domingo

Chaîne des Rotisseurs apadrinhou "O Canhão II"

Jornal “O Sesimbrense”, 27 de Outubro de 2006

No passado dia 21 de Outubro, teve lugar no Restaurante “O Canhão II” uma segunda inauguração muito especial, uma inauguração apadrinhada pela confraria gastronómica e báquica “Chaîne des Rôtisseurs”.
Efectivamente, realizou-se naquele um jantar com o objectivo de apresentar oficialmente o Restaurante “O Canhão II” dos confrades Daniel e Albertina, colocando-o assim nos mais elevados e prestigiados níveis gastronómicos nacionais e mundiais.
O senhor Daniel Piedade e a sua esposa Albertina são há já algum tempo membros desta confraria e convidaram os seus restantes membros para provar as iguarias confeccionadas no seu restaurante uma vez que o facto de estar o seu restaurante associado a uma confraria à escala mundial como é a “Chaîne des Rôtisseurs” é, não só altamente prestigiante, como também mostra a todos que Sesimbra tem bons restaurantes e com uma gastronomia de excelência.
Ao convite responderam vários confrades que, sendo gastrónomos exímios, não puderam deixar de provar as delícias que se confeccionam no nosso concelho. Dado que esta é uma confraria que reúne vários países estiveram presentes, além do presidente do Bailiado Nacional de Portugal, Sr. Aníbal Soares, confrades portugueses, franceses, finlandeses, entre outros, que ficaram deliciados, não só com a maravilhosa ementa apresentada mas também verdadeiramente impressionados com a arte de bem receber dos anfitriões, que além da parte gastronómica proporcionaram ainda aos convidados um relaxante momento musical.Na sua ementa o anfitrião privilegiou os produtos regionais e o que de melhor se produz no nosso concelho, ou, nas palavras do próprio Daniel Piedade, “os produtos da nossa terra”.
Mas a vinda da “Chaîne des Rôtisseurs” a Sesimbra teve também outro objectivo, igualmente prestigiante para o nosso Concelho. De facto, esta visita serviu para os confrades provarem uma ementa que ganhou o campeonato Mundial Gastronómico da “Chaîne des Rôtisseurs” que decorreu este ano na Austrália e que foi ganho, nem mais nem menos, do que por um dos chefes que trabalham em Sesimbra, na cozinha do restaurante do Sesimbra Hotel & Spa, o jovem chefe Artur Carneiro.
No jantar esteve também presente o Presidente da Câmara Municipal, Augusto Pólvora, que disse a “O Sesimbrense” que estes eventos são muito importantes para Sesimbra uma vez que a colocam no roteiro da gastronomia à escala nacional e mundial, sendo um grande orgulho ter um sesimbrense com esta projecção. O presidente realçou o papel que os restaurantes têm na divulgação dos produtos eminentemente regionais e, consequentemente, no desenvolvimento económico do nosso concelho.
Realmente, não pode deixar de se referir que são eventos deste tipo que trazem a Sesimbra turismo de qualidade e que contribuem para a projecção do nosso concelho a uma escala global. Foi uma iniciativa muito interessante e, pode dizer-se com segurança que no nosso concelho existem mais restaurantes que estão também ao nível de uma confraria como a “Chaîne des Rôtisseurs”.

Carmen Rosa

Setúbal, Palmela e Sesimbra entregam amanhã providência cautelar

Jornal “Sol”, 2 de Novembro de 2006

Esta sexta-feira, Setúbal, Palmela e Sesimbra entregam em Almada uma providência cautelar contra os testes de co-incineração que poderão ter início em breve, na cimenteira da Secil no Outão, em pleno Parque Natural da Arrábida.
Segundo fonte da Câmara Municipal de Palmela contactada pelo SOL, representantes eleitos das três autarquias vão amanhã entregar o documento no Tribunal Administrativo de Almada, pelas 13h30.
Durante a tarde, a partir das 15h, uma manifestação apoiada pelas três edilidades irá decorrer frente ao Governo Civil de Setúbal.
As iniciativas anunciadas decorrem na sequência da atribuição de uma licença à Secil, no passado dia 24 de Outubro, para a realização de testes de co-incineração de resíduos industriais perigosos.
A cimenteira do Outão, escolhida pelo Governo com um dos dois locais onde se irá efectuar a queima de lixo perigoso, está localizada dentro do Parque Natural da Arrábida, às portas de Setúbal e próximo de praias e de um parque de campismo.

Pedro Guerreiro

Foi Você que pediu um topo de gama?

Jornal “Diário de Notícias”, 7 de Novembro de 2006

Pode uma empresa com a tradição e a fama da José Maria da Fonseca (JMF) não ter um "topo de gama"? Será que deter marcas conhecidíssimas dos portugueses como o Periquita ou o BSE ou o Pasmados, para já não falar dos moscatéis, é suficiente para garantir um lugar de prestígio no mundo dos vinhos portugueses? A resposta não é fácil, porque há quem preze a consistência e as boas relações qualidade/preço e outros há que só se deixam impressionar com os "grandes vinhos", de preço elevado, para serem bebidos em ocasiões especiais. Ao que parece, a JMF decidiu resolver a questão há cerca de dois anos, quando criou a marca Hexagon, da colheita de 2000, só vendida em garrafas magnum (1,5 l), o que asseguraria melhor envelhecimento do que em garrafa normal de 0,75 l. Porém, apesar de ter sido apresentado como o "topo de gama" entre as muitas marcas que a empresa possui, o vinho ficou aquém das expectativas, embora ainda possa vir a ser beneficiado pelo tempo.
Agora, a JMF acaba de lançar o Hexagon 2003 e é notório o salto de qualidade que o vinho deu, estando desta vez também disponível em garrafas de 0,75 l. Num jantar de apresentação à imprensa, o enólogo Domingos Soares Franco (que, juntamente com o irmão, António, representa a sexta geração da família a conduzir os destinos da JMF) admitiu que "corrigiu a mão" e, de facto, apesar de estagiar um ano em meias pipas novas de carvalho francês, o Hexagon 2003 apresenta a madeira muito bem integrada, sem ocultar nada da sua complexidade e elegância. Esta afinação poderá ter ocorrido também nos lotes das seis castas utilizadas (que justificam o nome do vinho), num processo que Domingos Soares Franco promete ter continuidade na já prevista colheita de 2005.
À boa receptividade que o vinho obteve não foi certamente alheio o óptimo jantar que o chefe Fausto Airoldi (restaurante Pragma, Casino Lisboa) preparou especialmente na adega da JMF em Azeitão. E que começaria com uma surpresa. um novo branco Verdelho, que Domingos Soares Franco integrou na série da sua Colecção Privada. A casta é a mesma que se usa na região espanhola de Rueda, mas foi a sua expressão nos vinhos australianos que impressionou o enólogo. Exuberante no nariz, um pouco curto na boca, este verdelho acompanhou os três primeiros pratos: bombom de foie gras com geleia de moscatel de Setúbal e flor de sal, um escabeche de perdiz com gema de ovo a baixa temperatura, espesso de vinagre de cidra e um risotto de baunilha com carabineiro suado à moda de Peniche e pack choy. Três pratos soberbos que demonstram o grande nível técnico de Fausto Airoldi, que, mesmo fora da sua cozinha, conseguiu um domínio absoluto sobre tempos de cozedura e equilíbrio de ingredientes.
O mesmo aliás aconteceria com o prato de carne que acompanhou o Hexagon, um filete de veado em crosta de citrinos com salteado de batata, castanhas e cebolinhas caramelizadas, legumes verdes da época ao vapor. Para terminar, outro membro da Colecção Provada, um moscatel de Setúbal de 2000, que utiliza armagnac, para fazer frente a um bolo de chocolate sem glúten sobre praliné de azeitona preta com gelado de pimenta selvagem de Madagáscar e ginjas tépidas em seu xarope.
Uma refeição memorável para celebrar um vinho que, esperemos, marcará a entrada definitiva da JMF nos tais "topo de gama", dando à região da península de Setúbal mais uma marca de grande prestígio. E que, segundo o enólogo, envelhecerá bem nos próximos 15 anos.
Duarte Calvão

Setúbal, Sesimbra e Palmela tentam “travar” co-incineração

“Jornal de Notícias”, 3 de Novembro de 2006

As autarquias de Setúbal, Sesimbra e Palmela entregaram, às 14:00, no Tribunal Administrativo e Fiscal de Almada, uma providência cautelar para tentar travar os testes de co-incineração na cimenteira da Secil na Arrábida.
A presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira, o presidente da Câmara de Sesimbra, Augusto Pólvora, a vice-presidente da Câmara de Palmela, Adília Candeias, e o advogado Castanheira Barros estiveram presentes na entrega da providência cautelar.
A decisão das três autarquias surgiu na sequência da atribuição do licenciamento da Secil - no passado dia 24 - para proceder à realização de testes de co-incineração de lixos industriais perigosos.
Os autarcas acreditam que o pedido de impugnação do despacho do Ministério do Ambiente, que isentou a Secil de nova avaliação de impacto ambiental, deverá prevalecer sobre o eventual interesse público que venha a ser invocado pelo Governo, como aconteceu em Souselas (Coimbra).
O Ministério do Ambiente já anunciou que vai travar os efeitos suspensivos da providência cautelar. "Vamos tomar a mesma [reacção] que tomámos no caso da providência de Coimbra", afirmou o secretário de Estado do Ambiente, Humberto Rosa.