quinta-feira

Protesto contra fecho de SAP sem aviso

“Jornal de Notícias”, 20 de Julho de 2007

Cerca de 500 centenas de pessoas manifestaram-se ontem contra o encerramento dos serviços de atendimento permanente (SAP) do Seixal e de Corroios em duas concentrações junto aos respectivos centros de saúde. Novas formas de luta estão prometidas para a próxima semana.
"Os utentes foram confrontados com o encerramento quando se deslocaram ao serviço", lamentou ao JN o presidente da Câmara Municipal do Seixal, Alfredo Monteiro, que também participou nos protestos. Considerando "inconcebível" a falta de aviso prévio, o autarca anunciou que vai pedir uma reunião "com a máxima urgência" à Sub-Região de Saúde de Setúbal, que acusa de ter tomado uma decisão de "gestão economicista onde as pessoas não contam".
Num concelho onde a falta de médicos de família afecta cerca de 55 mil utentes, um dos números mais elevados do país, Alfredo Monteiro salienta que se "está a canalizar mais gente para o Hospital Garcia de Orta, que há já muitos anos não tem capacidade de resposta".
Ontem começaram trambém a ser recolhidas assinaturas para contestar o fecho dos dois SAP. Para além da Câmara do Seixal, estiveram presentes representantes das juntas de freguesia, dos vários quadrantes políticos e das comissões de utentes da saúde do concelho.
"Pretendemos fazer uma grande acção para a semana", anunciou o representante dos utentes, José Sales. Corte de estradas, um cordão humano e manifestações junto aos centros de saúde ou em Lisboa frente ao Ministério da Saúde são alguns dos protestos que serão hoje ponderados numa reunião das comissões de utentes.
O JN tentou obter esclarecimentos por parte da Sub-Região de Saúde de Setúbal sobre as razões que levaram ao fecho dos dois SAP no concelho do Seixal. Segundo explicou à agência Lusa, o director clínico dos centros de Saúde de Sesimbra e Seixal, Jorge Domingues, o encerramento ficou a dever-se à falta de médicos e a Amora terá sido escolhida para acolher o SAP concelhio por ser mais central e ter melhores condições.
Pelo contrário, o SAP de Sesimbra vai funcionar 24 horas por dia, pelo menos até ao final de Setembro, anunciou a autarquia.

Sandra Brazinha

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