Jornal "Público", 23 de Agosto de 2006
As restrições à pesca no mar da Arrábida entram hoje numa nova fase, um ano depois da publicação do Plano de Ordenamento do Parque Natural da Arrábida (POPNA).
A partir de agora, a zona de protecção parcial passa a "total", o que significa que só será possível pescar a mais de um quarto de milha (463 metros) de distância da costa e, no caso especial da pesca à linha, a mais de 200 metros da costa.
João Lopes, dirigente da Associação dos Armadores de Pesca do Centro e Sul, continua a manifestar-se contra as restrições - ainda que faseadas - e repete que muitos dos cerca de 300 pescadores de Sesimbra serão "forçados" a abandonar a actividade. Neste primeiro ano de vigência do plano, os pescadores ainda estavam autorizados a pescar em toda a costa da Arrábida, ao contrário da náutica de recreio, que só está autorizada a navegar para além de um quarto de milha.Esta é, aliás, uma das razões que levaram as associações do sector a convocar uma manifestação para o próximo sábado. Representantes da Federação Portuguesa de Actividades Subaquáticas, do Clube Naval de Sesimbra, do Clube Naval Setubalense, empresas do sector náutico, utentes da náutica de recreio e pescadores vão protestar contra as "regras absurdas e prepotentes" do plano de ordenamento da Arrábida.
Numa reunião realizada na semana passada na secretaria de Estado do Ambiente, João Lopes exigiu "medidas de compensação" para fazer face aos "prejuízos" causados aos profissionais do mar pelo POPNA, embora não tenha recebido qualquer garantia nesse sentido. Ainda de acordo com este representante dos pescadores, o Governo propôs a sua participação num "grupo de trabalho" para avaliar os impactos ambientais e sociais do regulamento. "Tudo bem, concordamos, mas este grupo de trabalho devia ter sido criado antes da definição das regras", acusa João Lopes.
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