quarta-feira

SESIMBRA: BEBÉ PODE TER SIDO VÍTIMA DE MORTE SÚBITA

"Portugal Diário", 10 de Janeiro de 2006

Autópsia contraria tese de que criança de seis meses teria falecido por asfixia com leite devido a negligência da mãe

O bebé de seis meses encontrado morto pela própria mãe dia 02, na Azóia, Sesimbra, poderá ter sido vítima do síndrome de morte súbita e não asfixiado por negligência da mãe, disse hoje fonte ligada ao processo.
Segundo a mesma fonte contactada pela agência Lusa, "a autópsia não revelou as causas da morte do pequeno Leandro, mas permitiu excluir a possibilidade da criança ter morrido por asfixia com o próprio leite".
O jornal «Correio da Manhã» admitia, na sua edição de hoje, a possibilidade de a criança ter morrido asfixiada com o próprio leite e assegurava que o bebé tinha sido maltratado pela mãe.
Esta hipótese não foi, no entanto, confirmada pela autópsia nem pelos agentes da Polícia judiciária que estiveram no local, que terão constatado a falta de higiene e uma situação de pobreza da família da criança, mas que não detectaram indícios de maus tratos.
A mãe da criança, de 20 anos, que reside na Azóia com o marido, terá encontrado o filho já sem vida ao princípio da tarde de 2 de Janeiro, tendo sido solicitada a presença de uma equipa de emergência médica que se limitou a confirmar o óbito da criança.
Na altura, um dos médicos terá suspeitado de eventuais maus tratos, porque a criança apresentava algumas lesões junto dos órgãos genitais, e pediu a comparência no local da Policia Judiciária de Setúbal.
As suspeitas do médico revelaram-se infundadas tendo a Policia Judiciária concluído que as lesões da criança resultavam apenas da falta de cuidados de higiene e não de eventuais maus tratos físicos.
Contactada pela Lusa, a presidente da Comissão de Protecção de Crianças e Jovens em Risco de Sesimbra, Teresa Fernandes, revelou que tinha sido alertada para o caso através de uma "denúncia anónima" e que as duas crianças do casal não estavam referenciadas.
"Como medida de prevenção decidimos, no entanto, que o outro filho do casal, de um ano e meio, fosse provisoriamente entregue aos cuidados de uma tia, com a qual mantém uma relação de afectividade", disse Teresa Fernandes, sublinhando que se trata de uma medida temporária, até que esteja concluída a investigação sobre a morte do irmão.
"A criança foi entregue com o consentimento dos pais, que a podem visitar quando entenderem", acrescentou Teresa Fernandes.

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