quinta-feira

Automóveis deixam de aceder à falésia do Cabo Espichel

“Jornal de Notícias”, 1 de Junho de 2007

Sem demoras, a Câmara Municipal de Sesimbra decidiu ontem vedar o acesso automóvel à falésia do Cabo Espichel depois de, na quarta-feira, os bombeiros terem resgatado dos rochedos os corpos de uma mulher que se atirou de carro no local, e da filha deficiente. Blocos de cimento, dois pilaretes, grades e sinalização vertical a indicar que é proibido circular foram colocados, ontem à tarde, no local, de modo a impedir que os carros passem para as traseiras do Santuário.
"Vamos para já vedar o acesso automóvel naquela plataforma que fica por trás da igreja", avançou, ao JN, Augusto Pólvora, presidente da autarquia, considerando que esta medida irá "reduzir a possibilidade" das tragédias que ali ocorrem e que, segundo o responsável máximo pela Protecção Civil Municipal, não são um fenómeno novo.
Segundo o comandante dos Bombeiros Voluntários de Sesimbra, Ricardo Cruz, esta foi já "a quarta situação este ano no Cabo Espichel". Em 2006, a corporação registou pelo menos nove situações idênticas.
Os visitantes do santuário, edificado nos inícios do século XVIII, são unânimes quanto à necessidade de restringir o acesso a automóveis na zona da falésia. "Eu já lá vi um carro em baixo e acho que está na altura de se tomarem providências", afirma Manuel Pereira, de 63 anos, residente no Barreiro, que frequentemente vai passear até ao local. "Isto devia ter uma vedação para os carros não terem acesso", defende José Luís Passos, de Viana do Castelo, que visita o local entre três a quatro vezes por ano. "Devia haver também um muro ou gradeamento para as pessoas não se aproximarem da falésia", acrescenta.
A pensar também na segurança de quem se desloca a pé, a autarquia vai colocar avisos junto à falésia chamando a atenção para o perigo existente. No futuro, a Câmara pondera ainda vedar o acesso dos peões à zona mais perigosa.

Sandra Brazinha

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