"O Norte Desportivo", 24 de Dezembro de 2005
(Celina Amoedo)
Terminada a temporada do Mundial de Motonáutica 2005, o único português em prova coloca os olhos no futuro, certo de que vai contrariar os maus resultados. Duarte Benavente parte para 2006 com vontade de vencer e confiante de que levantará a bandeira das «quinas» bem alto.
Duarte Benavente quer esquecer esta época. O único piloto luso presente no Campeonato Mundial de Motonáutica F1 teve um ano pouco positivo e agora o pensamento vira-se unicamente para 2006.
O atleta de Azeitão faz o balanço a O NORTE DESPORTIVO de uma temporada que não deixa boas recordações: “Este é um ano para apagar da memória rapidamente, porque nada correu bem. Como o Campeonato foi curto, e a partir do momento em que algo não acontece como queremos, já não há tempo para recuperar... Começámos mal, em Portimão, e a situação nunca melhorou”, lamenta.Benavente viu-se obrigado a desistir nas duas últimas corridas... Na penúltima (Abu Dhabi) o barco partiu e afundo. E na derradeira (Sharjah), mesmo após o respectivo arranjo, ressentiu-se e acabou traindo o piloto. A F1 Atlantic Team não contava que, uma semana depois, o catamaran de Benavente deixasse de trabalhar... “Quer nos treinos, quer nas corridas, se tudo correr de feição, andamos sempre na disputa pelos lugares cimeiros”, diz. Só que, nesta última prova, quando ocupávamos a sexta posição, em luta directa com o Philippe Dessertenne, eis que o motor do barco parou. O piloto recorda o que aconteceu: “Não foi um problema mecânico, mas eléctrico. Depois de se ter afundado no GP de Abu Dhabi, o sal pregou-nos esta partida... o que resultou no abandono, à oitava volta”.
Mas a culpa dos fracos resultados obtidos na temporada 2005 não é atribuída apenas à falta de sorte, mas “a um conjunto de circunstâncias”. Benavente confessa a intenção de trocar de barco no início da época, mas não o fez. A embarcação continua rápida, “mas já está muito velha”. O material acabou por ter grande influência. “Quando tudo corria bem, rodámos sempre em sexto ou sétimo, mas a fiabilidade não foi a melhor...”, logo, os resultados não podiam ser muito positivos”. Termina na 14.ª posição. Ao invés das habituais 10 provas, 2005 contou somente com seis, sendo que não pontuou em metade, devido a uma desclassificação por falsa partida (ainda não provada) e a duas desistências. “É um ano para esquecer”, sustenta.Terminado “o pior ano, no que concerne a resultados”, o campeão do Mundo e da Europa de F4 mostra-se desejoso que a próxima época desportiva comece, onde promete dar tudo. O piloto deseja que 2006 seja favorável a novos e bons ventos. Confiante, Benavente vai já dar que falar no Campeonato de Inverno, que tem início a 6 de Janeiro, no Dubai.
Para a classe rainha, o piloto oito vezes campeão nacional de F4 admite que em 2006, “já com mais experiência, algo importante na F1”, vai em busca de uma das seis posições cimeiras e até, quem sabe, de uma vitória num GP: “O investimento foi feito e, com muito esforço, vamos à procura de um temporada positiva”. A estrutura já foi reforçada, novos materiais vão agora acompanhar a equipa nesta caminhada pelo Campeonato Mundial.
Por cá, arrecadou as duas contendas do Campeonato Ibérico. Uma participação que muito prazer lhe deu, já que correu em águas nacionais. “Uma presença que aconteceu com a intenção de nos divertirmos e de mostrar o que temos feito na Fórmula 1, a nossa equipa, os nossos patrocinadores”.
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