quarta-feira

Manuel Adelino Bernardino é o novo Provedor da Santa Casa da Misericórdia

"Jornal de Sesimbra", 12 de Agosto de 2008

A instituição foi a votos no sábado, dia 28, depois dos corpos sociais em exercício terem apresentado a sua demissão, no seguimento de várias controvérsias que em nada dignificaram o nome ou sequer prestigiaram o trabalho da Santa Casa.
A concurso, no último acto eleitoral, apresentaram-se duas listas, uma encabeçada por Júlio Gomes, outra por Manuel Adelino. A um dos actos eleitorais mais concorrido de sempre acorreram 745 irmãos sendo que 406 deram um voto de confiança a Manuel Adelino, e à sua equipa, contra os 339 que se mantiveram ao lado de Júlio Gomes. Este último, um dos elementos dos anteriores corpos sociais da Santa Casa.
Manuel Adelino já esperava que “a votação fosse concorrida dadas todas as incidências, que até o presidente da Assembleia falou, dizendo que vamos ter que fazer algumas alterações, nomeadamente ao compromisso da Misericórdia. Temos de evitar, e não queria usar aqui um adjectivo muito forte como golpadas ou oportunismos, mas qualquer coisa nessa área, para se evitar aquilo que se passou que resultou nesta corrida, fazerem-se irmãos à última hora, pessoas que não têm nada a ver com o espírito da misericórdia, para virem aqui votar numa lista para fazer com que as pessoas se mantivessem cá”, refutou. Naquela que foi a sua primeira declaração, depois de conhecidos os resultados da votação, Manuel Adelino realçou que o sentimento que reconheceu de imediato nem foi de felicidade ou contentamento, foi “o peso da responsabilidade” acrescentando que vai “ atirar-se ao trabalho com muita vontade”. O recém eleito Provedor espera “uma oposição forte, que participe, que dê ideias e que não seja posta de parte como era a prática que até aqui se vinha a constatar”. Manuel Bernardino vai mais longe para afiançar que, com a sua equipa, não haverá falta de transparência. Qualquer documento estará disponível para consulta dos irmãos porque, na sua óptica, “ a Santa Casa é uma instituição naturalmente aberta à comunidade e nós agora vamos administrar a Misericórdia com entusiasmo, vamos dar o nosso melhor”. Apontou ainda Manuel Adelino que não vai “esconder nada de ninguém” pois “não somos proprietários da instituição”. Congratulando-se com a dignidade com que decorreram as eleições o provedor acredita ser possível chamar mais irmãos à Santa Casa para uma participação mais activa já que, nas sua palavras, “os corpos sociais, por si só, não conseguem fazer o que a Misericórdia precisa”, alertou.
Durante todo o acto eleitoral Manuel Adelino Bernardino fez-se acompanhar por outros elementos da sua lista, como Guilherme Rasteiro, enquanto que a lista de Júlio Gomes esteve representada por Carlos Palmela e Florindo Paleotes, entre outros. Por motivos de ordem profissional Júlio Gomes não conheceu “in loco” o resultado da votação, que foi comentado ao Jornal de Sesimbra por Florindo Paleotes que não o encarou como uma derrota, entre outros aspectos, pelo número de irmãos que votaram. Apesar de não terem ganho a possibilidade “de gerir e aplicar o seu projecto” os elementos da lista A “vão continuar atentos”. Florindo Paleotes lembrou que o programa da sua lista “era bastante extenso, tinha bastantes formas de avançar com a Santa Casa para outro estádio de qualidade que se iria reflectir nos serviços a prestar aos utentes e aos trabalhadores”. Pela vontade que tinham em agir em prol do desenvolvimento da instituição, o candidato deu os parabéns aos elementos da lista concorrente mas lá foi afirmando que “vamos estar muito atentos, vamos estar presentes em todas as assembleias e vamos solicitar a todos quantos votaram em nós que façam o mesmo. Não para lutar mas para participar activamente e contribuir com propostas para a melhoria da Santa Casa”.
Naquele que foi o seu penúltimo acto enquanto presidente da Assembleia Geral, Sebastião Patrício foi parco em palavras referindo, ainda assim, que saia do cargo com sentido de dever cumprido. “Da nossa parte estamos satisfeitos e penso que nesta altura, independentemente do resultado ser por uma diferença de sessenta e sete votos, penso que o que é necessário é que a instituição acalme. Que trabalhe e que as pessoas encarem isto como um sinal de que a Misericórdia é importante para os utentes, para a área social e para o concelho. É isso que ressalta da minha intervenção, durante a qual desejei à lista vencedora que trabalhe bem, que retire ilações daquilo que os corpos sociais e a mesa administrativa demissionários passaram ao longo do mandato que não terminaram”. Sebastião Patrício afasta-se, agora, do trabalho na instituição de solidariedade social para dar lugar a Fernando Horácio de Jesus Oliveira que assume a mesa da Assembleia Geral. António Justiniano Chagas Alves que ocupará o cargo de presidente do Conselho Fiscal. E Manuel Adelino Bernardino que volta a assumir a Provedoria da Santa Casa da Misericórdia.
Quanto ao compromisso assumido em campanha, pela lista vencedora, recordamos aspectos fundamentais como: a auditoria financeira; a apresentação de planos de formação profissional; a implementação de um sistema de qualidade e de um programa de inovação de processos; a criação de uma comissão de obras; a preparação de um programa de conservação dos bens imóveis e a preparação de projecto financeiro e de construção de um novo lar para a terceira idade com recurso a fundos estatais.
A Tomada de posse dos novos corpos sociais da Santa Casa decorreu perante a presença do Presidente do Secretariado Regional da União das Misericórdias, da presidente da Assembleia Municipal de Sesimbra e do Presidente da Junta de Freguesia de Santiago, entre outros. No seu primeiro discurso, Manuel Adelino começou por fazer alusão ao artigo primeiro do Compromisso da Irmandade da Santa Casa, que é uma associação de fiéis, constituída na ordem jurídica canónica (...) para dizer que “quase tudo isto deixámos infelizmente de ser por diversas ocasiões no passado recente. Entre um rol de situações lamentáveis, onde avultou o desrespeito pelos irmãos e pelas decisões das Assembleias Gerais, foi o aproveitar das fragilidades do nosso Compromisso que mais nos chocou”. Continuou o Provedor que considera prioritário “rever esse compromisso com o objectivo de proteger a instituição de todas e quaisquer intenções à margem da ética”. Num plano mais futurista Manuel Adelino não esqueceu de salientar alguns dos pontos do seu programa eleitoral que faz questão de cumprir a curto prazo. É o caso do “reforço dos cabazes alimentares distribuídos com o apoio da Câmara Municipal, a quem vamos solicitar a actualização do respectivo protocolo”. A formação das funcionárias é um item com relevância para os novos corpos sociais tal como a revitalização do voluntariado. Também a garantia da continuidade da valência de ATL foi uma das bandeiras de candidatura de Manuel Adelino que o recém eleito Provedor não vai descurar.
Quanto à auditoria financeira às contas da instituição, o provedor, já em exercício desde dia 1 de Julho, reforça essa intenção acrescentando que vai estender a análise “ao sector administrativo conferindo todos os processos e englobando as decisões de investimento que esqueceram o recurso a subsídios estatais”. Programas esses que a Santa Casa vai tentar candidatar-se para a construção de um novo Lar. Antes dos agradecimentos, Manuel Adelino manifestou também uma palavra de apreço todos os irmãos que depositaram confiança em si, e na sua lista. Dirigindo-se “às pessoas de boa vontade, das quais todo o apoio será bem vindo”, concluiu.


Eloísa Silva

Motoclube de Cezimbra promove 1ª Concentração Motard em Sesimbra

"Jornal de Sesimbra", de 19 de Agosto de 2008

O Motoclube de Cezimbra realizou nos passados dias 30, 31 de Maio e 1 de Junho a 1ª Concentração Motard no concelho de Sesimbra. O evento teve lugar no Parque de Campismo do Forte do Cavalo e serviu para assinalar os nove anos de existência da associação.
Durante três dias os responsáveis proporcionaram aos visitantes muita animação e alegria com concertos, jogos tradicionais e um espectáculo de freestyle, entre outras actividades. Com um programa bastante diversificado houve ainda espaço para a presença das escolas e grupos de samba do concelho, algo que não é habitual acontecer em eventos do género mas que se justificava “pelo facto de Sesimbra ter boas escolas de samba e, talvez, as melhores do país”, explicou ao Jornal de Sesimbra Eurico Rodrigues, vice-presidente do Motoclube de Cezimbra.
O evento contou com alguns apoios, nomeadamente da Câmara Municipal, Junta de Freguesia do Castelo e comércio local que, na perspectiva do responsável foram “bastante importantes. Não conseguimos contactar todos, como é normal, mas cerca de oitenta por cento dos comerciantes abordados deram-nos força e apoiaram-nos a cem por cento. A maioria concordou que um evento deste tipo fazia falta em Sesimbra porque traz muita gente para a vila”. Organizar uma concentração motard “não é fácil e sem apoios ainda é mais complicado. O Motoclube é uma associação sem fins lucrativos, vive das quotas dos sócios e do pequeno bar que existe na sede e que está aberto a qualquer pessoa”. Mesmo com os apoios “foi muito complicado organizar tudo”, lamentou, “não só a nível burocrático como pessoal, é preciso muita gente e contávamos ter mais adesão por parte dos sócios”.
“Fazer algo diferente que nunca foi feito em Sesimbra” foi o principal objectivo do evento que, Eurico Rodrigues espera que tenha servido para “limpar a imagem que as pessoas têm dos motoqueiros”. A 1ª Concentração Motard de Sesimbra contou com a presença de sócios, amigos e familiares do clube, bem como de outros Motoclubes do país. O vice-presidente da associação espera que tenha sido “a primeira de muitas” e explica ao Jornal de Sesimbra como tudo começou.
ENTREVISTA
Jornal de Sesimbra (J.S.): Como é que surgiu a ideia de criarem um Motoclube?

Eurico Rodrigues (E.R.): O Motoclube surgiu há dez anos, durante um jantar. No primeiro ano éramos apenas um grupo de amigos amantes de motas e ainda fizemos algumas festas só como grupo motard. Só depois começámos a pensar a sério na ideia de formarmos um clube.
J.S.: E começou com quantas pessoas?

E.R.: No início eramos à volta de cinco pessoas, mas quando formámos o clube já eramos cerca de 12 elementos.
J.S.: Tiveram a ideia de criar o Motoclube porquê? Pelas motas?

E.R.: Pode-se dizer que sim. Praticamente todos tínhamos mota e, como não existia no concelho uma sede ou um ponto de encontro dos amantes das motas, achávamos que era preciso fazer alguma coisa para mudar isso. Tínhamos previstas algumas actividades e então começámos a juntar alguns amigos numa sede provisória, onde fazíamos as nossas reuniões e organizávamos tudo.
J.S.: Actualmente quantos sócios têm?

E.R.: Somos cerca de 118. Temos alguns sócios fora do concelho mas a maioria é de Sesimbra.
J.S.: Quanto é que custa fazer parte do Motoclube de Cezimbra?

E.R.: Trinta euros por ano com uma jóia de inscrição como qualquer colectividade.
J.S.: Quais são as vantagens de ser sócio?

E.R.: O sócio tem descontos nos passeios e actividades que realizamos, nos jantares e no almoços. Funcionamos como uma associação e há sempre beneficios que o não-sócio não tem.
J.S.: Têm sede própria?

E.R.: Sim, a nossa sede está situada na estrada das Pedreiras.
J.S.: Têm sede própria e funcionam como uma associação. Nesta altura há alguma coisa que vos faça falta?E.R.: Falta os sócios comparecerem mais e ajudarem mais nas actividades. Temos sempre um plano de actividades, que é feito no início de cada ano, onde estão todas as actividades que o Motoclube vai realizar durante o ano. Claro que quando as organizamos contamos com a participação dos sócios e uma grande maioria não aparece e não colabora como devia. Somos realmente poucos elementos a gerir a associação.
J.S.: Também participam em actividades de outros Motoclubes. Há algum tipo de parceria com as outras associações?

E.R.: Temos muitos conhecimentos e amizades com sócios de outros Motoclubes e há concentrações em que participamos todos os anos. Nos últimos dez anos posso salientar uma que vamos todos os anos, cerca de trinta pessoas, que é a concentração de Góis. Também vamos à de Faro e da Vidigueira. De norte a sul do país acontecem cerca de 400 concentrações e temos de escolher as melhores ou as que gostamos mais. O Motoclube de Cezimbra com sede na estrada das Pedreiras foi fundado a 28 de Maio de 1999 e realizou, este ano, a 1ª Concentração Motard no concelho de Sesimbra.

Sofia Mendes

Castelo de Sesimbra recebe terceira edição das Jornadas Medievais

“Jornal de Sesimbra”, de 19 de Agosto de 2008

O Castelo de Sesimbra volta a ser palco, durante os fins-de-semana de Julho, de uma viagem no tempo até à Idade Média, com a realização de mais uma edição das Jornadas Medievais.
A iniciativa, da Junta de Freguesia do Castelo em parceria com a Câmara Municipal de Sesimbra, pretende, segundo Francisco Jesus “aliar o que de melhor existe na freguesia em termos de património, o Castelo de Sesimbra, e a vertente cultural, dando um enfoque especial à música medieval”. Concertos, recriações históricas, animações de rua e exposições fazem parte do cartaz. A Igreja de Nossa Senhora da Consolação do Castelo será o palco das actuações das bandas Axabeba, Mediae Vox e Mediterranea Medieval nos dias 5, 12 e 19 de Julho, a partir das 22 horas. Destaque ainda para a inauguração da exposição permanente na Torre Nova do Castelo.
Para além dos concertos, a terceira edição do evento vai contar com algumas novidades, entre elas uma exposição de instrumentos de música árabe e medieval, patente no Centro de Documentação Rafael Monteiro e que vai estar aberta entre 5 e 19 de Julho. Outra das inovações passa pela “reprodução de um festim medieval, no dia 25, na Torre de Menagem”. O evento vai contar com música e animações de fogo, cenográficas e cénicas, que ficam a cargo dos grupos Bando de Menestréis, AnimaMundi, Bailarinas Zambara ou o Grupo Art’Encena.
As Jornadas deste ano têm ainda o seu ponto alto na inauguração da exposição permanente da Torre Nova, que retrata o quotidiano do Castelo de Sesimbra durante a Idade Média.
Ao contrário das edições anteriores, este ano as entradas vão custar três euros a fim de evitar situações que, no ano passado, chegaram a ser condicionantes para a actuação dos próprios grupos devido ao excesso de público. “É uma forma de organizar melhor os concertos”, salienta o autarca. Os ingressos vão estar à venda em diversos locais do concelho e será, novamente, disponibilizado transporte gratuito em autocarro de Sesimbra para o Castelo para evitar alguns problemas de estacionamento. O orçamento final deste projecto, financiado pela Junta do Castelo e pela Câmara de Sesimbra, é de 14 mil euros, mais 1.500 euros que no ano passado.
As terceiras Jornadas Medievais de Sesimbra começam no dia 5 de Julho e prolongam-se até dia 26 no Castelo de Sesimbra, com um regresso ao passado na música medieval.


Sofia Mendes