Jornal “Diário de Notícias”, de 6 de Maio de 2008
Uma aluna, de 12 anos, não resistiu a um acidente que envolveu um autocarro escolar, da empresa de transportes Luísa Todi, e um camião que carregava várias toneladas de brita. Cerca de 20 menores, entre os 11 e os 15 anos, regressavam ao Zambujal, em Sesimbra, depois de mais um dia de escola. Outras três crianças sofreram ferimentos ligeiros, sendo transferidas para o Hospital Garcia de Orta, em Almada.
Passava as 19.30 quando o corpo foi retirado da ambulância, após as tentativas frustradas de reanimação dos médicos do INEM. O pai da criança, sentado num rail junto à ambulância, aguentou a dor com as mãos a tapar o rosto e partiu para o Garcia de Orta, sem proferir uma palavra. O pânico continuava estampado no rosto dos familiares, que procuravam saber o que tinha acontecido numa das muitas curvas da Estrada Nacional 379, que liga Azeitão a Sesimbra.
A colisão ocorreu às 18.15 no Alto das Vinhas, junto à localidade de Maçãs. O autocarro circulava no sentido de Sesimbra e foi abalroado por um camião - cuja empresa não foi revelada pelas autoridades - que partiu as janelas do lado direito do veículo de transporte de passageiros. O camião seguiu desgovernado durante 50 metros, colidindo com um ligeiro, da empresa VisaBeira, que também circulava na faixa contrária. O motorista do camião escapou ileso.
O comandante dos bombeiros de Sesimbra admitiu que o condutor do camião terá calculado mal a curva, acabando por se despistar. Quando chegou ao local, explicou o mesmo responsável, encontrou um cenário de "pânico" entre as crianças, percebendo que a vítima mortal já se encontrava em estado muito grave. Carlos Oliveira, vereador da protecção civil, garantiu que o autocarro tinha as condições de segurança.
O Núcleo de Investigação de Acidentes da GNR esteve no local e investiga as causas do acidente, que poderia até ter tido " consequências ainda mais trágicas", diz Ruben Canteiro, pai de um dos alunos que ontem à noite foi assistido no hospital de Almada. Álvaro, de 12 anos, sofreu lesões no braço e na perna , mas segundo os familiares, não ficará internado na unidade. O DN tentou obter informações junto dos responsáveis do Hospital Garcia de Orta, que se recusaram a prestar esclarecimentos sobre o estado de saúde das outras duas vítimas.
Roberto Dores
Com K.C.
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