domingo

BE critica passividade do Governo face a concorrência espanhola na pesca

Jornal "Público", de 29 de Maio de 2009

O cabeça-de-lista do BE às europeias, Miguel Portas, defendeu hoje a união dos armadores de pesca para fazer face às dificuldades no sector, deixando ainda críticas à passividade do Governo português em relação a concorrência das lotas espanholas."Os produtores, quando se encontram em dificuldades, a linha tem de ser sempre a união e não a concorrência. Desta forma falam, inclusivamente, com uma voz muito mais forte para o Governo", defendeu Miguel Portas, em declarações aos jornalistas no final de uma visita à lota de Sesimbra e à cooperativa de armadores Artesanal-Pesca.Apontando esta cooperativa, que trata, congela e embala o pescado, como "uma situação única", Miguel Portas defendeu a multiplicação desse bom exemplo, porque "quando os produtores se juntam são capazes, não de concorrer entre si, mas de afirmarem a sua própria força, num mercado onde o intermediário é rei e senhor".Quanto às queixas que ouviu durante esta sua visita, Miguel Portas destacou a necessidade de garantir as compensações prometidas para os períodos de defeso, a questão da partilha das águas e o problema da modernização da frota.Por outro lado, acrescentou, há ainda problemas no que diz respeito à concorrência das lotas espanholas, que seguem regras de fiscalização muito menos apertadas do que as portuguesas, considerando que "não se justifica que o Governo português seja mais papista que o Papa".Porque, referiu, enquanto do outro lado da fronteira, que tem uma indústria pesqueira muitíssimo mais forte, "fecham os olhos", o Governo português quer ser "bom aluno" e aplica todas as regras que em Espanha não são aplicadas, "em prejuízo inevitavelmente do armador português".Contudo, acrescentou, tal não deve significar um fechar de olhos do Governo português."Acho que o governo português devia impor e discutir muito seriamente com o Governo espanhol, aliás, tanto quanto se sabe José Sócrates e Zapatero têm excelentes relações, podiam começar exactamente por discutir o preço mínimo nas lotas, o chamado preço da retirada", salientou.

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