terça-feira

GNR terá comprado carros topo de gama com tráfico de droga

Jornal "Diário de Notícias", de 19 de Dezembro de 2008

O elemento da Guarda Fiscal da GNR que foi detido na quarta-feira por colaborar com uma rede de tráfico internacional de droga terá comprado dois carros topo de gama com o dinheiro obtido através da prestação de serviços nestas negociações ilícitas. "Este guarda exerce funções de base [o equivalente ao antigo soldado], cujo salário não daria para adquirir bens de luxo", disse ao DN fonte próxima da investigação que levou ao desmantelamento da rede que tem ligações à Camorra - a mafia napolitana.
No mesmo dia em que foi detido o GNR, a PJ apanhou também um empresário da Marinha Grande que trabalha no ramo automóvel e que, segundo fonte da Judiciária, é um dos cabecilhas desta rede que foi sendo des- mantelada em três acções integradas na "Operação Escorpião". Ao todo, foram apreendidas cerca de 15 toneladas de haxixe e detidos 18 indivíduos. Além destes dois portugueses, já tinham sido apanhados 16 sujeitos que ficaram em prisão preventiva.
Segundo a mesma fonte da Direcção Central de Investigação do Tráfico de Estupefacientes (DCITE) da PJ, dos 16 traficantes, "um pertence à Camorra napolitana e, para fazer parte desta organização, é seguramente um indivíduo com muito peso nesta organização da qual o empresário português é um dos cabecilhas".
A este homem de 36 anos, a PJ apreendeu nove carros que a investigação irá apurar se foram adquiridos com o dinheiro resultante do tráfico de haxixe ou não. O mesmo irá ainda ser confirmado em relação aos dois veículos de alta cilindrada que pertencem ao guarda a quem cabia o papel de fiscalizador das operações, no sentido de evitar que fossem abortadas pelas forças de segurança.
Mas nem este controlo feito pelo militar de 40 anos, que há 15 trabalha na Guarda Fiscal da GNR de Sesimbra, evitou que esta rede - constituída por indivíduos portugueses, espanhóis, franceses e marroquinos - se fosse desmoronando. As investigações prosseguem para apurar mais detalhes sobre esta organização, mas a PJ acredita que com estas duas detenções terá sido dada a machadada final na actividade desta rede.
Ao longo de mais de meio ano, a PJ contou com a colaboração das suas congéneres estrangeiras e das restantes forças de segurança portuguesas, nomeadamente da GNR que procedeu à detenção do militar.


Isaltina Padrão

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