações, tendo sido hoje recebido pelo Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva.

Pedro Chaveca