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Peixe-espada certificado para aumentar receitas

"Jornal de Notícias", 26 de Maio de 2007

O peixe-espada preto de Sesimbra pode vir, no futuro, a ser vendido como um produto com denominação de "Origem Protegida" ou de "Identificação Geográfica Protegida", caso a candidatura que está a ser preparada pela Câmara Municipal de Sesimbra venha a ser aceite. Augusto Pólvora, presidente da autarquia, frisa que esta aposta na certificação visa garantir uma mais-valia para este produto, já que "o seu efeito directo é o aumento do valor comercial da espécie".
O processo está ainda em fase de elaboração, tendo sido já firmado um protocolo com a Escola Superior de Tecnologia (EST) de Setúbal, que deverá ser aprovado brevemente pela autarquia. Nos termos deste protocolo, como explica Fernando Valente, da EST, será feito um estudo diagnóstico, a que se seguirá um Estudo de Avaliação Económico-Financeira e, finalmente, uma candidatura ao Quadro de Referência Estratégica Nacional.
A pesca do peixe-espada preto em Sesimbra tem uma história recente, de apenas 20 anos, mas a sua importância aumentou substancialmente nos últimos anos. "Ajudou a esbater as consequências da perda da frota pesqueira de Marrocos e do desemprego", justifica Augusto Pólvora.
Actualmente, na vila pescatória, há 17 embarcações que se dedicam à faina da pesca do peixe-espada preto, uma captura de profundidade que envolve um total de 230 pescadores, um valor que representa cerca de 30 % dos profissionais do sector que trabalham no Porto de Sesimbra. No total, são pescadas 2200 toneladas por ano, das quais metade é vendida em lota e a outra metade é comprada pela ArtesanalPesca, cooperativa de produtores, à qual estão associadas as referidas 17 embarcações.
O volume de negócios é da ordem dos seis milhões de euros por ano, valor que não inclui o valor gerido pela ArtesanalPesca a partir da transformação do pescado. Embora o mercado nacional seja o principal consumidor do peixe-espada preto, a cooperativa já exporta cerca de cinco toneladas por semana para a França e Alemanha.


Paulo Morais

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