segunda-feira

Volta Às Origens

Jornal “Boqueirão” (São Paulo, Brasil), 21 de Maio de 2006

Portugal é um dos primeiros países da Europa. Se você quer relaxar, procure as pequenas vilas, espalhadas pelo território luso, dentro de antigas muralhas ou no meio da natureza ainda selvagem. Portugal é um país com uma excelente tradição histórica e cultural. Hotéis e resorts dão todo conforto ao visitante. Já imaginou o rigor monástico de um convento do século 12 adaptado a hotel, onde a decoração, confortável e sofisticada responde ao design moderno ou um moderno estádio construído para a Euro 2004, onde se contempla um anfiteatro rupestre?
O País herdou marcas de muitos lugares e culturas e um jeito natural para juntar o antigo e o moderno, tradicional e contemporâneo. Nas festas de Senhora da Agonia, em Viana do Castelo, ou nas danças dos pauliteiros de Miranda vivem também as mais arraigadas tradições. Mas também em artes como o fado ou o rock, o povo gosta de ser inovador.
Gozando de temperaturas primaveris no inverno e de verões refrescados pela brisa atlântica , a Costa de Lisboa, na costa sudoeste, oferece uma rica e impressionante diversidade. Capital de Portugal desde a sua conquista aos Mouros em 1147, Lisboa é uma cidade lendária com mais de 20 séculos de história.
Um céu radioso ilumina a cidade monumental, com fachadas de azulejos e estreitas ruas medievais, onde à noite se pode ouvir o fado. Lisboa é também o palco de festas populares, local de compras especiais, divertida vida noturna, e interessantes museus, uma cidade com várias opções. Não muito longe, o charme da Serra de Sintra convida-o a passear nas carruagens de cavalos e a apreciar as maravilhosas casas de quinta, com séculos de história, à medida que se aproxima do Palácio da Pena, um fabuloso exemplo de arquitetura Romântica que preserva a atmosfera de residência real.
Um pouco mais longe, fica o Convento de Mafra, as belezas costeiras a caminho de Cascais, a verdejante Serra da Arrábida e a pitoresca Sesimbra, o Estuário do Sado e as aristocráticas Quintas de Azeitão. Dirigindo-se para o Sul, as praias azul e ocre da Costa Alentejana abrem-lhe a paisagem para o Atlântico.

sábado

Mais tempo para o futuro

“Agência Ecclesia”, 10 de Maio de 2006

A Associação Meninos de Oiro, Associação para a defesa dos direitos da Criança de Azeitão e Setúbal, promove dia 15 de Maio a III Conferência Meninos de Oiro, a realizar no Centro Cultural de Belém, em Lisboa. A III Conferência Meninos de Oiro com o tema “Mais tempo para o Futuro” inicia-se às 9h30 e conta com a presença de algumas figuras de relevo no que respeita à defesa dos direitos das crianças: Luís-Villas Boas, director do Refúgio Aboim Ascensão, Armando Leandro, Presidente da Comissão Nacional de Protecção de Crianças e Jovens em Perigo, Catalina Pestana, Provedora da Casa Pia de Lisboa, Laurinda Alves, Jornalista, Manuel Pina, Presidente da Unicef.
Ao longo deste dia serão debatidos temas relacionados com a falta de tempo que a Sociedade, e muito particularmente a Família, tem para as suas Crianças. Suas causas, suas consequências? Haverá maneira de contornar este problema que atinge toda a sociedade e que se está a tornar dramático? Estaremos nós a hipotecar o Futuro?

Prolongada discussão pública sobre Mata de Sesimbra

Jornal “Expresso”, 5 de Maio de 2006

A Câmara de Sesimbra decidiu prolongar o processo de consulta pública do Plano de Pormenor Sul da Mata de Sesimbra (PPSMT) na sequência do anúncio da providência cautelar avançada por José Sá Fernandes, em nome de um grupo de cidadãos (noticiado pelo EXPRESSO na edição de 22 de Abril).
O Processo será reaberto por mais 45 dias e contará com documentação que não foi disponibilizada anteriormente aos cidadãos, tais como os pareceres da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDRLVT) e da Direcção Geral de Turismo (DGT) .
O EXPRESSO apurou que além do parecer negativo da CCDRLVT, e de três organizações ambientalistas nacionais, PPSMT recebeu também um parecer muito condicionado da DGT. Esta entidade considera que «do ponto de vista do turismo, a proposta de plano deverá ser reformulada» e argumenta que «não houve a necessária ponderação quanto à dimensão do empreendimento e à viabilidade económica das propostas, encaradas globalmente no contexto do local (Mata de Sesimbra) do concelho e da região. Refira-se a título de comparação, que o Complexo do Tróia prevê um total de 15 mil camas», quando o PPSMS ( projecto da Pelicano) prevê 30 mil ao que se somam mais 15 mil do PP Norte da Mata de Sesimbra (projecto da Herdade da Apostiça), em processo mais atrasado.
Tal como a CCDRLVT, a DGT considera «estar por demonstrar, mesmo com as propostas de Plano de Acessibilidades, a capacidade do concelho e da região acolherem um acréscimo de ocupação turística desta ordem». E não há garantias de que o Projecto de Acessibilidades seja aprovado e executado na integra, uma vez que ainda não teve luz verde das Estradas de Portugal. Paradoxalmente, o Plano Director Municipal de Sesimbra prevê um máximo de 89 mil novas camas turísticas no concelho, num total de 31.800 unidades de alojamento, o que equivale ao dobro do que está projectado só para a Mata de Sesimbra (45 mil camas). «O Concelho Sesimbra não comporta mais de 40-50 mil camas e cada empreendimento terá que reduzir a sua dimensão em 30%», afirma o presidente da CCDRLVT, Fonseca Ferreira, em declarações ao EXPRESSO. Fonseca Ferreira adianta que para o PPSMT ter parecer favorável terá que «reduzir a densidade do empreendimento, eliminar um aldeamento em corredor secundário da reserva ecológica e proceder a um faseamento da execução das acessibilidades, dos equipamentos e dos aldeamentos que não está garantido a 20-25 anos». A CCDRLVT reunirá com a Câmara de Sesimbra na próxima segunda-feira para ultrapassar as divergências existentes.

Carla Tomás

Sá Fernandes defende suspensão do Plano de Pormenor Sul da Mata de Sesimbra

Jornal “Público”, 24 de Abril de 2006

O advogado José Sá Fernandes quer avançar com um providência cautelar para suspender o Plano de Pormenor Sul da Mata de Sesimbra (PPSMS), argumentando que a informação disponibilizada durante o processo de discussão pública, que termina hoje, foi insuficiente.
"Esta discussão pública não deve ser considerada válida porque a informação disponibilizada foi insuficiente. É preciso esclarecer todos os impactos que os empreendimentos turísticos e os campos de golfe previstos vão ter na cidade de Sesimbra, nas estradas e das praias", sublinhou o advogado e vereador da câmara de Lisboa.

Até ao esclarecimento dos impactes, o PPSMS deve ser suspenso, defende Sá Fernandes. "É preciso abrir uma nova discussão pública, bem feita, em que todos os efeitos negativos sejam avaliados. Por exemplo, quais serão as consequências de ter mais 30 mil pessoas a consumir água nesta região?" questionou.
O advogado lembrou que a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR-LVT) já deu parecer desfavorável ao Plano de Pormenor e salientou que deveria ser feita, nesta fase, uma avaliação de impacte ambiental."Se este Plano de Pormenor for aprovado, vai ser difícil chumbar depois estes projectos na fase de avaliação de impacte ambiental, porque já estão previstos", explicou.
A providência cautelar deverá ser entregue sexta-feira no Tribunal Administrativo de Setúbal.
O presidente da câmara de Sesimbra, Augusto Pólvora, discorda dos argumentos apresentados e justificou que era impossível fazer uma avaliação de impacte ambiental do Plano de Pormenor porque não está transposta a directiva comunitária que regula esta matéria.
"Legalmente, não o poderíamos fazer. Mas fizemos um estudo ambiental, com o mesmo formato e que implica uma visão global de todo a área do plano, ao contrário da visão casuística que estava estabelecida no Plano Director Municipal (PDM)", adiantou.
Augusto Pólvora acrescentou que o parecer da CCDR-LVT está disponível nos locais de consulta do PPSMS e só não foi colocado na Internet, no sítio de consulta pública on-line, porque não estava digitalizado.
Findo o período de discussão pública, o PPSMS terá ainda de ser submetido a novo parecer da CCDR-LVT. Só se o parecer for favorável poderá ser ratificado em Conselho de Ministros, sendo esta validação obrigatória porque altera o PDM em vigor.
O projecto da Mata de Sesimbra, promovido pela imobiliária Pelicano, é o primeiro de uma série de empreendimentos que a One Planet Living (entidade parceira da WWF) pretende desenvolver nos cinco continentes para mostrar que é possível construir habitações e espaços de lazer sem prejudicar o ambiente.
O PPSMS contempla a implantação de uma "eco-cidade" com oito mil alojamentos e capacidade para 30 mil pessoas.As associações portuguesas Quercus, Liga para a Protecção da Natureza e Geota deram parecer desfavorável ao empreendimento, considerando que os aspectos negativos suplantam os positivos.

Sopa “molecular” dá prémio a Portugal

Jornal “Diário de Notícias”, 4 de Abril de 2006

Esferas de sopa de peixe sobre algas verdes, com sabor a amêijoas à Bulhão Pato.
Foi este prato que deu a cinco cientistas-cozinheiras portuguesas o primeiro prémio do I Encontro Ciências & Cozinha que decorreu em Paris na sexta-feira, sob os auspícios do professor francês Hervé This, nome maior da gastronomia molecular em todo o mundo, com a participação de concorrentes de vários países.
A equipa nacional era formada por Maria Loureiro Dias, Catarina Prista, Margarida Guerreiro e Paulina Mata (estas duas últimas colaboradoras da página Boa Vida, onde publicam quinzenalmente artigos sobre gastronomia molecular), professoras da Universidade Nova de Lisboa ou do ISA e participantes no Ciência Viva. E ainda a arquitecta paisagista Joana Moura, uma entusiasta da cozinha, já com curso no Cordon Bleu.
Os pratos a concurso estavam divididos entre "chefes de cozinha", "escolas" e "amadores". As cientistas portuguesas ganharam nesta última categoria. O Mar Imaginário foi o tema do Encontro (bem apropriado ao prato que elas apresentaram) que visou desafiar a comunidade científico-gastronómica para o uso de espessantes alimentares de origem natural na inovação culinária.
Paulina Mata explicou ao DN que a receita foi desenvolvida em colaboração com o chefe Luís Baena (Quinta de Catralvos, Azeitão), sendo dele a sopa de peixe que, após ser congelada "foi revestida por um alginato, com o interior a permanecer líquido". Já as "algas" resultaram da mistura do líquido que se desprende das amêijoas com o de espinafres e coentros", usando-se agar agar para dar a consistência gelatinosa.
O prato foi testado entre diversos apreciadores amigos, entre os quais Maria de Lourdes Modesto (uma surpresa para quem acha que a defesa da cozinha tradicional não pode conviver com a vanguarda) e o júri, presidido por Hervé This, baseou o seu veredicto na "originalidade e mérito científico do trabalho apresentado" pela equipa portuguesa. Um bom estímulo para estas cientistas, que prometem, para Junho, cursos no ISA sobre cozinha molecular.

Peixe fresco levado a casa de clientes cibernautas

“Jornal de Notícias”, 20 de Fevereiro de 2006

E se em vez de ir à peixaria ou ao mercado adquirir o peixe de que precisa, este lhe fosse entregue em casa, já amanhado e cortado, e sem custos acrescidos? Este foi o ponto de partida de dois amigos, naturais de Sesimbra, que desde Janeiro exploram uma empresa virtual - a Fixe em Casa, Lda - que se dedica à compra, arranjo e entrega gratuita do pescado fresco onde o cliente quiser, na área da Grande Lisboa, mediante uma encomenda prévia.
A ideia nasceu do facto de um dos sócios, Manuel Cardoso, estar ligado a uma cooperativa de venda de peixe e ter por hábito distribuir algum do pescado pelos amigos. "Começámos a ter muitas solicitações e, por isso, pensámos em apostar seriamente nesta área", explicou ao JN Miguel Zegre, outro dos sócios, mais ligado à parte informática do negócio.
Os interessados poderão consultar o catálogo de peixes bem como o respectivo preço em www.peixefresco.com.pt e fazer a encomenda por e-mail ou através do número de telemóvel disponibilizado para o efeito. Os pedidos terão que ser feitos até às 17 horas de cada quinta-feira, para que o peixe seja entregue, onde o cliente quiser, na área de Lisboa, na sexta-feira ou sábado.
De acordo com o mesmo responsável, o peixe é comprado na Docapesca, em Sesimbra, e é amanhado e cortado num armazém pertencente à cooperativa ao qual está ligado Manuel Cardoso. A distribuição é depois feita com recurso a uma carrinha frigorífica comprada pela empresa para o efeito.A média semanal de entregas tem sido de 20, mas Miguel Zegre afirma que a empresa tem capacidade para responder a 80 encomendas. No futuro, os dois sócios gostariam de ter um "espaço físico onde o cliente pudesse levantar as encomendas", bem como um armazém próprio, acrescenta.
Em relação ao preço de venda, Miguel Zegre explica que tentam vender o peixe "10% abaixo do preço do mercado". "Nós nunca perdemos, porque não temos mercadoria em stock. Só compramos consoante as encomendas", afirma, frisando que o pagamento é feito no acto da entrega.
Se o cliente não ficar satisfeitos e reclamar, "o produto será substituído ou devolvido o dinheiro", garante Miguel Zegre. "Até ao momento, não tivemos reclamações".
Números
20 encomendas: Média semanal de actividade da empresa que, contudo, afirma ter capacidade para responder a 80 pedidos. O objectivo é arranjar um local onde o cliente possa levantar o peixe.
2 dias: As entregas são feitas às sextas-feiras e sábados no local onde o cliente quiser, embora limitadas à área da Grande Lisboa. A empresa aposta sobretudo em angariar clientes na capital.