Jornal "Público", 21 de Novembro de 2006
Quatro pescadores de Sesimbra capturaram esta madrugada um tubarão-frade (Cetorhinus maximus) com cerca de sete metros de comprimento e 2,5 toneladas, disse fonte da capitania do porto de Sesimbra.
O exemplar foi capturado pela embarcação "Sempre Coragem", através da arte de pesca de palangre, utilizada na captura de peixe-espada preto a cerca de mil metros de profundidade.
O espécime foi rebocado para o porto de Sesimbra e será levado para um aterro sanitário.
Segundo o biólogo marinho Élio Vicente, o tubarão-frade é o segundo maior peixe do mundo, podendo atingir dez a 12 metros de comprimento na fase adulta, sendo apenas ultrapassado pelo tubarão-baleia (Rhincodon typus), que pode atingir 18 metros de comprimento.
O tubarão-frade alimenta-se de planctón (algas e pequenos crustáceos), é amistoso e não é perigoso para o ser humano. "Os tubarões-frade vivem no Oceano Atlântico e não é nada invulgar aparecerem na costa portuguesa, a cerca de 15 milhas [20 quilómetros]", refere o especialista, adiantando, no entanto, que "o que não é vulgar é encontrá-los a dois ou três quilómetros da costa".
Os tubarões-frade gostam de águas temperadas — não se encontram em águas quentes ou gélidas — e só se alimentam de pequenos animais marinhos e algas, "não oferecendo perigo nem para uma sardinha", garantiu o biólogo marinho, lembrando que "não têm dentes e que se limitam a filtrar microorganismos".
O tubarão-frade é uma espécie considerada vulnerável na lista da União Mundial de Conservação, ou seja a médio prazo (dez anos) poderá estar ameaçada, devido às capturas de pescadores na fase jovem do animal, que demora muito tempo a chegar à fase adulta e reprodutora.
Segundo Élio Vicente, há cerca de 400 espécies de tubarões e muitas delas já são consideradas vulneráveis, como é o caso do tubarão-frade.
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