Jornal "Público", 2 de Fevereiro de 2006
O secretário de Estado do Ambiente, Humberto Rosa, defendeu hoje o envolvimento das autarquias e de entidades científicas na gestão de algumas zonas protegidas do país, durante a assinatura de um protocolo sobre a Lagoa de Albufeira.
Reconhecendo não ser este um modelo a aplicar em todas as áreas protegidas, Humberto Rosa disse que em alguns locais, há lugar para “envolver parceiros na gestão, para nos pormos de acordo sobre o queremos dessa gestão e sobre como queremos tirar proveito dessas áreas".
"Há vantagens para todos porque o envolvimento das entidades locais garante o seu empenhamento na vigilância das zonas protegidas", acrescentou.Humberto Rosa falava após a assinatura de um protocolo celebrado entre o Ministério do Ambiente, Instituto para a Conservação da Natureza (ICN) e Câmara de Sesimbra, com o objectivo de definir e implementar um novo modelo de gestão para aquela zona protegida, um dos 12 sítios portugueses da Lista de Zonas Húmidas de Importância Internacional.
O novo modelo de gestão da Lagoa de albufeira prevê a criação de uma associação privada com os principais parceiros, construção de algumas infra-estruturas de observação e de apoio aos visitantes, mas sempre com a preocupação de preservar a fauna e flora daquela zona húmida, de grande biodiversidade."A biodiversidade portuguesa não é muita no contexto mundial, mas é muita no contexto europeu", sublinhou o secretário de Estado do Ambiente.Humberto Rosa salientou ainda que o envolvimento das autarquias e de outras entidades locais garante o empenhamento desses parceiros na defesa dos valores ambientais das zonas protegidas.A proposta do novo modelo de gestão para a Lagoa de albufeira foi elaborada pelo ICN com a colaboração da Câmara de Sesimbra, Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (Spea), Sociedade Portuguesa de Ciências Naturais, a Associação de Produtores Florestais (AFLOPS) e proprietários de terrenos agrícolas localizados junto à Lagoa Pequena.
O presidente da Câmara de Sesimbra, Augusto Pólvora (CDU), disse estar satisfeito com o protocolo para a gestão da Lagoa de Albufeira e salientou que o projecto apresentado pelo ICN vai permitir o acesso às escolas e aos cidadãos à Lagoa Pequena, que estava vedado desde há 20 anos."Pelo projecto que nos foi apresentado, e com base neste protocolo que assinámos com o ICN, ao fim de 20 anos, este espaço vedado e de acesso limitado, vai ser transformado num espaço aberto ao público, um espaço de educação ambiental com possibilidade de visitação por parte das escolas e dos cidadãos em geral", disse o edil comunista.
A autarquia já procedeu à abertura de alguns caminhos de acesso à Lagoa Pequena e defendeu que o envolvimento dos parceiros se deve alargar às praias da região, com vista à instalação das infra-estruturas previstas no Plano de Ordenamento da Orla Costeira (POOC) Sintra-Sado, mas que aguardam pelas verbas necessárias há cerca de três anos.
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