terça-feira

Autarca quer outra universidade

Jornal "Público", de 11 de Outubro de 2008

A presidente da Câmara de Setúbal, Maria das Dores Meira, defendeu hoje a substituição do pólo universitário da Moderna, encerrado na semana passada pelo ministro do Ensino Superior, por outra universidade, pública ou privada.
"Não acho que seja impossível a substituição por uma universidade pública. Acho que depende da vontade do Ministério do Ensino Superior", disse Maria das Dores Meira, adiantando que está em negociações com uma universidade privada e a aguardar por uma reunião com o ministro do Ensino Superior, Mariano Gago.
A autarca setubalense (CDU) referiu ainda que o primeiro-ministro, José Sócrates, está sensibilizado para as consequências do encerramento do pólo da Universidade Moderna em Setúbal e que prometeu interceder no sentido de promover uma reunião da autarquia e o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.
"Na quarta-feira, em Azeitão, durante a assinatura de diversos protocolos do Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais [Pares], aproveitei para dizer ao senhor primeiro-ministro que estava preocupada com as consequências do encerramento da Universidade Moderna para centenas de alunos", disse Doares Meira, acrescentando que José Sócrates "também se mostrou preocupado com o problema".
"Disse ao senhor primeiro-ministro que não fazemos questão que seja a Dinensino ou a Moderna a estar na cidade de Setúbal, mas que não abrimos mão de uma Universidade no distrito de Setúbal", acrescentou Dores Meira, salientando que na altura ainda não havia negociações com outras universidades.
A presidente da Câmara de Setúbal lembrou também que a Universidade Moderna leccionava cursos de Investigação Social Aplicada, único no país, Direito e Arquitectura, sendo que estes dois últimos não existem em mais nenhuma universidade, de Almada ao Algarve. Enquanto a autarquia procura encontrar uma solução alternativa para o pólo universitário da Universidade Moderna de Setúbal, os alunos tentam, sem êxito, obter os certificados de habilitações que lhes permitiriam matricular-se noutros estabelecimentos de ensino superior.
Segundo revelou Dora Ferreira, aluna da Universidade Moderna de Setúbal, a secretaria daquele estabelecimento de ensino "exige pagamento de 200 euros" para emitir o certificado de habilitações, um documento com os conteúdos programáticos e o comprovativo da forma de ingresso dos alunos que ingressaram no ensino superior através do exame para "maiores de 23 anos", incluindo as provas a que foram submetidos e os resultados das mesmas.
"Já enviámos uma carta aberta ao senhor ministro do Ensino Superior pedindo que interfira no processo de entrega dos certificados de habilitações (...), pois receamos que os registos académicos se extraviem, deitando por terra todo o nosso esforço, empenho e sacrifício financeiro", disse Dora Ferreira. A carta aberta, assinada por um grupo de alunos da Moderna, pede também o ministro Mariano Gago para ponderar a possibilidade de manter o ensino universitário em Setúbal.

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