domingo

Deixou a PSP para ir à pesca

Jornal "Diário de Notícias", 24 de Novembro de 2007

Não andou a correr atrás de ladrões nem a vigiar suspeitos. E ser polícia não foi um daqueles sonhos de criança, que quase todos os rapazes já tiveram: ser polícia ou bombeiro. Entrou para a PSP aos 36 anos, já com posto de oficial obtido no Exército. O número dois da PSP, superintendente-chefe António Chumbinho, deu há um mês um passo ao lado e retirou-se de serviço, precisamente na véspera do seu 65.º aniversário. Agora com tempo livre, vai dedicá-lo à pesca e à família, confidenciou ao DN o ex-director nacional adjunto da PSP.

"Quando era miúdo queria ser maquinista de comboios", recorda o oficial, nascido em Grândola no dia 18 de Outubro de 1942. "Quando terminei o liceu, que fiz em Setúbal, decidi seguir a carreira militar. Tinha 19 anos quando ingressei na Academia Militar, em Lisboa, em 1962, para fazer a licenciatura", contou António Chumbinho.

Fez duas comissões de serviço como comandante de companhia em Moçambique e na Guiné, esta última interrompida quando ocorreu o 25 de Abril de 1974, regressando a Portugal em Outubro. Em 1978 foi convidado e fez duas comissões de serviço na PSP de Setúbal como segundo comandante distrital e depois como comandante. Transitou de tenente-coronel do Exército para intendente da PSP, onde ingressou definitivamente em 1987, no comando de Lisboa. Ascendeu na carreira até se tornar no número dois na hierarquia da PSP.

"Trabalhei até ao dia 17 de Outubro e no dia 18, quando fiz 65 anos, é que já não fui. Foi uma missão como qualquer outra, a de me retirar de serviço. Poderia ter saído antes, talvez há cinco anos - fiz 45 de serviço efectivo no Exército e na PSP - mas preferi continuar, porque não tinha outros projectos particulares e estava agarrado ao serviço público", explicou.

Casado, António Chumbinho, que mora em Azeitão (Setúbal), perto dos seus dois filhos e dos quatro netos, diz estar ainda "num processo de reorganização". E quanto ao ao futuro? "Vou estar mais disponível para a vida familiar e alguns entretenimentos. Gosto de ir à pesca. Antes já ia, mas pouco, porque me faltava o tempo. Trabalhava muitas horas, em média, 12 por dia."

"Quero dar especial atenção à família, que a vida activa na PSP condicionava muito. Nunca conseguia almoçar nem jantar com a minha mulher, porque chegava a casa muito tarde. Foi sempre ela que me deu apoio. Agora é tempo de ser eu a fazê-lo", concluiu.


Daniel Lam

Manuel Vilarinho acusado de tentar atropelar bombeiros

Jornal "Diário de Notícias", 7 de Outubro de 2007

Uma equipa de cinco elementos dos Bombeiros Voluntários de Setúbal ameaça apresentar uma queixa-crime contra o ex-presidente do Benfica Manuel Vilarinho, acusando-o de os ter impedido de entrar na sua propriedade, em Azeitão, para apagarem um incêndio, ao fim da tarde de sexta-feira. Adiantam que o proprietário da Quinta de Santiago os "insultou, tentou atropelar e ameaçou disparar contra eles". Manuel Vilarinho confirma que o incidente ocorreu, desmente aquelas acusações e recusa dar mais pormenores do caso.
O comandante da corporação, Paulo Sedas, confirmou ao DN que, "pouco antes das 18.00, foi recebida uma chamada relatando um foco de incêndio no perímetro do Parque Natural da Arrábida. Seguiram para o local um veículo de combate a incêndios florestais e cinco bombeiros".
O mesmo responsável recusou adiantar mais pormenores sobre o que sucedeu depois, "enquanto não se souber exactamente em concreto o que de facto aconteceu".
Um elemento da corporação, que preferiu não se identificar, declarou à Lusa que Manuel Vilarinho "tentou impedir a intervenção dos bombeiros, que se preparavam para apagar uma queima de sobrantes florestais, que ameaçava transformar-se num foco de incêndio, que poderia propagar-se à serra da Arrábida".Além disso, "insultou-nos, tentou atropelar-nos com uma motoquatro e ameaçou dar-nos um tiro com uma caçadeira, que nunca chegou a exibir", disse o mesmo bombeiro.
A confusão foi tanta, que compareceram no local elementos da GNR. Identificaram o dono do terreno e o chefe dos bombeiros que ali se encontrava de serviço. Fonte da GNR referiu que "a queima era de pouca monta e o proprietário tinha tomado as medidas necessárias para prevenir qualquer foco de incêndio".

Daniel Lam

Seis obras de arte pública criadas ao vivo no castelo

"Jornal de Notícias", 10 de Outubro de 2007

A pedra da região de Sesimbra não serve apenas para brita. É também matéria-prima para obras de arte. Prova disso são as seis esculturas expostas no castelo e que foram elaboradas ao vivo por sete artistas entre os dias 15 e 30 do mês passado. No âmbito da iniciativa "Escultura ao Vivo", promovida pela Câmara local, as obras vão, em breve, embelezar espaços públicos do concelho. "É um balanço extremamente positivo para os artistas, que deixam aqui a sua obra, e para Sesimbra que aumenta o seu património cultural e artístico", avançou ao JN o comissário da exposição, Carlos Bajouca. O escultor, de 51 anos, salienta que estes novos monumentos demonstram que "a pedra da região não serve só para calçada e gravilha". Sobre a obra "A Pesca do Espadarte", que construiu em conjunto com o cubano Hans Varela e que irá para a rotunda do Marco do Grilo, à entrada da vila, Carlos Bajouca realça que é "uma forma de homenagear os pescadores e a pesca do espadarte". Já o escultor Hans Varela, de 40 anos, frisa que a obra "representa Sesimbra em todo o seu esplendor". A mesma opinião tem Beatriz Cunha, de 48 anos "Foi tudo feito a um nível muito elevado em termos de convívio. E o local é maravilhoso", salienta a escultora que construiu uma "Alauda", que em latim significa Cotovia, a localidade para onde vai a peça. "É uma escrita musical, de fio ao vento, uma espécie de canto", descreveu. "Terra Mar" é o nome da escultura elaborada por João Antero, de 58 anos. "Na mesma pedra existe a terra e o mar, com um elemento orgânico no meio, uma árvore, que tenta representar o nascimento", salienta o professor, cuja obra será colocada no Parque Urbano da Quinta do Conde. "Foi uma iniciativa enriquecedora a todos os níveis", concluiu João Antero. Moisés Preto Paulo, 44 anos, elaborou "Severo Preto - O Homem do Leme", uma peça que será transferida para a nova marginal de Sesimbra. "Trata-se de uma homenagem à população local", disse o autor. Aplaudindo a iniciativa, Moisés Preto Paulo recorda que a iniciativa permitiu mostrar à população "como se fazem obras com escalas de exterior". "As pessoas têm curiosidade em saber como é que se transforma a matéria e como é que se forma uma obra de arte a partir de um calhau", corrobora João Renato, de 37 anos. Tendo como destino a Quinta do Conde, a peça "Os pioneiros" retrata, segundo o autor, "o surgimento dos primeiros habitantes naquela localidade". A "Homenagem ao Dador de Sangue", que também irá para a Quinta do Conde, foi trabalhada por Nelson Cardoso, de 49 anos. "Simboliza uma mulher sem rosto com o coração a sair", contou ao JN o escultor.

Sandra Brazinha

Meia tonelada de lixos retirada do mar

"Jornal de Notícias", 23 de Setembro de 2007

Mais de 500 quilos de lixo foram retirados ontem do mar de Sesimbra. O XII Encontro de Limpeza Subaquática decorreu junto à Praia do Ouro, no lado poente da vila. Pneus, garrafas, pilhas, frigideiras, um mega grelhador, covos de pesca, chapéus-de-sol, latas de tinta, tubos, plásticos e cordas foram alguns dos objectos encontrados no fundo do mar.
Assinalando o Dia Mundial da Limpeza de Praias, 56 mergulhadores recolheram 510 quilos de lixo, um registo inferior aos 724 quilos retirados do mar no ano passado. "A ideia é sensibilizar as pessoas para a importância da limpeza do meio marítimo", adiantou, ao JN, Luísa Fachada, directora do departamento de educação, cultura e lazer da Câmara Municipal de Sesimbra.
"As pessoas mandam até latas de tinta semi-cheias para dentro da água", lamenta João Ferreira, de 27 anos, membro do Núcleo de Actividades Subaquáticas do Instituto Superior Técnico, que colaborou com a autarquia na organização desta acção. Estreante nestas coisas, o lisboeta conta que encontrou "latas de bebida, garrafas de vidro e papel de jornal", acrescentando que houve também quem recolhesse pneus. "Certas coisas não vale a pena tirar do fundo do mar, porque há peixes pequenos que utilizam esses materiais para fugir dos grandes", considera, numa clara referência a objectos que serviam de habitat para algumas espécies.
A mesma questão preocupa Alexandra Figueiredo, uma professora de Tomar, de 30 anos, que levou até Sesimbra um total de 17 pessoas participantes num curso ligado à arqueologia subaquática. "Tudo o que tem derivantes de prata e mercúrio só polui e não permite que a vida se propague", frisa Alexandra Figueiredo. "Os covos poluem na mesma, mas servem de protecção a certo tipo de animais, permitindo a vida biológica", considera por outro lado.
Em comunicado, a autarquia sesimbrense informa que "uma simples folha de papel pode levar de três a seis meses a deteriorar-se, uma fralda descartável leva 450 anos a desaparecer e uma garrafa de plástico demora 500 anos a decompor-se", alertando assim para o problema da poluição marítima.

Sandra Brazinha

Governo chumba projecto na Mata de Sesimbra

Jornal "Diário de Notícias", 15 de Setembro de 2007

Isaltino de Morais considera "legítima" a decisão do Governo de não reconhecer o acordo que o próprio estabeleceu em 2003, enquanto ministro do Ambiente, com os promotores de um empreendimento turístico na Mata de Sesimbra. Mas ao DN lembrou que essa opção implicará o pagamento de uma indemnização enorme por parte do Estado. O processo, que conheceu ontem mais um episódio, tem mais de 30 anos de história."Na minha altura essa alternativa não existia e o caso estava a ser analisado por um tribunal arbitral internacional. O promotor pedia-nos uma indemnização de 12 milhões de contos (aproximadamente 60 milhões de euros) e não podíamos de forma alguma pagar. Se este Governo pode, ainda bem", afirmou ontem ao DN.
O actual autarca de Oeiras reagiu assim, com ironia, à decisão tomada ontem pelo ministro do Ambiente, Nunes Correia, de considerar "nulo" o acordo estabelecido há quatro anos entre o Estado, a autarquia de Sesimbra, a sociedade imobiliária Pelicano SA e sociedade Aldeia do Meco.
O objectivo inicial dos promotores era construir na zona do Meco, mas essa intenção foi inviabilizada após muitos anos de avanços e retrocessos judiciais. De forma a compensar esses direitos de construção, e depois do assunto ter passado por um tribunal arbitral, foi estabelecido o acordo que transferiu esses direitos de construção do Meco para a Mata de Sesimbra, permitindo ao promotor construir num local diferente.
Agora, ao analisar o milhão de metros quadrados de construção propostos no Plano de Pormenor (PP) apresentado pela autarquia para a zona sul da Mata, o Governo resolveu não aceitar os 315 mil metros quadrados que vêm "transferidos" do Meco. Nunes Correia disse que "o PP só estará em condições de ser aprovado se for deduzida a área". A justificação está no Plano Regional de Ordenamento do Território da Área Metropolitana de Lisboa, que impede grande pressão urbanística neste local de habitats importantes.
Nunes Correia assenta ainda a decisão no facto de o dito acordo, para ser válido, ter de pressupor a existência de um alvará de loteamento originalmente no Meco, emitido apenas no caso de os promotores serem proprietários dos terrenos. Porém, a Aldeia do Meco tinha assinado apenas um contrato de compra e venda sobre a área pretendida. Mais: para inviabilizar a consumação do projecto, em 2000, o então ministro José Sócrates ordenou a aquisição de uma parcela de terreno na área do loteamento do Meco, comprada pelo Instituto de Conservação da Natureza.
Estes argumentos expostos ontem levam o Governo a considerar que o alvará tem "boas razões para ser considerado nulo". Agora cabe à câmara reorganizar o PP e diminuir a sua carga. O DN tentou contactar o promotor mas não teve sucesso.

Rita Carvalho
Susana Leitão

Castelo é ateliê para sete artesãos esculpirem pedra

"Jornal de Notícias", 18 de Setembro de 2007

O Castelo de Sesimbra está a servir de ateliê para sete escultores que, até 30 de Setembro, trabalham ao vivo pedra local transformando-a em esculturas. O Simpósio Internacional de Escultura decorre no âmbito da Sesimbra Art Spaces, Bienal Internacional de Artes Plásticas. "A pedra foi oferecida gratuitamente pelos industriais locais", adianta o comissário da exposição, Carlos Bajouca. Os blocos de brecha, a pedra local, darão lugar a seis esculturas que serão colocadas em diversos espaços públicos do concelho, como rotundas e avenidas. Sobre a obra que está a construir em conjunto com Hans Varela, que será composta por espadartes, Carlos Bajouca, de 50 anos, residente na Aldeia do Meco, salienta que é a maior de todas e que "vai ficar com nove ou dez toneladas". O professor João Antero, de 58 anos, é outro dos escultores que está a trabalhar um bloco de pedra. "É uma obra que vai tratar o mar e a montanha. Estabeleci que este projecto deveria estar de acordo com o meio", conta. Sobre a iniciativa, o escultor de Cucujães diz que "é sempre positivo haver estes encontros de cultura e é uma mais-valia para a terra".
"É sempre uma experiência muito interessante. Estou a ser muito bem recebida e o sítio é lindíssimo", enaltece a única mulher entre os escultores presentes. Beatriz Cunha, de 48 anos, está a criar uma escultura intitulada "Alauda", que quer dizer Cotovia, localidade onde ficará a obra. "É uma evocação do sentido, do tom. É uma espécie de escrita musical", salienta a lisboeta. "Eu vejo a pedra e a partir daí começo a trabalhar e vou decidindo o que fazer", explica, por outro lado, o brasileiro Nelson Cardoso, de 49 anos. Há 27 anos a viver em Colares, este escultor ainda não deu um nome à sua obra, mas frisa que "vai estar relacionada com a vida". O trabalho final vai ser colocado numa rotunda perto da Associação de Dadores de Sangue, na Quinta do Conde. Os trabalhos prolongam-se por mais 15 dias, tempo suficiente para que os escultores possam concluir as obras. Quem quiser assistir à criação das esculturas ao vivo pode visitar o Castelo de Sesimbra todos os dias, até ao fim do mês, entre as 10 e as 13 horas e entre as 15 e as 20 horas.

Sandra Brazinha

Ministério do Ambiente trava projecto da Pelicano em Sesimbra

"Jornal de Negócios", 14 de Setembro de 2007

O Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional (MAOTDR) pronunciou-se hoje contra o projecto Pinhal do Atlântico, que a empresa de investimentos imobiliários Pelicano quer desenvolver em Sesimbra.
O Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional (MAOTDR) pronunciou-se hoje contra o projecto Pinhal do Atlântico, que a empresa de investimentos imobiliários Pelicano quer desenvolver em Sesimbra.
O Ministério "entendeu não estarem reunidas as condições para o reconhecimento da necessidade do projecto do Pinhal do Atlântico, em Sesimbra, por razões imperativas de interesse público". Essencialmente, os motivos deste "chumbo" passam pela excessiva edificação prevista para a mata de Sesimbra.
Em causa está um contrato que o próprio MAOTDR assinou em Março de 2003 com o município de Sesimbra e as sociedades Pelicano e Aldeia do Meco. Agora o Ministério não reconhece a aplicabilidade desse acordo.
Está pendente ainda na Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo a emissão de um parecer sobre a versão final do plano de pormenor da zona sul da mata de Sesimbra, que prevê uma área bruta de construção de 1.034.072 metros quadrados, incluindo 315.000 metros quadrados resultantes do acordo do Meco.
O Ministério chefiado por Nunes Correia considera, contudo, que "o projecto que se pretende desenvolver na actual versão do plano de pormenor, considerado conjuntamente com o processo análogo em curso para a Zona Norte da Mata de Sesimbra e todo o conjunto de pretensões turísticas inventariadas, apresenta uma carga de ocupação/edificabilidade excessiva face às características do território e à importância do sistema ambiental e dos valores naturais em presença".
Assim, o MAOTDR propõe uma redução da carga de ocupação do projecto, sugerindo que o plano de pormenor "só estará em condições de ser aprovado se for deduzida a área de 315.000 metros quadrados". O projecto Pinhal do Atlântico corresponde a uma área total de construção de 44.650 metros quadrados e a uma carga de 1790 camas. A área de 315 mil metros quadrados a deduzir ao plano corresponde a uma capacidade turística total de 7.800 camas.
Segundo a agência Lusa, o ministro referiu ter já comunicado a decisão à autarquia e aos promotores, que reagiram com uma "atitude construtiva" de "compreensão". O Jornal de Negócios procurou obter uma reacção da Pelicano, mas tal não foi possível, por indisponibilidade dos responsáveis da empresa.
Apresentado em Dezembro de 2003, o projecto Pinhal do Atlântico representa um investimento de cerca de 800 milhões de euros. O prazo de conclusão deste empreendimento era então apontado para o ano 2015.


Miguel Prado

Cinco principais portos recebem 10,5 milhões

"Jornal de Negócios", 12 de Outubro de 2007

O Orçamento de Estado para 2008 consagra uma verba de 10,5 milhões de euros para os cinco principais portos nacionais. A Administração do Porto de Douro e Leixões é a mais beneficiada na repartição deste bolo, tendo-lhe sido atribuída uma verba de quatro milhões de euros, destinada ao financiamento de infra-estruturas portuárias.
O Orçamento de Estado para 2008 consagra uma verba de 10,5 milhões de euros para os cinco principais portos nacionais. A Administração do Porto de Douro e Leixões é a mais beneficiada na repartição deste bolo, tendo-lhe sido atribuída uma verba de quatro milhões de euros, destinada ao financiamento de infra-estruturas portuárias.
O Porto de Lisboa, por sua vez, foi contemplado com dois milhões de euros, o de Aveiro com 2,5 milhões e o de Setúbal e Sesimbra com um milhão de euros. Nestes três casos, as verbas são também totalmente destinadas ao financiamento de infra-estruturas.
Um caso diferente é o de Sines. Esta administração irá receber 922,5 mil euros, um montante que será aplicado na instalação de sistemas operacionais de supervisão e segurança e ordenamento e recuperação do território.

Celso Filipe

24 horas na vida de um submarino que navega há quarenta anos

"Jornal de Notícias", 8 de Outubro de 2007

Numa qualquer Marinha da OTAN, o lugar do submarino "Barracuda" seria, quando muito, no museu, mas não em Portugal, onde este navio, que navega há 40 anos, tem que ser mantido no mar até à chegada dos dois novos submarinos, em 2010. O JN embarcou durante 24 horas, a partir de Sesimbra, no "Barracuda" e confirmou que nada há que se compare às duras condições de vida que se vivem a bordo.
Ali convivem diariamente 54 homens, num espaço exíguo, dias e dias sem ver a luz do Sol. A mudança entre o dia e a noite substituída pela luz vermelha que se acende quando oficialmente o Sol desaparece na superfície. "Com os novos submarinos as condições vão melhorar", sustenta o comandante do navio, o capitão-tenente Mamede Alves. Ou melhor, já se pode, por exemplo, tomar banho, mesmo que apenas de dois em dois dias.
Para quem entra no "Barracuda" o primeiro choque é o cheiro uma mistura de óleos, combustível, corpos que não vêem água há dias e dias, o ar rarefeito que concentra os odores. E para quem sai são os que estão à superfície que notam a a diferença. Inevitavelmente.
É uma arma pura, o "Barracuda", onde tudo é sacrificado à eficácia no combate, à discrição e ao silêncio, pois não obstante os 40 anos deste navio os princípios mantêm-se na guerra submarina.
Desce-se a torre e o submarino começa a mergulhar, à ordem, a água entra e a pressão lá fora, nas águas negras, vai aumentando gradualmente.
Há um silêncio quase mortal e a guarnição vai desenvolvendo as tarefas com uma rotina feita de muita disciplina e descontracção. "Com licença", é a frase que mais se ouve, face à exiguidade do espaço, as deslocações obrigando a manobras cuidadosas para não bater com a cabeça em qualquer manivela ou manómetro.
É meio da manhã e o cozinheiro prepara o almoço - naquele dia era bacalhau com grão e batatas - numa cozinha virada para as duas únicas e minúsculas casas de banho do navio. Numa delas, permanece uma embalagem de toalhetes. "É o nosso banho", explica um marinheiro. Há uns anos, o segredo eram os perfumes de feira, usados aos litros, vencidos pelos mais modernos "dodots".
O submarino vai continuando a mergulhar até chegar aos 200 metros, o manómetro a indicar a profundidade e as anteparas das portas a torcerem pela pressão. A segurança está garantida, mas a idade do "Barracuda" já não lhe permite fazer isto muitas vezes, que a resistência dos materiais tem limites, mas ninguém liga muito a não ser os jornalistas. Na sala de comando, os operadores de sonar escutam os sons que vêm das profundidades.
O navio vai regressando à superfície até aos 12 metros, para renovar o ar. O periscópio sobe e divisa-se Sesimbra. As horas passam e o cansaço chega, com os homens a rodarem por escala nas mesmas camas, nos mesmos colchões. Tem que ser assim.
Passaram 24 horas, o navio está à tona de água. As escotilhas são abertas. Por fim, o ar fresco para nós, que a guarnição prossegue a missão.


Carlos Varela

quinta-feira

Escultura ao vivo em Sesimbra

Jornal “O Primeiro de Janeiro”, 11 de Agosto de 2007

Sete escultores vão executar, ao vivo, no Castelo de Sesimbra, entre 15 e 30 de Setembro, seis esculturas, que posteriormente serão colocadas em espaços públicos do concelho. A iniciativa decorre no âmbito da Quarta Bienal Internacional de Artes até 2 de Setembro.
No projecto, levado a cabo no âmbito da Quarta Bienal Internacional de Artes, inaugurada no passado dia 4 e que se prolonga até 2 de Setembro, estão envolvidos os escultores Moisés Preto Paulo, João Antero, Beatriz Cunha, João Renato, Nelson Cardoso, Carlos Bajouca e Hans Varela, que trabalharão “blocos de pedra da região”.Bajouca, que é também o comissário da exposição, e Varela trabalham juntos numa escultura de grandes dimensões, “pesando toneladas”.
Até agora denominada Exposição Internacional de Artes Plásticas, esta iniciativa da autarquia passa este ano a Bienal e ganha nova designação - Sesimbra Art Spaces/Espaços de Arte. Em declarações à Lusa, Bajouca explicou pretender-se, com a passagem a Bienal, por um lado, programar “com mais tempo” um evento que adquiriu já “bastante força” e, por outro, dar aos artistas convidados “mais tempo” para realizarem os seus trabalhos. Há “uma maior ambição” e o objectivo, acentua o escultor, é “consolidar” os ganhos da exposição, já conhecida além-fronteiras. Por seu lado, a vereadora da Cultura da autarquia, Felícia Costa, explica no catálogo da exposição que, com a alteração do nome do evento, se pretendeu “vincar a forte relação entre a mostra de arte e os lugares onde estarão expostas as obras e, ao mesmo tempo, abrir o evento aos milhares de turistas estrangeiros que nos visitam no Verão”.

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Participantes
Mais de 100 artistas
Com trabalhos de escultura, pintura, fotografia, cerâmica e joalharia, participam na Bienal mais de 100 artistas, de Portugal, Suíça, Cuba, Japão, Angola, Brasil, Itália, Reino Unido, França e Rússia, entre outros. Tanto a vereadora como o comissário deram particular realce à participação da Associação de Famílias para a Integração da Pessoa Deficiente e da Sociedade dos Artistas Deficientes Manuais.

Mal-estar leva 22 crianças de Aldeia SOS ao hospital

"Jornal de Notícias", 12 de Agosto de 2007

Vinte e duas das 30 crianças que estão a passar férias no acampamento no Meco (concelho de Sesimbra) das Aldeias SOS tiveram que receber assistência médica durante o dia de ontem, devido a uma alegada intoxicação alimentar, apurou o JN junto dos bombeiros e de uma responsável daquela instituição.
Devido ao elevado número de vítimas, os Bombeiros Voluntários de Sesimbra e o INEM montaram um posto médico no acampamento para proceder aos primeiros cuidados e fazer a triagem dos casos mais graves, explicou, ao JN, Ricardo Cruz, comandante daquela corporação.
Catorze crianças foram encaminhadas para o SAP (Serviço de Atendimento Permanente) de Sesimbra, enquanto que as restantes oito foram transportadas ao Hospital Garcia de Orta, em Almada, para realizarem exames médicos. As crianças atingidas - com idades entre os 2 e os 17 anos - apresentavam falta de ar, mal-estar geral, desidratação, vómitos e diarreia. No entanto, ao final da tarde, já todas tinham tido alta médica e regressado ao acampamento.
Vera Jorge, psicóloga das Aldeias SOS, contou ao JN que os primeiros casos foram detectados durante a noite. "Duas crianças sentiram-se mal, apresentando vómitos e diarreia e foram de imediato levadas para o hospital", explicou, acrescentando que em 30 anos de colónia "foi a primeira vez que se registou uma situação deste género".
Durante a manhã, mais crianças começaram a apresentar os mesmos sintomas, tendo-se chegado a gerar alguma tensão no local, devido ao vai-e-vem de ambulâncias.
Até ontem ao final da tarde, Vera Jorge ainda não sabia o que terá provocado a intoxicação alimentar. "Tanto pode ter sido a água, como algum alimento. Nós disponibilizamos água engarrafada, mas às vezes os miúdos bebem água da rede", conta.
Adianta ainda que o jantar de sexta-feira foi bacalhau à braz, mas acrescenta que "foi feita uma vistoria aos alimentos que estão armazenados na cozinha e está tudo dentro dos prazos".
Durante a tarde, as crianças foram tendo tido alta e regressado ao acampamento. "Temos, no entanto, de nos manter vigilantes para o caso de haver alguma recaída", concluiu a responsável.


Fátima Mariano

Queima de resíduos suspensa na Arrábida

Jornal “Sol”, 10 de Agosto de 2007

Seis meses depois de a Comissão Ambiental da Secil ter validado os resultados dos testes de co-incineração no Outão, o processo continua a decorrer em tribunal, permanecendo suspenso.
Castanheira Barros, advogado que representa as autarquias de Setúbal, Sesimbra e Palmela, que avançaram com a providência cautelar para suspender as licenças da Secil, considera que os testes vão continua suspensos até haver uma decisão do Supremo Tribunal Administrativo.
«Neste momento a acção cautelar decorre no Supremo Tribunal Administrativo, onde só são admitidos casos excepcionais com importância fundamental, e primeiro o tribunal vai ter que se pronunciar se admite ou não o recurso e só se tiver os requisitos é que vai ser julgado. Até lá a queima de resíduos perigosos continua suspensa no Outão», disse hoje o advogado em declarações à Lusa.
Castanheira Barros explicou que apesar de a Secil estar a realizar um Estudo de Impacte Ambiental, este facto não serve para levantar a suspensão pois em causa estão também «questões de saúde pública».
Nuno Maia, porta-voz da Secil, explicou que a empresa está a realizar um Estudo de Impacte Ambiental que espera estar concluído em Setembro e admite que nesta altura todos os cenários são possíveis.
«O estudo está a decorrer e depois terá que ser aprovado pelas entidades competentes. Todos os cenários são admissíveis e em função do estudo e do andamento do processo judicial, vamos depois decidir qual o próximo passo», explicou.
Castanheira Barros explicou que as acções cautelares urgentes decorrem durante o período de férias judiciais e que a curto prazo poderá ser dada uma resposta.
«O caso de Souselas, onde também decorre uma acção cautelar, movida pela autarquia, pode ser decidido mais cedo, já em Agosto ou Setembro, mas teremos uma resposta a curto prazo para estas acções pois são consideradas urgentes. Quanto às outras acções que decorrem em tribunal, sobre Outão e Souselas, terá que se esperar mais algum tempo pois não são consideradas urgentes», referiu.

'Pirata' roubou atenções

Jornal “Diário de Notícias”, 31 de Julho de 2007

Nas areias da praia de Sesimbra, venceu o incentivo familiar.
Pouco tempo bastou para que o areal da praia de Sesimbra se enchesse de obras primas, traçadas pela imaginação e por pequenas mãos apressadas. O relógio contava o tempo, que é de 50 minutos para o escalão A, e mais 10 para o B. Mas nem o sol escaldante impacientou as crianças, que só se cansaram na espera da chegada ao pódio.
Sem ou com todos os apetrechos apropriados, lá foram esculpindo na areia, tartarugas, cidades com vulcões, navios ou estrelas do mar. Uma Flor com dois monstros, ideia de Joana Machado, de 10 anos, acabou por arrebatar uma Menção Honrosa do escalão A. Incompatível? Não. Para quem, como ela, gosta de misturar flores com histórias de terror.
A imaginação de alguns participantes voou mais longe, até outras épocas. E levou Gonçalo Simões a utilizar materiais marinhos para adornar a figura retirada do areal. No seu Pirata, Gonçalo colocou uma concha branca a fingir de olho e teceu uma barba de algas. Com ele arrebatou o primeiro lugar do escalão B.
No grupo do mais pequenos, o Panda esculpido por Leonor Morais valeu-lhe o primeiro prémio. "Vejo muitas vezes o canal Panda e como gosto do urso decidi construi-lo", explicou Leonor, de férias em Sesimbra com os pais e avós. As famílias mostraram-se, aliás, fundamentais. Quase tão entusiasmados quanto os miúdos, iam incentivando os pequenos artistas, com dicas sobre a melhor forma de dar revelo à areia.
Para animar a pequenada e o atelier das Construções na Areia, Rita Martins - campeã nacional em 2006 - com a ajuda da irmã Joana e da mãe Maria da Guia, construiu, extra-concurso, um imponente leão.

Paula Mourato

Construções arrancam amanhã em três praias

Jornal “Diário de Notícias”, 29 de Julho de 2007

Quando, no Verão de 1952, o Diário de Notícias se lançou no Grande Concurso Infantil das Praias de Portugal, nunca imaginou que o êxito resultasse tão estrondoso. Mas a verdade é que a iniciativa pegou, enganou o tempo. Ganhou o nome limpo de Construções na Areia. E começa já amanhã a festejar a sua 50.ª edição, ao mesmo tempo que inaugura a época de 2007 nas praias de Santa Bárbara (Ribeira Grande), Sesimbra e Alagoa."O momento em que tudo começa é emocionante. Só quem passa por isso conhece aquela mistura de emoção e nervos no estômago", conta Rita Martins, vencedora da grande final das Construções na Areia de 2006. Os seus 15 anos foram moldados nas areias de Vila do Conde, desde os sete que os finais de tarde de férias são passados na praia, em família, a praticar técnicas e a conhecer as especificidades da matéria-prima a modelar.
"É um passatempo maravilhoso", assegura ao DN a jovem artista, convidada este ano para os ateliers paralelos por já não ter idade para participar no concurso propriamente dito. "Para mim, Verão sem as Construções nem sequer é já Verão." E porque há tradições que vale a pena manter, amanhã a aventura criativa repete-se uma vez mais, distribuída nesta sua nova etapa de 2007 por 28 praias do Norte e do Sul, Açores e Porto Santo.
Quando as 10.00 nos ponteiros indicarem o início dos primeiros trabalhos, a mesma sensação indefinível que Rita descreve vai animar os participantes a darem o melhor de si nos cerca de 50 minutos que têm para enformar a imaginação. Os seis aos dez anos concorrem no Escalão A, os 11 aos 14 no B. Todos, sem excepção, dispõem depois de um talhão de areia de quatro metros quadrados onde são senhores absolutos. Todos podem fazer uso de baldes de plástico para transportar a água, de anilinas solúveis para colorir a obra feita e de conchas, plantas, algas, seixos e apetrechos próprios para esculpir. O dia pertence-lhes. Tem sido assim ano após ano.
Depois do arranque explosivo de 1952, em 74 as Construções na Areia sofreram um interregno de cinco anos. Desde 1979, contudo, nunca mais pararam de somar gerações nas praias. Os avós vão dando lugar aos filhos e os filhos aos netos. Ninguém fica indiferente a cada uma das edições de alegria na arte que se sucedem, até hoje. Com passos certos numa caminhada segura, a velhinha iniciativa festeja este ano as bodas de ouro...

Ana Pago

E o samba de Verão juntou mais de dez mil

“Jornal de Notícias”, 30 de Julho de 2007

Mais de dez mil pessoas assistiram anteontem ao Carnaval de Verão de Sesimbra, uma réplica do desfile carnavalesco de Inverno. Mais de 300 mascarados dançaram o samba e encantaram a multidão numa noite marcada pelo calor. Pela marginal de Sesimbra desfilaram as escolas de samba Bota no Rego, Saltaricos do Castelo, Trepa no Coqueiro e Unidos de Vila Zimbra.
Com um balanço bastante positivo, a iniciativa deverá repetir-se em 2008. "Estivemos com casa cheia e as pessoas gostaram muito", afirma Paulo Macedo, elemento da direcção do Trepa no Coqueiro. "Sesimbra, no Verão, precisa de ter animação extra", salienta o responsável, frisando que é preciso começar já a trabalhar para o Carnaval de Verão de 2008. Paulo Macedo critica,contudo, o facto de a publicidade ao evento ter sido diminuta. "Merecia um maior destaque, porque é um espectáculo de massas", diz
.Na assistência e surpeeendido estava o espanhol José Luiz, 40 anos. "É a primeira vez que venho a Sesimbra e isto para mim foi uma surpresa. Gostei muito", contou ao JN o residente em Cáceres. Surpreendida estava também Eunice Aníbal, 49 anos. "Nunca tinha visto o Carnaval de Sesimbra, nem mesmo o de Fevereiro. Fazem falta coisas como esta", afirma a palmelense.
"Acho mais graça ao Carnaval fora de época para desconcentrar estes manifestos de alegria, numa altura em que é bom fazer festas ao ar livre", salienta Eurico Pereira, 50 anos, de Lisboa. "Está muito bonito e engraçado. Deveria haver todos os anos", frisa a sesimbrense Luísa Lopes, 61 anos. "Anima a terra e traz alegria e som. É muito engraçado e giro", refere Isabel Godinho, 50 anos, residente em Torres Novas.
Para os elementos do desfile, o Carnaval de Verão é mais um pretexto para a diversão. "Tenho prazer em desfilar, gosto de sambar", afirma Carolina Cláudio, 10 anos. "Gosto do samba e da alegria que isto nos transmite", diz Patrícia Sargedas, 23 anos, também da Unidos de Vila Zimbra.
"Os fatos são muito caros e só os usamos duas vezes, no domingo e na terça-feira de Carnaval. Assim é mais uma oportunidade de os mostrar às pessoas", considera Sérgio Pinto, de 18 anos, elemento da bateria do Trepa no Coqueiro.


Sandra Brazinha

Replantar o fundo do mar

Jornal “Diário de Notícias”, 28 de Julho de 2007

O trabalho é meticuloso e demorado. Recolher as plantas, transportá-las, atar os caules com ráfia, dando um nó para ficarem presos à grade, que depois é mergulhada na água. A mão humana, empenhada em reconstruir o que em tempos degradou, acaba aqui. Agora a natureza encarregar-se-á de fazer renascer a pradaria que há décadas povoou o fundo do mar no Portinho da Arrábida, em Sesimbra. O projecto Biomares, o primeiro do género no País, consiste nisto mesmo: replantar o fundo do mar.
Com a chegada das plantas, desaparecerá o "deserto" de vida que actualmente resta na zona, depois da pesca de arrasto da ganchorra, das correntes das embarcações que rapam o chão terem revolvido e devastado o fundo. Se a replantação funcionar, haverá uma explosão de biodiversidade, pois as plantas darão lugar a uma espécie de floresta submersa, explica Elsa Serrão, investigadora da Universidade do Algarve.
E à zona do Portinho poderão regressar espécies de interesse comercial como a raia ou o choco, mas também as de grande valor de conservação como o cavalo marinho, adianta Miguel Henriques, do Parque Natural da Arrábida. A pradaria funciona como uma maternidade, onde as espécies se abrigam dos predadores. Além disso, a existência de um tapete no fundo do mar ajuda a reter os sedimentos e a combater a erosão.
Foi pela mão do Secretário de Estado do Ambiente que ontem se deu mais um passo na recuperação deste habitat. De fato de mergulho, máscara e garrafa, Humberto Rosa fez questão de descer ao fundo do mar e colocar as estacas que suportam as grades com as plantas. Um momento de grande emoção, como o próprio confessou, pois foi naquelas frias águas que nos anos 80, ainda estudante de biologia e com o curso de mergulho acabado de tirar, mergulhou com Luís Saldanha, o célebre ocenógrafo e biólogo de quem foi aluno e cujo nome se aplica agora ao recente parque marinho.
A relação entre o parque, cujas restrições tanta polémica têm gerado, e este projecto foram sublinhadas pelo governante. "Sem ele não haveria este projecto", afirmou, pois seriam mantidas as ameaças à sobrevivência das espécies. Humberto Rosa mostrou-se ainda satisfeito com o que ouviu dos mergulhadores: dois anos após a criação do parque, já há diferenças na afluência de espécies.
Mas não é só na Arrábida que as pradarias estão em declínio. Nos estuários do Tejo, do Sado, no Mira e no Mondego praticamente desapareceram. Só subsistem na Ria Formosa. A protecção das zonas marinhas através de parques é, por isso, uma opção a desenvolver. Humberto Rosa lembrou que já há áreas protegidas com extensões marinhas, mas que ainda não possuem regulação, caso do Litoral de Esposende, Sudoeste Alentejano ou Berlengas.
Rita Carvalho

Protesto contra fecho de SAP sem aviso

“Jornal de Notícias”, 20 de Julho de 2007

Cerca de 500 centenas de pessoas manifestaram-se ontem contra o encerramento dos serviços de atendimento permanente (SAP) do Seixal e de Corroios em duas concentrações junto aos respectivos centros de saúde. Novas formas de luta estão prometidas para a próxima semana.
"Os utentes foram confrontados com o encerramento quando se deslocaram ao serviço", lamentou ao JN o presidente da Câmara Municipal do Seixal, Alfredo Monteiro, que também participou nos protestos. Considerando "inconcebível" a falta de aviso prévio, o autarca anunciou que vai pedir uma reunião "com a máxima urgência" à Sub-Região de Saúde de Setúbal, que acusa de ter tomado uma decisão de "gestão economicista onde as pessoas não contam".
Num concelho onde a falta de médicos de família afecta cerca de 55 mil utentes, um dos números mais elevados do país, Alfredo Monteiro salienta que se "está a canalizar mais gente para o Hospital Garcia de Orta, que há já muitos anos não tem capacidade de resposta".
Ontem começaram trambém a ser recolhidas assinaturas para contestar o fecho dos dois SAP. Para além da Câmara do Seixal, estiveram presentes representantes das juntas de freguesia, dos vários quadrantes políticos e das comissões de utentes da saúde do concelho.
"Pretendemos fazer uma grande acção para a semana", anunciou o representante dos utentes, José Sales. Corte de estradas, um cordão humano e manifestações junto aos centros de saúde ou em Lisboa frente ao Ministério da Saúde são alguns dos protestos que serão hoje ponderados numa reunião das comissões de utentes.
O JN tentou obter esclarecimentos por parte da Sub-Região de Saúde de Setúbal sobre as razões que levaram ao fecho dos dois SAP no concelho do Seixal. Segundo explicou à agência Lusa, o director clínico dos centros de Saúde de Sesimbra e Seixal, Jorge Domingues, o encerramento ficou a dever-se à falta de médicos e a Amora terá sido escolhida para acolher o SAP concelhio por ser mais central e ter melhores condições.
Pelo contrário, o SAP de Sesimbra vai funcionar 24 horas por dia, pelo menos até ao final de Setembro, anunciou a autarquia.

Sandra Brazinha

Tróia recebe 'duelos' no mar

Jornal "Diário de Notícias", 19 de Julho de 2007

A quarta edição do Portugal Match Cup tem início hoje.
É num novo cenário marítimo, nas águas do oceano Atlântico e do rio Sado, que se realiza a quarta edição do Portugal Match Cup, prova da nona etapa do circuito internacional do World Match Racing Tour 2007/2008.
A entidade organizadora, Sun Sailing Team, juntamente com o Clube Naval de Sesimbra e os responsáveis do circuito internacional acreditam que a península de Tróia pode ser a sede do evento nos próximos três anos, contando com o apoio do Turismo de Portugal, do Tróia Resort e da Amorim Turismo.
Com um prize money de 108 mil euros, o Tróia Portugal Match Cup tem atraído skippers de renome mundial, especialmente timoneiros e tácticos da Taça América, como o australiano Peter Gilmour, o neozelandês Gavin Brady, táctico do BMW Oracle Racing Team, o italiano Paolo Cian, táctico do Team Shosholoza, e o francês Sébastien Col, táctico do Areva Challenge, todos eles participantes da série qualificatória Louis Vuitton Cup, realizada em Maio e Junho em Valência, Espanha.
As principais provas realizar-se--ão entre os dias 24 e 29. Hoje entram já nos campos de regatas as tripulações femininas internacionais e a nacional - com Rita Gonçalves - que disputarão uma fase independente, o Tróia Portugal Women's Cup. A vencedora integrará depois o quadro das principais tripulações masculinas internacionais, que conta ainda com a presença de Álvaro Marinho, campeão europeu na classe 470 e 4.º colocado nos Campeonatos do Mundo de Classes Olímpicas em Cascais.
Esta prova consta do calendário internacional da ISAF (Federação Internacional de Vela) e tem o Grau 1, o mais elevado em eventos internacionais da modalidade.
Além dos destaques internacionais, da presença feminina e da participação da equipa portuguesa, o evento também irá reunir jovens velejadores da classe Optmist que, em competição paralela, disputarão regatas à sua medida na baía de Sesimbra.

Nysse Arruda

Fecho dos SAP de Corroios e do Seixal foi antecipado devido à falta de médicos

Jornal “Público”, 18 de Julho de 2007

O director clínico dos Centros de Saúde de Sesimbra e do Seixal, Jorge Domingues, admitiu hoje que houve uma decisão para acelerar o encerramento dos Serviços de Atendimento Permanente (SAP) de Corroios e do Seixal devido à falta de médicos.
"Não tínhamos médicos disponíveis para assegurar os dois SAP, de Corroios e do Seixal", disse o clínico, adiantando que a decisão de concentrar o atendimento permanente na Amora foi tomada pelo coordenador da Sub-Região de Setúbal e pelo Conselho de Administração dos Centros de Saúde de Sesimbra e do Seixal.
A decisão das autoridades locais de saúde está a ser contestada pela Comissão de Utentes, Juntas de Freguesia e Câmara Municipal, que convocaram duas acções de protesto que terão lugar amanhã nos SAP do Seixal (11h00) e de Corroios (17h00).
O encerramento dos dois SAP insere-se na "reestruturação iniciada o ano passado, com a junção dos Centros de Saúde do Seixal, Amora, Corroios e Sesimbra", explicou o director clínico.
"A reestruturação passou também pela abertura de quatro novas Unidades de Saúde Familiar (USF) em Fernão Ferro (Setembro 2006), Torre da Marinha/Pinhal de Frades (Janeiro 2007) e duas no Seixal (inauguradas segunda-feira)", acrescentou.
Jorge Domingues lembrou ainda que a concentração dos SAP na Amora vai permitir rentabilizar os recursos, disponibilizar um total de dez médicos naquele serviço, entre as 08h00 e as 24h00, e atribuir médico de família a mais de quatro mil dos cerca de cinquenta mil utentes sem médico no Concelho do Seixal.
Quanto à escolha da manutenção do SAP da Amora, em detrimento dos serviços de Corroios e do Seixal, Jorge Domingues esclareceu que se tratou de uma opção justificada pela centralidade da Amora e pela qualidade das instalações.
Jorge Domingues salientou ainda que os utentes do Centro de Saúde e extensões do Seixal, com excepção daqueles que não têm médico de família, só terão de recorrer ao SAP da Amora a partir das 20h00, altura em que deixam de ter atendimento na USF a que pertencem.

Campanha antitabagismo chega à praia

"Jornal de Notícias", 18 de Julho de 2007

Os níveis de monóxido de carbono dos frequentadores das praias de São João, na Costa de Caparica, e do Ouro, em Sesimbra, foram testados, nos últimos dois dias, no âmbito da campanha "Help - Por uma vida sem tabaco", cujas tendas receberam uma centena de visitantes.
"Nos dois dias fizemos 100 medições, o que fica aquém dos números normais", lamentou o coordenador desta iniciativa, Saboga Nunes. Em média, por dia, a campanha recebe cerca de 300 visitantes, mas em Sesimbra e na Costa esse número não foi alcançado o que obrigou a uma mudança de estratégia. Em contrapartida, a fraca afluência de pessoas às tendas, em Sesimbra, por causa da chuva, e na Costa, devido à capacidade limitada do areal, permitiu "fazer um trabalho de profundidade no aconselhamento e avaliação do nível de monóxido de carbono no sangue".
O teste consiste em soprar para um aparelho que mede os níveis de monóxido de carbono. Taxas elevadas deste gás altamente tóxico, que também se encontra nos automóveis, aumentam os problemas cardíacos, de asfixia ou de formação de coágulos.
A campanha da Comissão Europeia visa convencer principalmente os jovens a não começarem a fumar ou a deixarem o vício. Mais testes estão agendados para amanhã entre as 10 e as 18 horas na Praia de Carcavelos.
Para quem quer deixar de fumar, Saboga Nunes aconselha uma visita ao site www.parar.net, do qual é coordenador, onde as pessoas podem seguir dez passos para largar o vício. "É uma estratégia de apoio imediato para que se possa deixar de fumar", explicou. Em Portugal, a marcação de consultas antitabágicas demora em média 139 dias.
Sandra Brazinha

Automóveis deixam de aceder à falésia do Cabo Espichel

“Jornal de Notícias”, 1 de Junho de 2007

Sem demoras, a Câmara Municipal de Sesimbra decidiu ontem vedar o acesso automóvel à falésia do Cabo Espichel depois de, na quarta-feira, os bombeiros terem resgatado dos rochedos os corpos de uma mulher que se atirou de carro no local, e da filha deficiente. Blocos de cimento, dois pilaretes, grades e sinalização vertical a indicar que é proibido circular foram colocados, ontem à tarde, no local, de modo a impedir que os carros passem para as traseiras do Santuário.
"Vamos para já vedar o acesso automóvel naquela plataforma que fica por trás da igreja", avançou, ao JN, Augusto Pólvora, presidente da autarquia, considerando que esta medida irá "reduzir a possibilidade" das tragédias que ali ocorrem e que, segundo o responsável máximo pela Protecção Civil Municipal, não são um fenómeno novo.
Segundo o comandante dos Bombeiros Voluntários de Sesimbra, Ricardo Cruz, esta foi já "a quarta situação este ano no Cabo Espichel". Em 2006, a corporação registou pelo menos nove situações idênticas.
Os visitantes do santuário, edificado nos inícios do século XVIII, são unânimes quanto à necessidade de restringir o acesso a automóveis na zona da falésia. "Eu já lá vi um carro em baixo e acho que está na altura de se tomarem providências", afirma Manuel Pereira, de 63 anos, residente no Barreiro, que frequentemente vai passear até ao local. "Isto devia ter uma vedação para os carros não terem acesso", defende José Luís Passos, de Viana do Castelo, que visita o local entre três a quatro vezes por ano. "Devia haver também um muro ou gradeamento para as pessoas não se aproximarem da falésia", acrescenta.
A pensar também na segurança de quem se desloca a pé, a autarquia vai colocar avisos junto à falésia chamando a atenção para o perigo existente. No futuro, a Câmara pondera ainda vedar o acesso dos peões à zona mais perigosa.

Sandra Brazinha

Mãe atira-se com filha do cabo Espichel

“Jornal de Notícias”, 31 de Maio de 2007

Um acto de desespero terá estado na origem da tragédia que ocorreu no Capo Espichel, em Sesimbra uma mulher de cerca de 50 anos, acompanhada pela filha, de 25, doente de paralisia cerebral, atirou-se do penhasco ao volante de um automóvel Citroen C3. A queda de mais de 100 metros e o embate nos rochedos foram fatais. Os cadáveres das duas mulheres foram, ontem à tarde, resgatados pelos Bombeiros de Sesimbra e levados para a morgue do Hospital Garcia de Orta, em Almada, depois de uma delicada operação que se prolongou durante várias horas.
O alerta para o desaparecimento foi dado, anteontem à noite, pelo marido, que estranhou o facto de a mulher e a filha não aparecerem em casa, em Alhos Vedros. De manhã, recebera no telemóvel uma mensagem da mulher, em jeito de despedida. Pedia-lhe desculpa pelo fardo que eram na sua vida, mas só à noite começou a perceber o real sentido daquela mensagem.
O homem ainda foi ao Hospital do Barreiro, onde a jovem era habitualmente seguida, mas ninguém as vira por ali. Foi então que participou o desaparecimento às autoridades, primeiro à PSP do Barreiro, depois à GNR da Moita. Ontem de manhã, decidiu ir procurá-las na zona do Cabo Espichel e foi ele quem viu o carro no fundo da falésia. Dirigiu-se à GNR de Alfarim que alertou a Polícia Marítima e os Bombeiros de Sesimbra, que accionaram os meios de resgate. No local estiveram também duas psicólogas, uma do INEM e outra dos bombeiros, que deram apoio ao marido, que preferiu não falar aos jornalistas. O caso foi participado ao Ministério Público, que decidirá, ou não, abrir um inquérito.
Ao que o JN apurou, a mulher não terá conseguido lidar com a notícia do avanço da doença da filha e com o "peso" que isso significava para o marido, padrasto da jovem. O desespero fê-la cumprir uma ameaça que já teria feito algumas vezes.
Segundo o 2º comandante dos Bombeiros de Sesimbra, Luís Saraiva, só este ano já houve três casos de pessoas que se atiraram daquele penhasco, dois deles com carros. Confrontada pelo JN, fonte da Câmara Municipal de Sesimbra disse que o assunto preocupa a autarquia e garantiu que, numa próxima reunião, será discutida uma proposta para vedar o acesso automóvel ao local.

Gina Pereira

Eleitores votam orçamento

“Jornal de Notícias”, 29 de Maio de 2007

Os eleitores do concelho de Sesimbra são chamados, a partir de hoje, a escolher os destinos de parte do Orçamento municipal para 2008. O Orçamento Participativo dispõe de 500 mil euros, cerca de 5% do investimento camarário realizado em 2006.
"Queremos promover uma grande participação dos cidadãos nas decisões", afirma o presidente da Câmara Municipal de Sesimbra, Augusto Pólvora, adiantando que "a Autarquia vai ter a obrigação de cumprir e fazer cumprir as deliberações".
A Autarquia acredita que as escolhas da população irão recair sobre pequenos investimentos. "Muitas aldeias vão optar por realizar obras como abrigos, parques infantis ou arranjos de estradas", considera Augusto Pólvora.
As mesas de voto do concelho vão servir de palco para 12 foros territoriais, que vão eleger um total de 41 delegados até ao final de Junho. Os delegados vão auscultar a população da sua área de residência até Setembro, para depois apresentar e decidir nas assembleias de delegados quais os investimentos prioritários para a população.
A primeira sessão do Orçamento Participativo do Município de Sesimbra para 2008 realiza-se hoje, pelas 21.30 horas, no Auditório Conde de Ferreira, com o Foro Territorial de Sesimbra, para o qual foram afectos cerca de 79 mil euros, tendo em conta a área geográfica e o número de eleitores.

Sandra Brazinha

Co-incineração na Arrábida continua suspensa

Jornal “Sol”, 19 de Maio de 2007

A co-incineração de resíduos perigosos na cimenteira da Secil, na Arrábida, Setúbal, vai continuar suspensa na sequência de uma decisão do Tribunal Central Administrativo-Sul, que indeferiu os recursos apresentados pelo Ministério do Ambiente e pela Secil.
O Tribunal Central Administrativo-Sul confirmou assim a sentença de primeira instância do Tribunal Administrativo e Fiscal de Almada que tinha determinado a suspensão da co-incineração naquela cimenteira.
O acórdão do tribunal Central Administrativo-Sul, datado de 10 de Maio, indeferiu os recursos apresentados pela Secil e pelo Ministério do Ambiente, tendo dado provimento apenas ao recurso interposto pelo Ministério da Economia, mas que não colide com as pretensões dos municípios de Palmela, Sesimbra e Setúbal de impedir a co-incineração.
Em conferência de imprensa, os presidentes das três câmaras municipais que apresentaram a providência cautelar congratularam-se com a decisão.
«Este despacho, favorável à Câmara Municipal de Setúbal, vem dar razão às questões que nós colocámos e dizer que os recursos da Secil e do Ministério do Ambiente não têm provimento», afirmou a presidente da Câmara de Setúbal, Maria das Dores Meira.
«O efeito principal deste acórdão é que se mantêm suspensas as operações de co-incineração de resíduos perigosos», acrescentou a autarca comunista, acompanhada pelos homólogos de Palmela, Ana Teresa Vicente, e de Sesimbra, Augusto Pólvora.
O advogado das três autarquias, Castanheira Barros, salientou que o acórdão do Tribunal Central Administrativo-Sul se refere ao «primeiro processo cautelar em que foi pedida a suspensão do despacho do ministro do Ambiente que dispensou a Secil da avaliação de impacte ambiental para efeito de co-incineração de resíduos industriais perigosos».
«Pedimos também nessa acção a proibição de realização dos testes e demais operações de co-incineração», acrescentou Castanheira Barros.
Por outro lado, as três autarquias reconheceram hoje ter sofrido um revés uma vez que o Tribunal Administrativo e Fiscal de Almada indeferiu a providência cautelar na qual as autarquias pediam a suspensão das licenças ambiental, de instalação e de exploração atribuídas à cimenteira da Secil, no Outão.
«O juiz do Tribunal de Almada decidiu que não havia interesse em agir por parte dos 3 municípios que promoveram essa acção cautelar porque os testes de co-incineração já estavam suspensos», justificou o advogado Castanheira Barros.
«O juiz entendeu que o interesse em mover uma acção tem que ser um interesse actual e não eventual», acrescentou, salientando que os três municípios podem intentar uma acção idêntica em qualquer momento, caso seja levantada a suspensão dos testes e demais operações de co-incineração.
Castanheira Barros lembrou que neste momento «estão pendentes quatro acções relacionadas com a co-incineração no Outão - duas acções cautelares e duas acções administrativas especiais».
O Ministério do Ambiente e a Secil têm 15 dias para recorrer da decisão do Tribunal Central Administrativo-Sul sobre a primeira providência cautelar interposta pelos três municípios.

10 de Junho, Dia da Tropa

Jornal “Diário de Notícias”, 16 de Maio de 2007

As celebrações do 10 de Junho deste ano, que se realizam em Setúbal, confirmam a data como a da celebração efectiva do Dia das Forças Armadas, apesar de este continuar oficialmente marcado para 24 de Junho.
Esta data foi criada em 2003 por resolução do Conselho de Ministros e por iniciativa do então ministro da Defesa Paulo Portas. Mas, apesar da vontade expressa no ano passado pelo então recém-empossado Presidente da República e Comandante Supremo das Forças Armadas, Cavaco Silva, de associar a instituição militar às comemorações do dia nacional - e da grandiosidade das cerimónias militares realizadas no Porto -, o Governo não anulou aquele diploma.
Fonte oficial do Estado-Maior- -General das Forças Armadas disse ontem ao DN desconhecer a realização de qualquer acto ou gesto no dia 24 de Junho, por menor que seja, tendo em conta que não faz sentido - até pelos custos associados - realizar dois grandes desfiles militares por ano e muito menos com duas semanas de diferença.
Recorde-se que, nas cerimónias de 2006 do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, Cavaco Silva declarou: "Considero o dia 10 de Junho a data indicada para prestar homenagem às instituições de maior relevo do País, onde, incontestavelmente, as Forças Armadas possuem lugar de destaque."
Como acrescentou então o Chefe do Estado "nem sempre é dada merecida divulgação e reconhecimento ao contributo das Forças Armadas para o desenvolvimento da sociedade, através da realização de tarefas essenciais para o bem-estar das populações", Setúbal vai assistir este ano a um conjunto de actividades complementares com esse objectivo, disseram ao DN fontes militares.
Um dos pontos altos dessas acções paralelas será o da demonstração, no rio Sado, de uma operação de busca e salvamento no mar - talvez a principal das missões de interesse público a cargo das Forças Armadas - com helicópteros EH101 (Força Aérea) e Lynx (Marinha), assim como de lanchas salva-vidas e motas de águas. Nas duas principais zonas de Setúbal onde se vão concentrar os eventos do 1o de Junho (Largo José Afonso, junto à capitania do porto, e Parque do Bonfim), os militares vão estar ao dispor das pessoas que se interessem pelo funcionamento de um caça F-16 ou de um helicóptero Alouette III, que queiram assistir à actuação de classes de ginástica (saltos de mesa alemã) da Academia Militar e do Colégio Militar ou, por exemplo, utilizar as torres de escalada da Marinha e do Exército.
A actuação conjunta das três bandas militares será outro momento curioso das celebrações do Dia de Portugal e das Forças Armadas, cujos eventos culturais incluem ainda exposições e a exibição da orquestra ligeira do Exército.
As cerimónias propriamente ditas do 10 de Junho devem seguir o modelo dos anos anteriores, começando oficialmente na véspera com a chegada do Presidente a Setúbal e um jantar em honra do Corpo Diplomático acreditado em Lisboa.
No próprio dia 10, domingo, Cavaco fará um primeiro discurso centrado nas Forças Armadas - e perante sete batalhões (menos três do que há um ano): dois do Exército, um da Marinha e outro da Força Aérea, um quinto das escolas de sargentos, um sexto das três academias militares e o último formado por alunos do Colégio Militar, dos Pupilos e do Colégio de Odivelas. Haverá ainda uma exibição dos Asas de Portugal, baptismos de mar em lanchas da Marinha e, em Azeitão, uma demonstração da escola equestre militar (conhecida como Reprise de Mafra).
O Chefe do Estado fará ainda um segundo discurso na sessão solene propriamente dita, seguindo-se o almoço oferecido pela Câmara Municipal de Setúbal.

domingo

Sebastião da Gama vai ter estátua

“Jornal de Notícias”, 27 de Maio de 2007

O monumento a Sebastião da Gama, em Setúbal, vai ser inaugurado pelo presidente da República, Cavaco Silva, em cerimónia a realizar no próximo dia 9 de Junho, pelas 11 horas, incluída no programa das comemorações do Dia de Portugal e das Comunidades Portuguesas, que este ano têm lugar naquela cidade. O monumento é um projecto da Associação Cultural Sebastião da Gama, cujo dirigente João Reis Ribeiro destaca que "a presença do presidente vem dar uma maior visibilidade à memória do poeta".
Da autoria do escultor Francisco Salter Cid, o monumento vai ser erigido na Praça da República, em Vila Nogueira de Azeitão, correspondendo a uma vontade de muitos que conviveram com o poeta. A escolha de Setúbal para sede das comemorações do Dia de Portugal levou mesmo à alteração da data inicialmente prevista para a inauguração, que era o dia 10 de Abril, dia do nascimento do poeta. João Reis Ribeiro desdramatiza o facto, até porque, adianta "é importante referir que passam este ano 60 anos sobre três datas importantes para Sebastião da Gama". Foi em 1947 que começou a sua carreira como professor na Escola Industrial e Comercial João Vaz, que hoje tem o seu nome. Nesse mesmo ano, publicou o seu segundo livro de poemas, intitulado "Cabo da Boa Esperança", e assumiu publicamente a defesa da Mata do Solitário na Serra da Arrábida, iniciativa que deu origem à criação da Liga para a Protecção da Natureza no ano seguinte.

Peixe-espada certificado para aumentar receitas

"Jornal de Notícias", 26 de Maio de 2007

O peixe-espada preto de Sesimbra pode vir, no futuro, a ser vendido como um produto com denominação de "Origem Protegida" ou de "Identificação Geográfica Protegida", caso a candidatura que está a ser preparada pela Câmara Municipal de Sesimbra venha a ser aceite. Augusto Pólvora, presidente da autarquia, frisa que esta aposta na certificação visa garantir uma mais-valia para este produto, já que "o seu efeito directo é o aumento do valor comercial da espécie".
O processo está ainda em fase de elaboração, tendo sido já firmado um protocolo com a Escola Superior de Tecnologia (EST) de Setúbal, que deverá ser aprovado brevemente pela autarquia. Nos termos deste protocolo, como explica Fernando Valente, da EST, será feito um estudo diagnóstico, a que se seguirá um Estudo de Avaliação Económico-Financeira e, finalmente, uma candidatura ao Quadro de Referência Estratégica Nacional.
A pesca do peixe-espada preto em Sesimbra tem uma história recente, de apenas 20 anos, mas a sua importância aumentou substancialmente nos últimos anos. "Ajudou a esbater as consequências da perda da frota pesqueira de Marrocos e do desemprego", justifica Augusto Pólvora.
Actualmente, na vila pescatória, há 17 embarcações que se dedicam à faina da pesca do peixe-espada preto, uma captura de profundidade que envolve um total de 230 pescadores, um valor que representa cerca de 30 % dos profissionais do sector que trabalham no Porto de Sesimbra. No total, são pescadas 2200 toneladas por ano, das quais metade é vendida em lota e a outra metade é comprada pela ArtesanalPesca, cooperativa de produtores, à qual estão associadas as referidas 17 embarcações.
O volume de negócios é da ordem dos seis milhões de euros por ano, valor que não inclui o valor gerido pela ArtesanalPesca a partir da transformação do pescado. Embora o mercado nacional seja o principal consumidor do peixe-espada preto, a cooperativa já exporta cerca de cinco toneladas por semana para a França e Alemanha.


Paulo Morais

quinta-feira

Falta de centro de saúde motiva críticas

"Jornal de Notícias", 23 de Maio de 2007

A Comissão de Utentes de Saúde da Quinta do Conde, concelho de Sesimbra, poderá promover um protesto contra os atrasos na construção do centro de saúde local no próximo dia 10 de Junho, em Setúbal, aproveitando a presença do Presidente da República, que ali se desloca para as comemorações do Dia de Portugal. Vítor Antunes, da comissão, afirmou ao JN que "tudo depende da resposta que os habitantes obtiverem até essa data".
"A última informação que a comissão obteve é que a obra terá início no último trimestre deste ano", disse aquele responsável, contrapondo, porém, que " o concurso ainda nem sequer foi aberto". Os utentes dizem estar fartos de promessas. Segundo a comissão, a Quinta do Conde tem cerca de 25 mil habitantes, número que continua a crescer, e apenas quatro médicos de família. Vítor Antunes recordou ainda que Cavaco Silva, quando desempenhava funções de primeiro-ministro, "prometeu abrir o centro de saúde".

sexta-feira

Golfe: Figueiredo na Irlanda para melhorar "ranking"

Jornal “Record”, 10 de Maio de 2007

Pedro Figueiredo, de 15 anos, participa, entre amanhã e domingo, no Irish Amateur Open Championship, tendo como objectivo de entrar no "top- 100" do "ranking" amador mundial (é actualmente 104.º e 41.º na hieraquia europeia).
O golfista de Azeitão, da categoria Sub'16, venceu recentemente a Taça Federação, um dos mais importantes torneios do calendário nacional.
"Nem sempre as coisas correm bem, mas venho à Irlanda com um ascendente positivo, gerado pelos últimos resultados. Estou à beira do top 100 Mundial e gostaria de passar esta barreira", disse o jogador que representa o Clube de Golfe da Quinta do Peru.

terça-feira

Carro de D'Orey continua no fundo da ravina

Jornal "Expresso", 5 de Maio de 2007

O relatório complementar da autópsia ao corpo de José D’Orey não revelou a presença de quaisquer substâncias tóxicas, álcool ou drogas.
A Polícia Judiciária de Setúbal recebeu hoje o relatório complementar da autópsia de José D’ Orey, Segundo uma fonte judicial, “o relatório não revela a presença de qualquer elemento estranho, nem vestígios de droga, álcool ou qualquer medicamento”. Este relatório aafasta cada vez mais a tese de homicídio. José D’Orey terá morrido de acidente ou suicidou-se.
Para encerrar a investigação, falta analisar o que resta do Renault Megane que o empresário conduzia no dia em que desapareceu, a 9 de Outubro 2006. Mas os destroços continuam no mesmo local da Serra da Arrábia.
De acordo com a mesma fonte “a força aérea não consegue tirar dali o carro e como é uma zona protegida resta recolher os amostras da chapa naquele local, para verificar se houve a interferência de outra viatura no despiste”.
O carro e o corpo do empresário foram encontrados por acaso pela GNR de Azeitão que tentava recuperar um carro furtado abandonado no mesmo local. Lá dentro estava um saco com cerca de 20 mil euros e vários objectos pessoais do emprsário que deixou cinco filhos.

quarta-feira

A Cozinha de Vanguarda que Dá Brilho ao Vinho

Jornal "Diário de Notícias", 12 de Abril de 2007

Vizinhos do mais badalado restaurante português da actualidade, a Quinta dos Catralvos, em Azeitão, os responsáveis da Bacalhôa Vinhos (ex-JP Vinhos) tiveram a excelente ideia de convidar o chefe Luís Baena para preparar o almoço em que apresentaram à comunicação social um vinho que assinala a estreia nos brancos da sua marca mais emblemática, Quinta da Bacalhôa, criada há 25 anos. E também das novas colheitas de espumante Loridos Clássico 2004 e do tinto Quinta da Bacalhôa do mesmo ano. Para acabar, um espectacular Moscatel de Setúbal Superior 20 Anos.
O almoço decorreu no belíssimo Palácio da Bacalhôa, que a empresa tem vindo a recuperar e quer transformar cada vez mais na sua imagem de marca, com a presença do dono José Berardo, do administrador Jorge Paiva Raposo e dos enólogos Filipa Tomás da Costa e Vasco Penha Garcia (responsável pelo Loridos). Todos admiradores exaltados da arte do vizinho Luís Baena.
E este não desmereceu a confiança depositada, embora a entrada tivesse sofrido um descompasso, próprio de quem está a trabalhar em cozinha alheia. É que puseram na mesa espargos com caviar de salmão, um involtini de magret de pato (até aqui tudo bem), mas também uma inexplicavelmente seca focaccia com uma fatia de cogumelo grelhado. Só quando alguns dos comensais já tinham despachado o que havia no prato é que chegou o fricassé de cogumelos silvestres e túberas que compensou a secura da focaccia. Apesar de tudo, o Loridos, que acompanhava o prato, moderou o percalço.
Mas a partir daqui foi tudo bem, com o humor ao serviço da cozinha e dos sabores. Veio um waffle de vieiras com trufas e espuma de ouriços-do--mar, que tinha a particularidade de ter os mariscos numa espetada em que o espeto era um fino pincel e o prato lembrava uma paleta de pintor.
Foi a primeira vez que se provou o branco Quinta da Bacalhôa 2006, obtido a partir de sémillon (50%), alvarinho (25%) e sauvignon blanc (25%), castas que a empresa plantou na região em 2003, com 30% do mosto a fermentar em madeira. O vinho estagiou seis meses em barricas novas de carvalho francês. Cada uma das oito mil garrafas deverá custar mais de 20 euros, num preço comparável ao do seu irmão tinto. Vamos ver se um mercado acolhe bem esta ousadia, mas que o vinho está óptimo de aroma e estrutura isso está.
Depois, veio a surpresa da tarde. Depositaram um envelope timbrado da empresa à frente de cada comensal e choveram as brincadeiras sobre se seriam os dividendos para os accionistas ou dinheiro para corromper jornalistas... Afinal, era "a prima do pombo-correio", uma pintada cozida num saco de vácuo, que foi aberto com uma tesoura ali na mesa. A acompanhar, um risotto de cépes, molho de vinho tinto e "caviar (esferificações) morno de framboesas.
Serviu-se a nova colheita do Quinta da Bacalhôa tinto de 2004, sempre fiel à fórmula com um quarto de século: 90% cabernet sauvignon e 10% de merlot. De realçar a inteligência do produtor em guardar o vinho um ano em garrafa antes de o pôr à venda.
Outra surpresa foi a volta do branco Quinta da Bacalhôa à mesa, agora para acompanhar um raviolo de lechal e lagostim com moleja de vitela e gelado de foie gras com N2, ou seja, gelificado com azoto líquido e muita fumarada. Apesar de, ao ler- -se o nome do prato, este pareça algo confuso, a verdade é que cada um dos muitos ingredientes tinha o sabor bem nítido e as texturas no ponto (um bom exemplo foi o lagostim, lá no meio do raviolo, a sentir-se no dente o óptimo ponto de cozedura).
Em termos de casamento com o vinho foi sensacional, nomeadamente com o foie gras, que mesmo azotado mostrava a sua gordura. Uma prova de versatilidade gastronómica que favoreceu este novo vinho branco que vem para ficar.
No fim, logo antes da sobremesa, mais fumarada, desta vez uma infusão de canela e moscatel depositada em várias travessas com algas e azoto líquido que deram à extensa mesa um aspecto de palco de concerto de rock dos anos 70. Mas havia um sentido gastronómico, já que o cheiro combinava com a doçaria conventual servida que trazia ainda uma gelatinização (com agar-agar) de moscatel, na forma de "esparguete", um "clássico de vanguarda" de Albert Adrià, irmão de Ferran e responsável pelos doces do El Bulli.
Além da forma gasosa e da forma sólida, o moscatel típico da península de Setúbal chegou à mesa sob a forma líquida, numa garrafa de Moscatel Superior 20 Anos, de 1983. A maior parte foi engarrafada em 1988 e os poucos barris restantes só agora. Uma óptima forma de concluir uma refeição que mostrou como a cozinha mais moderna também pode fazer brilhar os bons vinhos.

Duarte Calvão

Postos de fronteira marítima de Aveiro e Nazaré transitam para a tutela do SEF

Jornal “Público”, 13 de Abril de 2007

O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) passa controlar, a partir de segunda-feira, a entrada e saída de cidadãos nacionais e estrangeiros no país nos postos de fronteira marítima de Aveiro e Nazaré.
Na última segunda-feira, um despacho publicado em Diário da República definiu um calendário para que o SEF passe a garantir o controlo nos 22 postos de fronteira marítima nacional, considerados pontos de passagem de fronteira autorizada, nos termos do Código de Fronteiras Schengen, relembra o SEF em comunicado.
Na próxima segunda-feira, são oficializadas as transições em Aveiro e Nazaré, respectivamente na sede da Administração Portuária e nas instalações do Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos.Depois de dia 12 a GNR ter passado as suas funções ao SEF em Peniche, hoje a transição ocorre em Setúbal e Sesimbra e nos próximos dias 17 em Olhão, Faro e Portimão, 20 em Leixões e Póvoa de Varzim, e no dia 23 de Abril em Sines, indica a mesma nota do SEF.

PJ descarta hipótese de homícidio do empresário encontrado morto na Arrábida

Jornal “Público”, 21 de Março de 2007

A Polícia Judiciária afastou hoje a hipótese de homicídio do empresário José Luís D'Orey, após autópsia ao cadáver realizada pelo Instituto Nacional de Medicina Legal.
José Luís D'Orey desapareceu a 9 de Outubro, tendo sido encontrado morto domingo passado na sua viatura, caída numa escarpa da Serra da Arrábida, distrito de Setúbal.
"Hoje e após exame autóptico realizado no INML de Lisboa pode esta Polícia Judiciária afastar a hipótese de acção homicida, de acordo com o relatório preliminar", refere a PJ em comunicado.
A nota ainda que "encontram-se ainda a decorrer diligências e exames periciais diversos, com o objectivo de ser encerrada a presente investigação".
A Polícia Judiciária explica que os agentes do Departamento de Investigação Criminal de Setúbal se deslocaram ao local onde a GNR encontrou a viatura do empresário, “com sinais que indicavam ter sido objecto de queda de altura considerável”.
Após peritagens aos local, ao veículos e aos objectos encontrados junto ao cadáver “conclui tratar-se do corpo de José Luís Lopes de Albuquerque D’Orey”.
O empresário de Azeitão foi dado como desaparecido na manhã do dia 9 de Outubro, depois de levar duas filhas a uma escola de Azeitão e ao Colégio da Arrábida. O empresário, que viajava num Renault Scénic cinzento, deveria viajar em seguida para Lisboa, onde tinha agendada uma reunião de trabalho.

Desfiles carnavalescos sesimbrenses são à beira-mar

Jornal “Diário de Notícias”, 15 de Fevereiro de 2007

É a grande novidade do Carnaval de Sesimbra deste ano: a realização do desfile à beira-mar, algo de "único no país", garante o presidente da autarquia, Augusto Pólvora. Mas esta não é a única diferença, relativamente a 2006, de um Carnaval que dura cinco dias e que espera receber mais de cem mil pessoas. Mais oferta de estacionamento, mais lugares nas bancadas (dois mil) ou um ecrã gigante no Largo da Marinha para assistir aos festejos são as restantes novidades.
A decisão de alterar o percurso do desfile carnavalesco, que antes atravessava a Avenida da Liberdade, "cortando a vila de Sesimbra em duas", dará um "enquadramento mais atractivo ao cortejo, melhora as condições para as bancadas, a mobilidade e o escoamento do trânsito e liberta cerca de 200 lugares de estacionamento na referida avenida", explica o autarca. E como o estacionamento continua a ser um dos principais problemas de quem visita Se- simbra nesta época, serão também disponibilizados cerca de 300 lugares na Docapesca, 200 no Calvário e 500 no Mar da Califórnia.
O Carnaval de Sesimbra começa amanhã com o desfile de cerca de 1500 crianças de 22 escolas básicas do concelho. Mas os pontos altos serão domingo e terça-feira, a partir das 15.00, com as escolas de samba e grupos sesimbrenses que prometem fazer desfilar na marginal cerca de 1500 elementos. Para segunda- -feira está ainda marcado "um dos maiores desfiles de palhaços do mundo", que espera juntar cerca de 4000 mascarados, afiança Augusto Pólvora.
Cinco dias de Carnaval que custarão cerca de 300 mil euros, "80 mil dos quais são assegurados pela autarquia", nota o edil. Mas, para Augusto Pólvora, o que torna o Carnaval de Sesimbra único é ser "organizado pelo movimento associativo da terra, dispensando a contratação de atracções estrangeiras".
Já em Almada, o Carnaval das escolas do concelho acolhe este ano mais de 3000 mascarados, que desfilam amanhã, a partir das 14.30, pelas avenidas Bento Gonçalves e Nuno Álvares Pereira. "Houve maior adesão que o nano passado, quando desfilaram cerca de 2000 crianças", avança o vereador da Cultura, António Matos, ao DN. Uma festa que conta com a participação de 19 escolas e 22 instituições de ensino. O desfile não trará novidades, mas sim a "continuidade e consolidação do projecto", sublinha o vereador.
Cláudia Monteiro

Sesimbra: Mais de 250 pessoas exigiram manutenção do SAP

“Jornal de Notícias”, 16 de Fevereiro de 2007

Cerca de 250 pessoas aprovaram hoje uma moção a exigir a manutenção do SAP - Serviço de Atendimento Permanente de Sesimbra, durante uma concentração contra o eventual encerramento daquela unidade de saúde, disse à Lusa Florindo Paleotes, da comissão de utentes.
"O SAP começou a funcionar aos bochechos ainda antes do Natal", afirmou Florindo Paleotes, adiantando que às quartas e sextas-feiras o SAP não funciona no período diurno", disse Florindo Paleotes, acrescentando que "nesses dias o serviço começa a funcionar ás 20.00, outros só às 21:00".
"A população sente-se abandonada e esquecida pelo governo na área da saúde, porque esta situação também indicia uma tentativa de encerramento do SAP", acrescentou o representante da comissão de utentes da saúde de Sesimbra.
Segundo Florindo Paleotes, além da moção que vai ser entregue a diversos órgãos de soberania e da administração central, está igualmente em curso um abaixo-assinado contra o encerramento do SAP de Sesimbra.
O ministro da saúde nomeou um grupo técnico que vai elaborar um relatório sobre o funcionamento de diversos serviços de atendimento permanente, sendo provável que algumas destas unidades de saúde venham a ser encerradas dentro de pouco tempo.

Comissão ambiental Secil validou resultados dos testes

Jornal “Sol”, 10 de Fevereiro de 2007

A Comissão de Acompanhamento Ambiental da Secil validou hoje os testes de co-incineração de resíduos perigosos na cimenteira do Outão, depois de analisar o relatório da consultora SGS, que acompanhou a queima de lamas oleosas na cimenteira do Outão.
«A Comissão analisou sexta-feira o relatório da SGS e verificou que, de facto, não há diferenças relevantes entre a co-incineração de resíduos industriais banais e perigosos», disse hoje à Lusa Fernando Cunha, porta-voz da Comissão de Acompanhamento Ambiental.
«Constatámos que a Secil reúne todas as condições necessárias para proceder à queima de resíduos perigosos, de acordo com o previsto nas licenças de exploração e ambiental e com o decreto-lei 85/2005, sobre a co-incineração», acrescentou Fernando Cunha.
De acordo com porta-voz da CAA da Secil, o relatório da SGS - Société Générale de Surveillance S.A -, considerada a maior organização mundial no domínio da inspecção, verificação e certificação, refere que a Secil «observou também todos os requisitos necessários na recepção e controlo de resíduos».
Apesar de não ter sido detectado nenhum valor anormal nas emissões atmosféricas resultantes da queima de resíduos perigosos, nos testes realizados em Dezembro do ano passado, o processo de co-incineração foi suspenso por decisão do Tribunal Administrativo e Fiscal de Almada, na sequência de uma providência cautelar interposta pelas Câmaras de Palmela, Sesimbra e Setúbal.
No final do mês passado, os presidentes das Câmaras Municipais de Palmela, Sesimbra e Setúbal, entregaram no Tribunal Administrativo e Fiscal de Almada uma nova acção administrativa especial, que visa suspender os licenciamentos da Secil para proceder à co-incineração de resíduos industriais perigosos.
Desde que foi constituída, em Janeiro de 2003, a Comissão de Acompanhamento Ambiental da Secil já perdeu cinco dos seus membros, nomeadamente a Câmara de Setúbal e as Juntas Freguesia de S.Lourenço e S.Simão, que abandonaram a comissão quando a empresa anunciou a intenção de co-incinerar resíduos perigosos.
Os Bombeiros Voluntários de Setúbal e a Quercus abandonaram mais tarde a comissão, também em oposição ao processo de co-incineração.
Neste momento integram a comissão a Sub-região de Saúde de Setúbal, a Escola Superior de Tecnologia de Setúbal, o Parque Natural da Arrábida, a Delegação de Saúde de Setúbal, o Hospital Ortopédico Santiago do Outão, o Parque de Campismo do Outão, a Liga dos Amigos de Setúbal e Azeitão, a Associação Empresarial da Região de Setúbal, Associação Portuguesa dos Engenheiros do Ambiente e os Bombeiros Voluntários de Águas de Moura.

Louçã considera que os «piratas já deram à costa» de Sesimbra

Jornal “Sol”, 3 de Fevereiro de 2007

O líder do Bloco de Esquerda (BE), Francisco Louçã, afirmou hoje em Sesimbra que o empreendimento turístico Mar da Califórnia constitui um exemplo da actividade dos especuladores imobiliários que «fazem dinheiro contra o ambiente e os direitos das pessoas».
«Sesimbra é um caso em que os piratas já deram à costa. Este empreendimento, uma grande obra da empresa Obriverca, foi feito contra a lei, contra o tribunal e contra o respeito pela natureza», disse o dirigente do BE.
Francisco Louçã falava aos jornalistas durante uma visita ao polémico empreendimento turístico de Sesimbra, a par de outras iniciativas em Ovar (Sportsfórum), para denunciar alegados «atentados ambientais», no âmbito da preparação da interpelação do grupo parlamentar ao Governo sobre Ordenamento do Território e Preservação da Orla Costeira.
O Mar da Califórnia é um empreendimento de cinco blocos de habitação com m ais de 300 fogos distribuídos por 11 pisos, construído numa zona de falésia e de domínio público marítimo, a menos de 50 metros da linha de água.
De nada valeram os protestos da associação ambientalista Quercus, que, antes da construção, dizia tratar-se de um empreendimento que não cumpria a legislação do domínio público marítimo e que a zona em causa estava integrada na REN - Reserva Ecológica Nacional, uma vez que o projecto acabou por conseguir todas as autorizações necessárias, incluindo o parecer favorável do Instituto de Conservação da Natureza (ICN).
«O risco que corremos na Caparica já aqui está, em Sesimbra, onde também se vai construir uma cidade de 30.000 habitantes - do tamanho ou maior que a vila piscatória que todos conhecemos -, porque o grupo Espírito Santo entende fazer um grande negócio com o que é hoje uma mata», afirmou o dirigente bloquista.
«A especulação é uma forma de pirataria que está a vencer a economia, os direitos das pessoas e a protecção do ambiente», acrescentou Francisco Louçã, que se fez acompanhar pelos deputados Mariana Aiveca e Fernando Rosas.
Na próxima quarta-feira, na interpelação ao Governo, Francisco Louçã promete confrontar o ministro do Ambiente e restante Executivo com este e com outros «atentados ambientais», referindo concretamente os casos da «Costa da Caparica, Sesimbra, Algarve e Costa Alentejana».
«Queremos o ministro do Ambiente e o Governo a responder pelas autorizações, pelos silêncios, pelas cumplicidades e por este facilitismo desta pirataria contra o ambiente e contra as pessoas», disse Francisco Louçã, que responsabiliza a política pela especulação imobiliária nas arribas, nas falésias e nas praias.
«O BE assume a política da defesa das pessoas contra estes interesses económicos. E vamos enfrentá-los, seja a Bragaparques, a Obriverca ou o Banco Espírito Santo, seja, em nome de todos eles, o Governo, que permite que isto aconteça», concluiu o líder bloquista.

terça-feira

Encontrado cadáver na viatura de empresário desaparecido na Arrábida há seis meses

Jornal “Público”, 20 de Março de 2007

Um cadáver em adiantado estado de decomposição foi resgatado do interior de uma viatura numa ravina da Serra da Arrábida, em Setúbal. O veículo pertence a José Luís D´Orey, um empresário de Azeitão desaparecido há seis meses, e tudo indica que o corpo descoberto seja o seu.
Segundo uma fonte policial ouvida pela Lusa, a viatura, um Renault Scénic cinzento que pertencia ao empresário José Luís D´Orey, foi localizada ontem à tarde por elementos da GNR que alertaram de imediato a Polícia Judiciária de Setúbal.

Fonte dos bombeiros que a viatura foi estabilizada e que deveria ter sido removida por meios aéreos, mas o helicóptero do Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil que se deslocou à Arrábida esta manhã, não tinha condições para efectuar a operação de resgate.
O corpo que se encontrava no interior da viatura foi já resgatado pelos bombeiros, tendo sido transportado para o Instituto de Medicina Legal, em Lisboa.
As autoridades só deverão confirmar a identidade da vítima após a realização da autópsia e eventualmente, de testes de ADN, mas tudo indica que se trata do corpo de José Luís D´Orey, dado como desaparecido na manhã de 9 de Outubro de 2006, depois de levar duas filhas a uma escola de Azeitão e ao Colégio da Arrábida.
Nesse mesmo dia, o empresário já não compareceu numa reunião no Instituto Técnico de Alimentação Humana S.A, onde trabalhava, e não voltou a atender o telemóvel. Durante estes seis meses nunca foi detectado nenhum movimento dos cartões de crédito.

Corpo de José Luís D'Orey encontrado na Arrábida

Jornal “Diário de Notícias”, 20 de Março de 2007

A GNR de Setúbal encontrou ontem o corpo de José Luís Lopes D' Orey, o empresário de Azeitão desaparecido desde 9 de Outubro. O cadáver, em adiantado estado de decomposição, foi resgatado do interior de uma viatura queimada escondida numa ravina da Serra da Arrábida. À hora do fecho desta edição, a Polícia Judiciária (PJ) já tinha informado os familiares do empresário de Azeitão, mas ainda aguardava os resultados dos testes de ADN para confirmar a sua identidade e as causas da morte.
As primeiras diligências para encontrar o corpo de José D' Orey começaram no domingo. Ao que o DN apurou, foi um mero acaso. A GNR foi alertada para facto de se encontrar uma viatura abandonada em cima de um penhasco, numa zona conhecida por Mata do Solitário, junto ao Portinho da Arrábida, em Setúbal. Ao chegar ao local, os militares viram que se tratava de uma carrinha de marca Mercedes, branca, que havia sido furtada há dois dias. Estava a anoitecer e as operações foram interrompidas.
Dando continuidade às investigações, os agentes voltaram ontem ao local, às 6.40, entrando por um acesso diferente, tendo-se então deparado com outra viatura abandonada. Tratava-se de uma carrinha em completo mau estado, queimada. No seu interior foi encontrado o cadáver de José D'Orey, irreconhecível, dado o avançado estado de decomposição.
"Percebi imediatamente que aquela não era uma situação recente porque o corpo estava em avançado estado de decomposição", contou ao DN Mário Macedo, comandante dos Sapadores de Setúbal, a corporação chamada ao local para retirar a viatura, com o corpo no interior, que se encontrava numa ravina, apenas sustentada pela vegetação.Havendo o perigo de se despenhar pela ravina abaixo, os bombeiros formaram uma equipa de resgate, com a ajuda de um helicóptero do Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil. Cerca do meio dia, o carro foi então içado para um local mais seguro e o corpo retirado até à estrada do Outão. Dali foi transportado pelos bombeiros para o Instituto de Medicina Legal, em Lisboa.
A GNR prosseguiu a partir daí as operações na tentativa de encontrar mais corpos no local. Cinco equipas cinotécnicas (homem e cão) vasculharam a área, subindo e descendo as encostas. Entretanto, fora surgindo fortes indícios de aquele cadáver ser o do empresário de Azeitão, desaparecido há seis meses. Segundo as fontes do DN, os cães identificaram o corpo depois de terem farejado alguns objectos pessoais de José D'Orey . A viatura tinha as formas de se tratar da Renault Scenic em que se fazia transportar na altura do desaparecimento.
A meio da tarde chegou a PJ de Setúbal, a quem o caso estava entregue desde Outubro. Os inspectores procederam à recolha de todos os materiais possíveis de investigação que possam explicar o desaparecimento e, eventualmente, aparecimento do cadáver naquele local.
Já era noite quando os inspectores da PJ contactaram os familiares do empresário de Azeitão. À hora do fecho desta edição, o cadáver de José D'Orey encontrava-se ainda no Instituto de Medicina Legal para ser identificado.
Licínio Lima, Idalina Casal e Katia Catulo

domingo

Os melhores do ano segundo a academia

Jornal "Diário de Notícias", 17 de Março de 2007

Para a "gente do sector" já com uns anos de experiência, e não em início de carreira, os prémios que a Academia Portuguesa de Gastronomia distribui anualmente ao melhor cozinheiro, ao melhor profissional de sala e a quem melhor escreve sobre "comes e bebes" são sem dúvida os mais prestigiados. Até porque praticamente não há outros, salvo o do concurso Chefe Cozinheiro do Ano, mas mais voltado para novos talentos.
Por isso, é sempre interessante saber para quem vão os Prémios de Excelência dos académicos. Ontem, foram anunciados os seguintes, relativos a 2006: Luís Baena, chefe do restaurante Quinta de Catralvos (Azeitão), Grande Prémio da Arte da Cozinha. Arlindo Madeira, chefe de sala e escanção do restaurante Tavares (Lisboa), Grande Prémio do Serviço de Sala. Francisco José Viegas, escritor e cronista gastronómico da NS' - Notícias Sábado (revista do DN e do JN), Grande Prémio da Cultura e Literatura Gastronómica.
Luís Baena disse ao DN que "não estava à espera" e, pedindo desculpa pelo cliché, acrescentou: "A verdade é que o prémio é para toda a equipa do restaurante, porque a cozinha é um trabalho de equipa." Ficou também surpreendido porque, tendo a Academia a reputação de algum conservadorismo (se bem que não o seu dinâmico vice-presidente, José Bento dos Santos), a modernidade da cozinha da Quinta de Catralvos foi realçada, inclusive a sua colaboração com cientistas da gastronomia molecular.
Também Arlindo Madeira foi apanhado de surpresa. Agora com 37 anos, já com bastante experiência em Portugal e também em Madrid, onde trabalhou seis anos, e em companhias de navegação, começou aos 19 anos no Terraço do Tivoli Lisboa e está há três anos no Tavares. "Fiquei muito satisfeito pelo reconhecimento e por terem percebido a importância da sala como extensão da cozinha."
Para o chefe de sala, os portugueses, tantas vezes criticados pelo mau atendimento, precisam de se adaptar à cozinha moderna. "Não faz sentido, por exemplo, as escolas de hotelaria continuarem a dar horas e horas da chamada 'cozinha de sala', que quase já não se pratica, em vez de explicarem os timings de um menu-degustação", afirma. E foi justamente o "conluio" de Arlindo Madeira com o vhefe do Tavares, Philippe Peudenier, um dos pontos que a academia realçou.
Finalmente, Francisco José Viegas, já distinguido com vários prémios literários, disse ao DN que ficou "cheio de orgulho" com este. "Tivemos sempre muita gastronomia na literatura portuguesa, mas os autores mais recentes não tratam dela, ao contrário do que acontece, por exemplo, no Brasil ou em Espanha. É pena."
Sobre o seu trabalho na NS', diz não se considerar um crítico gastronómico, embora saiba as bases e procure estar bem informado, mas sim um cronista. "Escrever sobre restaurantes dá-me muito prazer", responde, quando se pergunta onde arranja tempo e disposição para as suas crónicas, entre a escrita, a direcção da Casa Fernando Pessoa e os programas na televisão.
E um cronista nunca "diz mal" do restaurante que visita? "Às vezes, quando é preciso, também digo", garante, embora a academia tenha sobre ele escrito: "A sua proverbial boa disposição, a procura quase sistemática de nos chamar a atenção para 'o que é bom', em detrimento do vulgar e fácil 'dizer mal', eleva-o por mérito próprio à referência do crítico gastronómico por excelência."
Duarte Calvão

quarta-feira

Setúbal recebe comemorações oficiais do 10 de Junho

Jornal "Expresso", 3 de Março de 2007

Depois de em 2006 a decisão presidencial ter recaído na cidade do Porto, este ano vai ser Setúbal a sede das comemorações do Dia de Portugal.
A Presidência da República anunciou que a cidade de Setúbal será a sede das comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades. A presidente da Câmara de Setúbal, Maria das Dores Meira, já congratulou a autarquia com a escolha de Cavaco Silva e adiantou que as comemorações terão lugar na zona ribeirinha da cidade.
Maria das Dores Meira, em declarações feitas à Lusa, revelou que já tinha sido contactada pela Casa Civil da Presidência da República, mas diz só hoje ter recebido a confirmação. "Foi uma surpresa agradável, que já discuti com o executivo municipal, e que toda a gente recebeu com extrema satisfação".
A autarca confirmou também que embora a cidade sede seja Setúbal, as comemorações vão incluir Azeitão, “as comemorações vão ter um primeiro momento na zona ribeirinha de Setúbal e uma segunda parte, de despedida, em Azeitão, que vamos preparar em conjunto com a Casa Civil da Presidência da República”.
A autarca eleita pela CDU realça que as comemorações do dia de Portugal, de Camões e das Comunidades, constituem um excelente momento para relançar a imagem da cidade enquanto capital de distrito. "Queremos que estas comemorações sejam prestigiantes para a cidade de Setúbal", garantiu Maria das Dores Meira.
João Bénard da Costa foi novamente nomeado presidente da comissão organizadora das comemorações, tendo sido hoje recebido pelo Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva.

Pedro Chaveca

segunda-feira

Os dez projectos que vão mudar a vila de Sesimbra até 2013

Jornal “Diário de Notícias”, 26 de Fevereiro de 2007

Dez projectos vão reordenar toda a Avenida da Liberdade - o eixo principal da vila de Sesimbra - e zona envolvente, a marginal junto à praia e o centro histórico. As obras começam ainda neste Verão e deverão ficar concluídas daqui a seis anos. Em 2013 surge uma nova Sesimbra.
Entre as intervenções previstas, Augusto Pólvora, presidente da Câmara de Sesimbra, eleito em Outubro de 2005 pela CDU, destaca ao DN a importância do plano de ordenamento da Avenida da Liberdade, que se divide em três zonas de intervenção distintas. As obras também serão executadas em três fases, devendo começar ainda este ano e prolongar-se por seis anos.
O projecto para esta avenida, que se estende por cerca de um quilómetro, desde o estádio municipal até ao mar, pretende utilizar parcelas de solo urbanizável existentes na zona envolvente ao estádio e ao actual terminal rodoviário.
Segundo documentos a que o DN teve acesso, o plano inclui "o ordenamento definitivo do terminal rodoviário em boas condições de conforto para os utentes, a relocalização do mercado municipal, a criação de novos espaços públicos pedonais e a requalificação da mata da Vila Amália".
Prevê também a criação de um parque de feiras no topo norte do estádio, a construção de quatro grandes parques de estacionamento públicos com um total de cerca de mil lugares, um dos quais sob o estádio da Vila Amália, que pressupõe a sua remodelação integral com novo relvado sintético, balneários e bancada coberta e a construção, na área envolvente, do terminal rodoviário e de um novo edifício administrativo para a câmara municipal.
"Para a construção do estádio novo será lançada hasta pública ainda em 2007", revelou o DN o presidente da câmara, salientando que "a obra terá de começar ainda este ano para o estádio ficar pronto no final de 2008 ou início de 2009".
De acordo com o projecto, a primeira fase, que contempla o campo de futebol da Vila Amália, está prevista iniciar-se em Junho. A intervenção começa com a remodelação do campo da Maçã para que os jogos de futebol se possam aí realizar. Só depois serão encetadas as obras no estádio da Vila Amália, que recuará cerca de 15 metros. O plano prevê que a época 2008/9 já poderá ser disputada no novo estádio.
Augusto Pólvora explica que a segunda fase do projecto, referente à construção de habitação, "é de iniciativa privada e as obras dependem do promotor, que, como contrapartida, terá de construir a via circular, o estádio municipal, o parque de estacionamento público e o mercado municipal. Também construirá o novo edifício para a câmara centralizar todos os seus serviços, que actualmente se encontram divididos em vários edifícios espalhados pela vila".
Novas vias e rotunda
O plano contempla ainda o troço da via nascente entre o Bloco do Moinho e a Avenida da Liberdade, que implica a construção de uma rotunda no topo norte da avenida e permitirá mais tarde uma ligação à Estrada de Argéis por trás da Marconi.
Serão construídos quatro parques de estacionamento público subterrâneos. Um por baixo do estádio de futebol Vila Amália, com cerca de 500 lugares, e outro em frente ao estádio (cem lugares). Outros dois parques - no edifício do mercado municipal e nos pavilhões onde se encontram alguns serviços da câmara (antigo ciclo) - terão entre 500 a 600 lugares de estacionamento.
A mata da Vila Amália será toda requalificada, transformando-se numa zona verde e de lazer, com equipamento infantil/juvenil, parque de merendas, passeios pedonais, bancos, papeleiras e iluminação pública.
Além deste plano de ordenamento, a Câmara de Sesimbra também avança com uma unidade turística na marginal para ocupar o espaço livre existente ao lado do Hotel do Mar. Segundo o autarca, a construção "poderá começar entre o final de 2007 e o início de 2008 e talvez termine no Verão de 2009".
A esta lista de novidades somam-se ainda oito pequenos projectos para requalificar o centro histórico. De acordo com o presidente da câmara, as obras de dois deles "arrancam em Setembro deste ano e ficam prontas até ao Verão de 2008". O autarca refere-se ao trabalho do arquitecto Paulo Braula Reis (engloba a Rua Cândido dos Reis, Largo José António Pereira e Rua da Fortaleza) e ao projecto da autoria de Paulo Adelino (Largo de Bombaldes e Largo do Município).

Daniel Lam

Eusébio Rosa vence Maratona Cidade de Badajoz

Jornal "Público", 28 de Janeiro de 2007

O fundista veterano português Eusébio Rosa, do Sport União da Caparica, venceu hoje a XV edição da Maratona Cidade de Badajoz, enquanto a prova feminina foi ganha pela belga Xantal Chevelle, que vive na vila portuguesa de Azeitão.
Eusébio Rosa, campeão nacional da maratona em 2004, voltou a dar cartas aos 38 anos, ao vencer a prova espanhola em 2:26.19 horas, seguido pelo espanhol Cano Garcia, a 40 segundos, e do também português Luís Rijo de Almeida.

Na prova feminina, o pódio também teve cunho português, já que a vencedora da maratona, apesar de ter nacionalidade belga, vive em Portugal e representa um clube igualmente português, a Associação de Moradores de Casal das Figueiras.
Xantal Chevelle completou o percurso da maratona da cidade espanhola em 2:59.29 horas, com uma vantagem de seis minutos sobre a segunda classificada, a espanhola Nuria Sierra.

domingo

Tribunal trava co-incineração

Jornal de Notícias, 24 de Janeiro de 2007

O Tribunal Administrativo e Fiscal de Almada decidiu suspender a queima de resíduos perigosos (co-incineração) na cimenteira da Secil no Outão (Arrábida) até a realização de nova avaliação de impacte ambiental, segundo a sentença a que a agência Lusa teve acesso.
O Ministério do Ambiente dispensou a Secil da realização daquela avaliação, o que permitiu à cimenteira avançar em Dezembro passado com os testes de co-incineração de resíduos industriais perigosos.
O juiz Jorge Martins Pelicano veio agora dar razão às câmaras de Setúbal, Sesimbra e Palmela na providência cautelar que interpuseram para travar a co-incineração.
"Intima-se a Secil a abster-se de realizar os testes e demais operações de co-incineração de resíduos industriais perigosos na referida fábrica", lê-se na sentença.
O tribunal de Almada tomou hoje a mesma decisão do de Coimbra, que a Lusa divulgou a 27 de Novembro, suspendendo a eficácia do despacho do ministro do Ambiente que dispensou a Secil do procedimento de avaliação de impacte ambiental que a lei obriga, limitando a cimenteira ao cumprimento de medidas de minimização.
Segundo a Secil, desde meados de Novembro a cimenteira está a queimar n a sua fábrica do Outão cerca de 50 toneladas de lamas oleosas, um resíduo perigoso, provenientes das refinarias de Sines e de Leça da Palmeira.
A cimenteira tem estado a trabalhar "pelo menos" em dois turnos, num to tal de 16 horas, para queimar aquela quantidade de resíduos, segundo a mesma fonte.
O início dos testes de co-incineração naquela cimenteira tinham sido marcados para 8 de Novembro, mas tiveram de ser adiados por ter dado entrada no Tribunal Administrativo de Almada uma providência cautelar para os travar.
A acção foi interposta pelas câmaras de Setúbal, Palmela e Sesimbra a 3 de Novembro passado, suspendendo todos os actos relacionados com a acção.
Mas, para permitir o avanço da co-incineração na Secil, o Ministério do Ambiente invocou a 29 de Novembro o interesse público, através de uma resolução fundamentada.
A decisão do tribunal de Coimbra, de que o Ministério do Ambiente já interpôs recurso, e agora a do de Almada proíbem assim a realização de co-incineração em Portugal até que haja uma nova decisão judicial em contrário ou até que sejam realizadas novas avaliações de impacte ambiental.