Jornal "O Mirante", 28 de Dezembro de 2005
Os armadores de pesca artesanal do Centro e Sul manifestaram-se satisfeitos com o acordo sobre as quotas de pesca para 2006, que permitiu a Portugal manter as capturas na maioria das espécies e aumentar a da pescada.
Os ministros da Agricultura e Pescas da União Europeia (UE) chegaram quinta-feira a acordo em Bruxelas sobre as quotas pesqueiras para 2006, que permite a Portugal manter os limites admissíveis de capturas em espécies como o tamboril e biqueirão e aumentar em 12 por cento a apanha da pescada.
“Congratulamo-nos com o acordo, especialmente na (quota da) pescada, porque é a espécie que mais se captura ao anzol, na zona de Sesimbra”, disse à Agência Lusa Máximo Carapinha, secretário-geral da Asso-ciação dos Armadores de Pesca Artesanal Local do Centro e Sul (sedeada em Sesimbra).
No entanto, o responsável adiantou que subsiste alguma preocupação devido à proposta feita ao ministro da Agricultura e Pescas para que “essas quotas atribuídas fossem distribuídas pelas embarcações conforme as capturas históricas apresentadas pelas mesmas nos últimos anos”.
Máximo Carapinha considera que se deve evitar “o risco de uns capturarem tudo e os outros não terem direito a nada”, referindo-se a espécies como a pescada, o linguado e o tamboril.
Carapinha adiantou que este assunto é da “competência da administração central portuguesa” tendo o ministro Jaime Silva ficado de realizar uma reunião conjunta com todas as associações nacionais de pesca artesanal para decidir o que fazer em relação às quotas.
Das espécies abrangidas pelo acordo com a União Europeia, a pescada, o linguado e o tamboril são as três únicas que interessam à pesca artesanal, disse a mesma fonte.
No caso do tamboril, Máximo Carapinha admite que existe uma falta de animais desta espécie, que, no seu entender, foi provocada por os pescadores “não terem respeitado o tempo da desova”.
“O maior esforço de pesca, talvez do arrasto, fez desaparecer o tamboril em Junho deste ano, isto porque se apanhou tamboril muito pequeno, em Janeiro e Fevereiro, quando se dá a desova”, concluiu.
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