Jornal “O Setubalense”, 20 de Fevereiro de 2008
Suzete Valente, de 67 anos de idade, enfermeira reformada, foi anteontem descoberta morta debaixo de um carro semi-submerso pela enxurrada, em Vila Nogueira de Azeitão, quando regressava a casa com o medicamento para o seu cão.
Suzete Valente, de 67 anos de idade, natural do Barreiro, viúva e enfermeira reformada do Hospital Dona Estefânia, morava há cerca de três anos na Rua Helena da Conceição dos Santos e Silva, no ‘coração’ de Vila Nogueira de Azeitão. Terá sido atraiçoada pela enxurrada quando subia a rua, de regresso a casa, ficando presa por debaixo de um automóvel estacionado.
O corpo da sexagenária, já cadáver, foi encontrado por debaixo de um automóvel, na rua de acesso a sua residência, no meio de uma enxurrada naquela inclinada artéria. Só a autópsia, a ter lugar no cemitério do Hospital de S. Bernardo, deverá agora esclarecer a causa da morte.
A médica veterinária da “Vet Arrábida”, a última pessoa que falou com Suzete Valente falou, e as vizinhas da sexagenária, não colocam outra hipótese: a senhora “arriscou” subir a rua, de regresso a casa, e foi atraiçoada pela forte bátega de água, acabando entalada na parte debaixo de um carro estacionado.
Ângela Martins, directora técnica da clínica veterinária ‘VET Arrábida’, lamentou a morte desta “nossa cliente, pessoa simpática e activa, com grande estima pela sua companhia, o cão ‘Lamb’, que é cardíaco. A senhora esteve aqui depois das 11 horas e levou comprimidos para o seu animal. No regresso a casa, aconteceu a tragédia”, lamentou.
À reportagem de «O Setubalense», uma vizinha da malograda e antiga enfermeira do Hospital Dona Estefânia, confirmou que a senhora, de bom trato, “residia aqui há três anos”. Maria Luísa Alface garante ter falado com a malograda vizinha do lado “meia hora antes dela descer a rua”, mas “nunca pensei ser pela última vez…”
A inusitada enxurrada de água da manhã de anteontem, terá sido o factor para este incidente mortal. Maria Alface não coloca outra hipótese, e até garante que a última vez que viu uma descarga de água assim “foi há 20 anos”. Com um pormenor: Esta prolongada rua (do antigo posto da GNR), com ligação ao centro de Vila Nogueira, “canaliza muita água proveniente do Alto da Madalena”. Em sua opinião, “a senhora não conhecia bem a força traiçoeira que a água leva nesta zona. Foi apanhada pela enxurrada, não resistiu e acabou entalada debaixo do carro”, considera Maria Alface.
De resto, ainda na manhã de ontem, aquando da visita da nossa reportagem ao local, as laterais do passeio completamente escavadas pela força das águas, dava a entender a força com que as águas pluviais ali correram no dia anterior.
Teodoro João
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