terça-feira

Como rentabilizar o nosso património

Jornal "O Setubalense", de 3 de Dezembro de 2008

O projecto faz um levantamento dos equipamentos turísticos existentes na região e dos locais com potencial para compor circuitos turísticos, sugerindo também algumas utilizações para o património natural e arquitectónico que está sub-aproveitado.
No que diz respeito à hotelaria, a região “está bem”, mas “pode ser melhorada”, destacando-se as pousadas de São Filipe e de Palmela, revela o estudo.
Quanto à restauração, Sesimbra está “muito bem” e em Palmela, o restaurante da pousada e o “Retiro Azul” “cobrem as necessidades”. Setúbal também tem uma grande oferta de restaurantes médios e de muitas casas de pasto que servem bom peixe e marisco, no entanto, faltam os restaurantes de referência.
De acordo com a pesquisa, a nossa gastronomia, baseada no peixe e no marisco, tem qualidade e atrai muitos visitantes, sendo uma importante mais valia e um grande cartaz turístico.
Realçando a qualidade dos nossos vinhos e queijos, nomeadamente em Azeitão, Quinta do Anjo e Palmela, o projecto sugere que se criem caminhos do queijo e do vinho e a organização de circuitos turísticos especializados com visitas a adegas e queijarias. Sugerem também a organização de refeições em adegas e provas de vinhos, sem esquecer a nossa doçaria que também se deve incluir em circuitos turísticos.
Também as fábricas de azulejos e outro tipo de cerâmicas e trabalhos em pedra, em Azeitão e Quinta do Anjo devem fazer parte dos circuitos turísticos a criar, uma vez que constituem motivo de interesse para os visitantes, especialmente estrangeiros.
O estudo alerta para sítios arqueológicos nos três concelhos que necessitam de intervenção urgente, tal como as Ruínas Romanas nas duas margens do Sado e o Convento de Jesus, que “poderia ser o ex-libris da cidade” e que precisa de grandes obras, tanto no seu interior como no largo fronteiro.
Em bom estado estão dois castelos árabes e um forte espanhol, tal como a Quinta da Bacalhôa, “um exemplo do renascimento na nossa região” que atravessa um período de obras de conservação.
Para incluir em circuitos de visitas a pé, os alunos sugerem locais como a Porta de S. Sebastião, a Mouraria e a Judiaria, as Igrejas de Santa Maria e de São Julião, a Casa do Espírito Santo (Museu do Barroco) e ainda o Mercado do Livramento e a Casa das Cabeças, na rua Fran Pacheco. Esta visita é, presentemente efectuada pelo Museu do Trabalho. A área dos moinhos na Serra do Louro em Palmela e a Doca dos Pescadores em Setúbal são outros dos pontos dignos de visitação. Também a visita da zona antiga de Sesimbra é interessante e faz-se igualmente a pé, indicam.
As sugestões vão também no sentido de dar usos ao património que está actualmente em degradação. O Regimento de Infantaria nº 11, é, para os alunos, o espaço ideal para a criação de um núcleo museológico, juntando os museus Oceanográfico, Arqueológico e da Cidade. Dispondo ainda de um espaço para exposições temporárias, auditório cafetaria e biblioteca.
A localização invejável do Convento de Brancanes possibilitaria a instalação de uma excelente unidade hoteleira. De igual forma, o Convento de São Francisco que se encontra quase completamente destruído podia ser recuperado para ser aproveitado como pousada ou similar. Junto à praia, o Forte de Albarquel, poderia ser transformado numa pousada de juventude.
A Bateria de Artilharia de Costa, na Serra da Arrábida, cuja situação actual se desconhece, poderia ser aproveitada para fins turísticos, dada a sua localização privilegiada.
Relativamente ao Parque Natural da Arrábida, os alunos apelam à Direcção uma abertura diferente relativamente às comunidades circundantes e aos visitantes ocasionais, propondo a criação de serviços de recepção e interpretação do Parque, de onde partiriam os diferentes trilhos. Podiam ser construídos abrigos para observação da fauna local, assim como pequenas estalagens, cafetarias e instalações sanitárias.


Vera Gomes

Sem comentários:

Enviar um comentário